O estudo intitulado ‘Perigos da percepção’ (Perils of Perception) foi feito em 33 nações. Perguntas como ‘Qual a porcentagem dos brasileiros que têm acesso à internet?’, ‘As famílias mais ricas concentram quanto da renda total do país?’, ‘A cada 100 pessoas no Brasil, quantas vivem na zona rural?’ O Instituto britânico Ipsos Mori fez esse tipo de pergunta aos brasileiros e as respostas passaram tão longe das respostas certas que renderam ao Brasil o título de terceiro país mais ignorante sobre si mesmo.
O estudo produziu 12 questões e comparou as suposições da população com dados reais. A maior margem de erros foi quando perguntados sobre a média de idade dos brasileiros: 56–25 a mais do que o correto, que seria 31 anos.
O povo brasileiro também tem menos mulheres no poder do que imagina. A população acredita que 31% dos políticos são mulheres, enquanto o número de verdade é menos que metade disso: 14%. Outro erro foi crasso foi na resposta à pergunta ‘Qual a porcentagem de imigrante no seu país?’ as respostas apontaram que 25% da população brasileira veio de fora. Na verdade, apenas 0,03% da população é estrangeira.
O país que menos sabe sobre sua própria situação é o México, seguido pela Índia e sobrando para nós a medalha de bronze. Por outro lado, o mais consciente do ranking foi a Coreia do Sul. Em segundo ficou a Irlanda e em terceiro a Polônia, para fechar o pódio.
UTOPIA
A utopia vem a ser o que se imagina como sendo perfeito, ideal, porém imaginário. Não se sabe ao certo se é possível alcançar ou realizar, é almejado mas apenas utópico.
IMAGINAÇÃO
Imaginação é uma faculdade ou capacidade mental que permite a representação de objetos segundo aquelas qualidades dos mesmos que são dadas à mente através dos sentidos. Em filosofia, tais qualidades são chamadas de qualidades secundárias.
THOMAS MORE
O termo Utopia foi criado pelo inglês Thomas More para intitular um romance filosófico em 1516. Para compor a palavra, Thomas More juntou duas palavras gregas: “ου” (não) e “τοπος” (lugar), ou seja, se formos interpretar a palavra seguindo sua etimologia, Utopia significa um lugar que não existe na realidade. No entanto, a obra tornou-se tão célebre que o termo foi considerado uma espécie de gênero de escrita caracterizado por conter como principal tema uma organização política e/ ou social ideais, geralmente em contraponto a uma organização política e/ou social atuais.
“Os filósofos só interpretaram o mundo de diferentes maneiras; do que se trata é de transformá-lo”. (Marx).
Grande parte dos pensadores tem sido extremamente reducionistas ao analisar este conceito, que, mais do que vir-a ser fantasioso, mestra-se como algo possível. As discussões em torno deste conceito são bastante diversas, o que instiga nosso propósito de verificar qual seu real significado. Num mundo onde se apregoa o fim da história e dos sonhos, resgatar o conceito de utopia é mais do que uma meta: é uma necessidade.
Vivemos num mundo marcado por profundas desigualdades, onde o número de excluídos e a desesperança têm aumentado significativamente. Buscar uma definição precisa sobre o conceito de utopia não é uma tarefa tão fácil como possa parecer.
A utopia parece operar entre dois registros: o sonho e a realidade, mediada pela esperança da concretização. Segundo o autor Teixeira Coelho, “a utopia não é delirante, nem fantástica. Ela parte, sim, de fatores subjetivos, num primeiro momento, apenas no âmbito do indivíduo. Mas a seguir, ela se nutre dos fatores objetivos produzidos pela tendência social da época, guia-se pelas possibilidade, objetivas e reais do instante, que funcionam como elementos mediadores no processo de passagem para o diferente a existir amanhã”.
MUDANÇA
Desta forma, está implícita a ideia de mudança, ou seja, a utopia e sempre não-conformação de uma situação instituída, projetando um algo diferente/ melhor para o futuro. Portanto, alguns autores apresentam uma visão mais ampla do termo, definindo-o como um projeto possível de ser alcançado. para isso, a imaginação, o ato de imaginar, de projetar, faz-se necessário.
Na verdade, esta parece ser uma ideia intencional, da qual as classes dominantes pretendem distorcer o seu verdadeiro sentido, conscientes de tamanha revolução que pode causar a utopia posta em prática.
Podemos definir a utopia como desejo de mudança, um projeto que parte do inconformismo a uma realidade dada, buscando transformá-la.
O invencionismo e a pós-verdade fazem o indivíduo idealizar algo que é mentiroso como verdade, tornando o imaginativo real, legalizando conceitos transversais e sem fundamentação em uma verdade que lhe cabe no peito e lhe traga um conforto capaz de gerar paz sobre determinado tema.
A pesquisa foi feita entre os dias 1 e 16 de outubro de 2015, conversando com cerca de 1000 brasileiros.