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Pirenópolis, um paraíso no coração do Brasil

Wandell Seixas Da editoria de Economia

Com mais de 80 cachoeiras catalogadas e com um calendário cheio de eventos culturais durante todos os meses do ano, Pirenópolis recebe cerca de 500 mil turistas anualmente. Em pesquisa realizada pela Goiás Turismo, em 2014, foi revelado que 98% dos turistas que visitam Pirenópolis, a 120 quilômetros de Goiânia, pretendem voltar ao município, sendo que 64% dos entrevistados afirmam que as expectativas em relação ao destino turístico foram plenamente atendidas.

Para 21% deles, as expectativas foram superadas. A maioria dos visitantes (56%) reside em Brasília, seguidos por visitantes de Goiânia (23%) e Anápolis (7%). O principal motivo da viagem a Pirenópolis para 91% dos entrevistados é o lazer. O estudo mostra que, entre os que procuram o destino para lazer, 63% estão interessados no ecoturismo, 29% na cultura local e 6% no descanso. Em relação à faixa etária, a maioria tem entre 32 e 50 anos (53%), 19% entre 25 e 31 anos, 12% entre 18 e 24 anos, 11% entre 51 e 59 anos e 5% acima de 60 anos.

Em relação à escolaridade, 59% dos turistas afirmaram ter pós-graduação. A pesquisa mostra ainda que a renda mensal individual é superior a oito salários mínimos para 41% dos entrevistados, 19% ganham entre quatro e seis salários mínimos, 16% entre dois e quatro, 14% entre seis e oito e 9% até dois salários mínimos. Entre os que foram abordados pela equipe técnica da Diretoria de Pesquisas Turísticas da Goiás Turismo, 39% são casais sem filhos e 29%, grupo familiar.

Quando perguntados sobre a principal fonte de informação que os levou até o município, 71% afirmaram já conhecer o destino turístico e 20% disseram ter recebido indicação de amigos ou parentes. A internet foi fonte de informação para a preparação da viagem para 8,3 % dos entrevistados. A grande maioria dos visitantes (85%) passou mais de um dia em Pirenópolis, sendo que 41% tiveram duas pernoites; 27%, uma pernoite; e 20%, três pernoites. O meio de hospedagem mais procurado foi as pousadas para 82% dos turistas. A pesquisa identificou que o gasto médio por pessoa na viagem é de R$ 231,78 (35,2% com alimentação e 49% com hospedagem).

Os turistas também avaliaram a infraestrutura de Pirenópolis. Nesta etapa da pesquisa, os entrevistados deram notas de 1 (muito ruim) a 4 (muito bom) para itens como limpeza urbana (nota 3,22), segurança pública (nota 3,2), atrativos turístico visitados (nota 3,38), restaurantes (nota 3,4), hospedagem (nota 3,44), diversão noturna (nota 3,26) e preços praticados (nota 2,44).

Toda cidade tem seu encanto, porém, poucas reúnem tantos encantos como Pirenópolis, a Cidade dos Pireneus. Cidade histórica, uma das primeiras do estado de Goiás, Pirenópolis é abraçada pela serra que deu origem ao seu nome, com montanhas cobertas pela raríssima vegetação de cerrado rupestre, natureza exuberante, formações rochosas, nascentes e dezenas de cachoeiras.

Segundo a tradição local, a serra recebeu o nome de Pireneus por haver na região imigrantes espanhóis, que por saudosismo ou por encontrar alguma semelhança com a cadeia de montanhas situada entre Espanha e França, deram então o mesmo nome a esta serra goiana. É a terra das Cavalhadas, da Festa do Divino Espírito Santo, de Veiga Vale, de altares barrocos e das pedras de quartzito.

Pirenópolis tem primazias: foi a primeira cidade a possuir obras sacras, a primeira biblioteca e o primeiro cinema do estado. Destacou-se na música goiana, graças ao surgimento de grandes maestros, e também da imprensa de Goiás – nela foi impresso o primeiro jornal do Centro-Oeste, denominado Matutina Meyapontense.

É reconhecida como berço da cultura goiana e já foi considerada a Atenas de Goiás!

Nasceu com o nome de Minas de Nossa Senhora do Rosário de Meia Ponte, fundada em 1727 pelo português minerador Manoel Rodrigues Tomar. Tornou-se vila em 1832, cidade em 1853, Pirenópolis em 1890.

Importante centro urbano dos séculos 18 e 19, com mineração de ouro, comércio e agricultura, ficou isolada durante grande parte do século 20 e foi redescoberta na década de 70, com a vinda da Capital federal para o Brasil Central, tendo sido tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional em 1989.

