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Orgânicos criam nicho de mercado em Goiás

Os produtores de orgânicos descobriram em hora oportuna um nicho de mercado. Uma ideia original criada em Fortaleza, capital do Ceará, vingou também em Goiânia. Ou seja, a Associação para o Desenvolvimento da Agricultura Orgânica em Goiás. Afinal, o que vem a ser essa criação? Trata-se de um grupo de produtores e consumidores que se organizou, inicialmente naquele Estado do Nordeste, e decidiu financiar a produção e consumi-la.

A iniciativa de se criar a associação nasceu na Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA), conforme Adilon de Souza, hoje presidente da Fundater (Fundação de Assistência Técnica e Extensão Rural). A entidade inclusive cedeu seu espaço para a realização de feiras no Parque Agropecuário de Goiânia, onde abriga a sede e os núcleos da SGPA. A feira, no entanto, foi removida pela diretoria técnica, sob a justificativa de que ladrões estavam aproveitando a abertura das feiras para a prática de furtos e roubos em seu interior.

Mas a Associação do Ceará atualmente conta com 600 associados e o sistema de gestão está correspondendo. Em Goiás, a ADAO dispõe de 60 produtores e a tendência é de crescimento, segundo expõe Paulo Marçal Fernandes, um dos criadores da ADAO em 1999. Paulo é professor na cadeira de Entomologia da Universidade Federal de Goiás (UFG).

A agricultura orgânica no Estado é composta de hortaliças, grãos, cosméticos, plantas medicinais e já se desenvolve nos segmentos de frutas, em especial para cultivos de abacate, citros, mamão, banana, caju, jabuticaba, tomate e raízes. O mercado está cada dia mais “exigindo qualidade, produtividade e preços acessíveis”, observa o professor Paulo, que arremata: “Não produzimos só para rico”, ressalta para desmitificar o pensamento de que a “a agricultura orgânica só atende consumidores de alta renda”.

Certificação

O professor Paulo Fernandes explica ao público que “não é o produto que é certificado, e sim a área de plantio”. O acompanhamento é feito pelas certificadoras credenciadas pelo Ministério da Agricultura. O monitoramento em Goiás cabe ao IBD, sediado em Botucatu (SP), considerado berço da agricultura orgânica e que goza de credibilidade internacional. O propósito é estar de olho na sustentabilidade ambiental, em primeiro plano, a econômica, em segundo. O mercado consumidor é a decorrência natural no mundo atual que busca qualidade e preços. Há, ainda, a prática de entrega a domicílio, o que favorece as vendas.

Para a revenda de seus produtos, a associação dispõe de espaço no Mercado da Rua 74, antigo Bairro Popular. O horário de atendimento ao público vai das 6:30 às 10 horas da manhã, de segunda a sábado. Na Vila Nova, há uma feira na Praça Boaventura, das 15 às 18 horas. Está em negociação espaços no Flamboyant e na Vaca Brava.

O comércio de orgânicos movimenta hoje no Brasil mais de R$250 milhões, considerado pouco ainda pelos produtores. No planeta, o valor chega à casa dos US$25 bilhões ou R$75 bilhões.

Lei dos Orgânicos

Para que um produto seja considerado orgânico, ele deve atender a todos os princípios estabelecidos na Lei Federal 10.831 de 23 de dezembro de 2003. A identificação do produto orgânico é feita por meio do selo do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica (SisOrg) do Ministério da Agricultura. No caso de agricultores familiares, que oferecem seus produtos para venda direta ao consumidor, a certificação orgânica é feita através do Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

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