Orquestra Sinfônica abre temporada com peças de Sibelius, Mozart e Tchaikovsky. A regência será de Joaquim Jayme e terá o pianista paulista Álvaro Siviero como solista
DA REDAÇÃO
Após breve hiato, este mês reiniciou a temporada de apresentações de música clássica em Goiânia. Hoje, a Orquestra Sinfônica de Goiânia, sob a regência do maestro Joaquim Jayme, abre a Temporada 2015 de concertos no Teatro Sesi, às 20h30. No programa, composições de Sibelius, Mozart e Tchaikovsky. O pianista paulista Álvaro Siviero será o solista convidado.
A sinfônica volta aos palcos com força total. Logo no começo do concerto haverá a obra Abertura Karelia, do compositor finlandês, do final do século XIX, Jean Sibelius. Esta peça foi composta em 1893 para uma performance teatral sobre a mitologia finlandesa. Nela, seu criador busca algo da essência da cultura e do folclore ao evocar cenários e paisagens.
De Mozart haverá uma de suas obras mais famosas, Concerto Para Piano e Orquestra Nº 21, composta em 1785. No primeiro momento da obra, o célebre artista traz um caráter quase sinfônico, abrindo o concerto com um gesto majestoso e amplo, como em uma de suas grandes composições. Já o segundo movimento traz uma atmosfera noturna, evocativa, para no último movimento explorar simplicidade e leveza.
A Sinfonia N° 4, do compositor russo Pyotr Ilyich Tchaikovsky, também estará no programa da orquestra. Nesta obra, o lirismo aparece como equilíbrio frente ao caráter dramático. No primeiro movimento cria-se uma atmosfera quase obsessiva, o segundo figura a nostalgia e o terceiro é mais brincalhão, com as cordas em pizzicado e algum diálogo com os sopros. Na última parte há as raízes russas do compositor, e nele, Tchaikovisky dá a impressão de uma verdadeira celebração – para “esquecer a si mesmo e ser arrebatado pelo espetáculo da alegria das outras pessoas”.
O SOLISTA
O músico convidado tem vivência internacional no mundo erudito. Se especializou na renomada Universität für Musik und darstellende Kunst de Viena e na Hochschule Mozarteum em Salzburgo, com Noel Flores e Georg Steinschaden. Também tem passagens pela Academia Nazionale de Santa Cecília, em Roma, onde estudou com Piero Tramoni, além de estudos de aprofundamento com Annibale Rebaudengo, em Milão.
A devoção pelo piano começou na infância, e logo depois já se apresentava em público. Dois anos mais tarde, recebeu seu primeiro prêmio: a Medalha de Ouro do Governo do Estado de São Paulo para jovens talentos.
Entre 2004 e 2006, na Argentina, Siviero foi convidado a participar de eventos de divulgação da música erudita do Paraná e de integração cultural do Cone Sul. Ainda em 2004 tocou na abertura da edição inaugural do prêmio Jorge Amado – Prêmio Nacional às Artes, ao qual também foi um dos indicados. Siviero mantém uma agenda constante de concertos no Brasil e no exterior, onde já tocou em Nova York, Washington e Boston.
Em 2006 foi, inclusive, o primeiro pianista brasileiro a participar da Master Class em Beethoven na Casa Orfeo – Fondazione Wilhelm Kempff, em Positano, Itália, fundada por Wilhelm Kempff. Neste período manteve contato com pianistas como Maurizio Pollini e Martha Argerich, na Suíça, e Till Felner, em Londres.
Em 2007, coroando sua dedicada carreira artística, foi convidado a se apresentar em concerto exclusivo para o papa Bento XVI durante sua visita ao Brasil. Durante o recital, apresentou composições de autores alemães, poloneses e brasileiros. Além de sua aclamada e concorrida carreira como pianista, assumiu a direção artística da Temporada de Concertos Internacionais do Teatro São Bento, em São Paulo.
O MAESTRO
Joaquim Jayme nasceu em 1941, estudou piano em Goiânia com Belkiss Spenciére Carneiro de Mendonça. Foi bolsista dos Seminários Internacionais de Música dos anos 1958 a 1960, promovidos pela Universidade da Bahia e nos cursos regulares dos Seminários Livres de Música da UFBA de 1959 a 1962. Lá estudou piano, regência e composição. Fez ainda Mestrado em Musicologia pela Universidade de Rostock, Alemanha, onde ainda foi professor.
Autor de várias obras para piano, canto e piano, Orquestra de Cordas, sinfônica, dezenas de arranjos para coro e quase uma centena de canções populares e líricas com textos de poetas brasileiros e estrangeiros. Em 1993, a convite da prefeitura, organizou a Orquestra Sinfônica de Goiânia, da qual é regente titular e diretor artístico. Gravou com a Orquestra dois CDs: Sinfonia das Águas Goianas e Alvorada na Serra.
Foi secretário municipal de Cultura, Esporte e Turismo de Goiânia, bem como superintendente da Fundação Orquestra Sinfônica de Goiânia. Em 1997 uniu o Coral Municipal com a Camerata Vocal de Goiânia, criando o atual Coro Sinfônico de Goiânia. Reassume o comando da Orquestra Sinfônica de Goiânia, em que é seu maestro titular e diretor artístico.