Tom Carlos
É cada vez mais comum o uso da internet para a satisfação sexual do cybercidadão. E na mesma medida, desde que surgiu, a rede tem atraído a atenção de olhares dos pesquisadores que analisam o comportamento sexual. Do início da rede, em meados da década de 1990, aos dias tuais, o sexo sai da sala de bate-papo e entra nos aplicativos de compartilhamentos e hangouts realizados ao vivo e em cores.
Em 2002, Fabiana Maiorino realizou pesquisa pela PUC de São Paulo em que mostra como a rede pode ser utilizada para a prática de sexo em chats. Na época, o site mais popular do Brasil era o UOL. E as salas dividadas por idades e temas funcionava como espaços de comunicação. Os interlocutores da conversa sexual precisavam enviar imagens e palavras se desejassem “excitar” o parceiro do sexo virtual.
Na época, a pesqusiadora investigou o contrato intersubjetivo entre os praticantes de sexo nos chats.
Anos depois, conforme pesquisa de Caetano da Providência Santos Diniz, a rede facilitaria também a traição, “pois há um grande número de pessoas conectadas com as quais poderia haver um envolvimento amoroso, sem falar que manter conversas eróticas online para algumas pessoas não deixa de ser uma traição já que o sexo virtual, se não é o sexo em que os corpos se tocam, pode ser uma simulação de tudo que possa acontecer no corpo a corpo”. Recentes estudos sugerem que as salas de bate papo e usos de cameras virtuais, além dos hangouts e uso de softwares de comunicação visual, aumentou a exposição da nudez. “As mulheres e homens enviam suas fotos e realizam strip ao vivo de uma forma mais natural”, diz a psicóloga Amélia Prado, que estuda o comportamento seuxal dos usuários do Skype.
Para ela, a rede amplia fluxos sensiveis de imagens, interferindo no tempo da relação sexual e na forma de saciedade.