A decisão que tornou inelegível o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), despertou críticas de vários segmentos sociais, imprensa e políticos.
Considerada desproporcional, a medida foi comentada pelo ex-juiz federal e senador Sergio Moro (União Brasil-PR), que acredita estar em curso uma perseguição ao governador, que nem candidato era no processo analisado pela Justiça.
A decisão do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) afirma que Caiado cometeu abuso de poder político durante as eleições para a Prefeitura de Goiânia por conta de uma reunião no Palácio das Esmeraldas.
Sérgio Moro entende que Caiado começou a ser perseguido por ter seu nome cotado para disputar a presidência da República: “Foi só o nome do governador Ronaldo Caiado começar a circular como candidato à Presidência da República que a perseguição começou. Ninguém pode desafiar o Lula e o PT em 2026. A Justiça eleitoral tem que ser mais comedida e respeitar o voto. Muitos recursos ainda e a decisão de primeira instância deve ser revista pelo excesso”, analisou Moro, responsável por julgar o maior caso de corrupção do país, a Lavajato.
Ontem, 12 deputados federais da bancada goiana também emitiram nota de apoio ao governador por discordarem da decisão motivada por um pedido do PL nas eleições municipais de novembro.
Para analistas jurídicos consultados pela reportagem do DM, dois fatos chamam atenção: a rapidez com que Caiado foi julgado e condenado, menos de dois meses - uma tramitação recorde - e a desproporção em relação aos princípios que regem a Lei 9504/97, que rege as eleições.