Os que acompanham a vida pública nacional podem dizer sem nenhum favor que Demóstenes Torres foi um dos melhores senadores do Brasil. Sua atuação por muitas vezes pautou o Senado Federal e foi justamente por ela, orientando a oposição, que Demóstenes passou a ser perseguido exemplarmente pelo governo do então presidente Lula da Silva. O restante da história todo mundo conhece.
Podemos dar graças a Demóstenes se hoje vemos tanta gente que no cadafalso do mensalão se enforcou na corda de Petrobrás e da Odebrecht, em um nível de corrupção como nunca dantes na história deste País. Atiçadas no plenário primeiramente por Demóstenes, as denúncias se agigantaram a ponto de mudar radicalmente a história do Brasil e a maneira de se fazer política.
Demóstenes pagou caro pelo que fez. Foi cassado em tempo recorde e de maneira orquestrada como se os demais companheiros tivessem isenção para lhe atirar a primeira pedra. Agora, ao saber de sua candidatura à Câmara dos Deputados, ficamos aliviados. Com toda certeza também lá na Câmara Demóstenes vai exercer sua vigília cívica com a mesma dedicação, mesmo zelo e a mesma extrema competência que no Senado o distinguiu -e o vitimou.
Demóstenes Torres é daqueles grandes homens que os atributos falam muito mais alto do que os defeitos. Ele não se candidata agora à Câmara Federal porque quer uma eleição fácil. Muito pelo contrário, Demóstenes lutou até o último minuto para ser candidato ao Senado e assim poder recomeçar exatamente de onde foi parado.
Ao abrir mão de sua pretensão em nome da união dos partidos que compõem sua base, Demóstenes foi elogiado pelos principais líderes. É uma pessoa de que todos gostam, dessas que despertam o sentimento do trabalho ao mesmo tempo que a afeição. Recebeu de público os agradecimentos de Marconi Perillo e José Eliton pela sua atitude desprendida e focada no contexto em que as coisas acontecem e não apenas na sua vontade.
Políticos são como andorinhas, só em quórum é que conseguem o que querem. Pode arrastar os pés, pode bater as asas, não há verão que surja de um só gorjeio. Essa é a grande lição que Demóstenes nos dá ainda a caminho de ser novamente representante do povo de Goiás na casa das leis brasileiras. Ele, que tinha experiência e densidade para ser eleito senador, aceitou ser deputado para não esgarçar o contexto da base aliada, da qual seu partido faz parte. Quer voar junto.
Demóstenes candidato a deputado federal nos dá uma lição franciscana. No fundo, ser senador ou deputado é a mesma coisa. É preciso vocação, entrega e competência. Mas é certo que nem todos aceitariam ou conseguiriam fazer o trânsito entre uma condição e outra, entre uma pretensão e outra. Para Demóstenes também não deve ter sido fácil trocar de faixa. Você, caro (e)leitor, o que acharia melhor? Ser 1 entre 513 iguais na Câmara ou 1 entre apenas 81 no Senado?
Pois Demóstenes deputado é o político franciscano, despojado da vaidade e do vício do poder. Ele mandou às favas o orgulho e abriu mão do seu desejo pessoal. Sua careca pode até ajudar no aspecto ascético, mas não é que ele irá de sandálias à Câmara. Sua decisão de aceitar a posição que lhe confiaram no processo destas eleições vem apenas comprovar que ele merece toda nossa atenção e merece nosso respeito.
O certo é que Demóstenes tem bagagem para ser um dos principais políticos nacionais da próxima legislatura. Dar a ele os votos para ir à Brasília é melhorar a história do Brasil e dar a Goiás o valor que ele tem nela.
Demóstenes já está alojado na minha urna. Podemos brandir seu nome diante de qualquer dúvida sobre os caminhos do País ou diante de qualquer encruzilhada política. Sabemos que ele estará lá para usar sua experiência e seu conhecimento estratégico abrindo caminhos do bem e do avanço. Feliz quem pode dizer que tem um candidato destes para chamar de seu.
(Px Silveira Instituto ArteCidadania, presidente)