O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta quinta-feira (5) que estava equivocado em sua avaliação inicial sobre o uso de câmeras corporais por policiais militares. Durante evento na zona leste da capital, ele reconheceu a importância do equipamento para proteger tanto os agentes quanto a população.
“Estou absolutamente convencido de que é um instrumento de proteção da sociedade e do policial”, disse Tarcísio, que também destacou que o programa não só será mantido, mas ampliado.
Caso do Policial que Arremessou Homem de Ponte
Ao comentar o caso do policial militar filmado jogando um homem de uma ponte na zona sul de São Paulo, o governador foi enfático ao afirmar que ele será expulso da corporação.
“Vai ser expulso da corporação, não tenha dúvida disso. Vai ficar preso”, afirmou. O PM foi detido na manhã desta quinta-feira após um pedido da Corregedoria da Polícia Militar à Justiça Militar.
O incidente não foi isolado. Nos últimos dias, a PM paulista esteve envolvida em outros casos polêmicos, como a morte de uma criança de 4 anos na Baixada Santista, a de um estudante de Medicina baleado em um hotel, e a de um homem atingido nas costas após tentativa de roubo.
Reformas na Corporação
Diante do cenário, Tarcísio defendeu mudanças na Polícia Militar para evitar abusos. Ele afirmou que a segurança jurídica para os agentes não pode ser confundida com uma permissão para descumprir regras.
“O discurso de segurança jurídica, que a gente precisa dar para os profissionais da segurança pública, não pode ser confundido com salvo-conduto para fazer qualquer coisa, para descumprir regra. Isso a gente não vai tolerar. Tem uma hora que a gente tem que chamar a corporação: Espera aí. O que está acontecendo? Vamos redesenhar isso aqui.”
O governador também mencionou a necessidade de reciclagem, compra de armamento não letal e estudos comparativos com outras polícias.
Novas Tecnologias
Este mês, a Polícia Militar de São Paulo começa a usar um novo modelo de câmeras que permite aos agentes interromper a gravação em determinados momentos. Especialistas têm levantado preocupações sobre a eficácia desse recurso, mas Tarcísio garantiu que a substituição será feita gradualmente e apenas quando houver confiança na tecnologia.
“Enquanto a gente não estiver seguro com relação à tecnologia, a gente não descontinua as câmeras que existem. Elas vão continuar em operação. (...) Só vai haver substituição gradativa à medida que estivermos muito confortáveis com a nova tecnologia.”
Tarcísio também fez questão de admitir publicamente seu erro inicial sobre o uso de câmeras.
“Eu era uma pessoa que estava completamente errada nessa questão. Eu tinha uma visão equivocada, fruto da experiência pretérita que tive. Hoje estou absolutamente convencido de que é um instrumento essencial. (...) Não tenho problema nenhum de admitir que eu me enganei e que mudei absolutamente a posição.”