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Por que a GERAÇÃO Z é considerada a geração do Apagão Sexual?
Nunca se falou tanto em sexo como nos últimos tempos e se conquistou tanto em termos de liberdade sexual. Mas quem de fato tem aproveitado esse momento de mais liberdade quando o assunto é sexo?
A população é dividida em diferentes gerações e o comportamento sexual muda a cada geração.
Em que geração você está?
* Baby Boomers: nascidos entre 1946 e 1964.
* Geração X: nascidos entre 1965 e 1980.
* Geração Y ou Millennials: nascidos entre 1981 e 1996.
* Geração Z ou Centenials, nascidos entre 1997 e 2010.
* Geração Alfa: nascidos a partir de 2010 (atualmente com até 10 anos)
Muito tem se falado do Apagão Sexual da geração Z, os Centennials, que hoje têm entre e 14 e 27 anos. As pesquisas têm mostrado que essa é uma geração que faz menos sexo que seus pais.
No estudo Mosaico 2.0, realizado pela Drª Carmita Abdo - USP/SP, observou-se que os jovens entre 18-25 anos são os que mais consideram o sexo de pouca ou nenhuma importância nas suas vidas.
Numa pesquisa intitulada “IGen”, realizada pela psicóloga Jean W.Twenge, os resultados também mostraram que os Centennials são menos propensos a fazerem sexo na adolescência e na vida adulta. Eles mantêm menos interações sexuais durante sua adolescência do que os milennials e do que seus avós, quando tinham a mesma idade.
Até mesmo o número de parceiros da geração Z é bem menor que da geração X, que são os indivíduos nascidos nos anos 70 e são pais da maioria dos centennials. Enquanto a geração X tem em média 10,05 parceiros durante a vida, os Centennials têm 5,29 parceiros.
Um outro estudo realizado em 2020 pelo Instituto Karolinska na Suécia em parceria com a Universidade de Indiana, com 9.500 pessoas, concluiu que 30,9 % dos rapazes entre 18 a 24 anos não fizeram sexo nos últimos doze meses antes da entrevista.
Veja algumas das razões pelas quais essa geração tem feito menos sexo:
- Sexo virtual e sexting como práticas comuns e que propiciam maior segurança quando se trata de ISTs (Infecções sexualmente transmissíveis). Além disso têm muito mais controle da situação e se não agradou, partem para a próxima.
- Maior consumo de pornografia (cyberpornô). O acesso a esse tipo de conteúdo tornou-se muito fácil com os Smartphones. Assim se satisfazem sexualmente sem a necessidade de envolvimento em relacionamentos reais, onde várias habilidades sociais são necessárias.
- Desenvolvimento psicoemocional mais lento que as gerações anteriores, demorando mais para assumirem responsabilidades. Esse fenômeno é chamado de OVERPARINTING (excesso de cuidado e intervencionismo dos pais na vida dos filhos) e reflete a atitude de superproteção dos pais com relação aos filhos, levando a uma geração de adolescentes e jovens imaturos e medrosos. A mensagem que pais superprotetores passam aos filhos ao fazerem tudo por eles é de que eles não são capazes. Os Centennials não têm pressa para conquistarem sua independência financeira e nem saírem de casa, assim como não têm pressa de se relacionarem sexualmente.
- Os centennials nasceram no auge do acesso às informações digitais, são considerados “nativos digitais” e os relacionamentos virtuais e interação e cooperação no modelo de comunidades on-line são muito naturais para essa geração.
- A masturbação está muito mais presente nessa geração que se permite falar abertamente da sexualidade sem tantos tabus.
- Os relacionamentos presenciais ficaram de lado em detrimento aos virtuais, o que impossibilita o aprendizado e desenvolvimento de habilidades sociais importantes e o contato com as frustrações de não ser aceito ou conseguir conquistar o outro.
- São cobrados a manterem uma performance que os assusta e não estão dispostos a pagarem esse preço. Muitos não estão felizes com o próprio corpo e a fuga dos relacionamentos presenciais faz com que não precisem se expor. Nas redes sociais cada um mostra apenas o que é interessante para si mesmo e é possível separar público de privado e manter essa privacidade.
Os Centennials têm comportamentos peculiares não só com relação à sexualidade, mas também na forma de consumir produtos e conteúdos. São preocupados com as questões ambientais e devido ao maior acesso a informações são um público exigente em suas escolhas, o que tem sido motivo de muitos estudos por diversas empresas.
A verdade é que a Geração Z nos traz muitas reflexões. Se por um lado os dados mostram uma diminuição nos índices de gravidez na adolescência como uma consequência da diminuição das interações sexuais dessa geração, por outro as ISTs têm apresentado um aumento, pois apesar de se relacionarem menos, não são uma geração que tem realizado a prevenção adequada para ISTs, como o uso de preservativos.
Como será o futuro da Geração Z? Qual o impacto que essa forma de se relacionar trará para essa geração? Que importância o sexo terá na vida desses indivíduos quando estiverem mais velhos?
O que você acha? Grande abraço!
@drajoicelima