Toda cidade tem um jeito que é só seu e debruçada sobre o Rio das Almas, Pirenópolis conservou tradições e manifestações culturais. Preservou seu patrimônio arquitetônico de belos casarões e igrejas do século 18 e, especialmente, sua hospitalidade e uma maneira de viver!

Respira-se bem-estar de cidade pequena quando se anda por ruas de pedras iluminadas por lampiões coloniais, quando se come da cozinha regional que guarda ingredientes e antigas receitas e quando se conhece a prosa cordial dos moradores.

E se é surpreendido por uma eficiente estrutura turística: bons hotéis e variados restaurantes, pousadas charmosas e aconchegantes e uma rua dedicada ao lazer – bares com mesas ao ar livre que funcionam desde o fim da manhã até a madrugada. Cachoeiras com receptivos organizados, passeios ecológicos e de aventura.

Pirenópolis possui ainda um comércio diferenciado onde é possível encontrar objetos artesanais – tecelagem, cerâmica, máscaras das Cavalhadas, flores de papel e chitão, mandalas do Divino. Tem arte e design, além de ser centro produtor de joias artesanais em prata. Passear por ela, ver o rio, apreciar a paisagem é estimulante e compensador.

Toda cidade tem sua vocação e a de Pirenópolis se manifesta desde os tempos coloniais. Ontem, entroncamento de caminhos para os que transitavam pela Estrada Real circulando ouro, mercadorias, tropas, notícias, sonhos, aventuras e conhecimento. Hoje, recebendo um fluxo constante de visitantes de lugares vizinhos e cada vez mais distantes.

Cidade onde se realiza o intercâmbio entre tradições, valores e jeito de ser que tão bem conservou com a diversidade cultural brasileira e mundial.

Patrimônio

Histórico

Pirenópolis foi tombada como conjunto arquitetônico, urbanístico, paisagístico e histórico pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1989. Possui um Centro Histórico com casarões e igrejas do século 18, como a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário (1728-1732), a Igreja de Nossa Senhora do Carmo (1750-1754) e a Igreja de Nosso Senhor do Bonfim (1750-1754).

Outros prédios significativos arquitetonicamente são o Teatro de Pirenópolis, de estilo híbrido entre o colonial e neo-clássico, de 1899, o Cine Pireneus, em estilo art déco, de 1919 e a Casa de Câmara e Cadeia construído em 1919 como réplica idêntica do original de 1733.

IGREJA DE NOSSA SENHORA DO

ROSÁRIO

A Matriz de Pirenópolis é um dos maiores e tradicionais centros de fé católica para o povo goiano e foi dedicada à padroeira da cidade. Construída entre 1728 e 1732 no auge da mineração do ouro.

Foi tombada como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1941 e restaurada entre 1996 e 1999. Um grande incêndio a destruiu em 5 de setembro de 2002. Sociedade, governo e entidades se mobilizaram para reeguer um dos maiores símbolos culturais do Centro-Oeste.

O Iphan apoiou a restauração e a reinserçao do monumento na paisagem. As obras começaram em 2003 e a Matriz foi reinaugurada em 30 de março de 2006. A Igreja de Nossa Senhora do Rosário continua como nasceu, simples, bela e verdadeira.

IGREJA DE NOSSA SENHORA DO

CARMO

Marco de fundação da cidade de Pirenópolis. Foi construída entre 1750 e 1754 por Luciano da Costa Teixeira e seu genro Antônio Rodrigues Frota, como capela da família. Está às margens do Rio das Almas após a Ponte de Madeira.

De grande simplicidade guarda uma decoração barroca rococó nos altares do interior com rica talha e significativa estatuária. Restaurada em 2008 abriga também o Museu de Arte Sacra.

IGREJA DE NOSSO SENHOR DO BONFIM

É uma típica igreja colonial portuguesa localizada no bairro do Alto do Bonfim. Erguida entre 1750 e 1754 sua imagem de Nosso Senhor Jesus do Bonfim foi trazida de Salvador pelo sargento-mor Antônio José de Campos através de um comboio com 264 escravos. As pinturas do altar mor e do teto foram feitas por Inácio Pereira Leal, possui quatro sinos sendo que um deles é um dos mais antigos de Goiás, de 1756.

TEATRO PIRENEUS

Construído em 1899, ao lado da Praça da Matriz, por Sebastião Pompeu de Pina em estilo eclético com elementos do colonial e do neoclássico.

Foi restaurado nas comemorações do seu centenário com o desenho e estruturas originais preservados sendo acrescentados espaços de apoio como camarins e depósitos. O fundo do teatro se liga ao cinema através de seus quintais formando um entroncamento cultural com pequeno palco ao ar livre para apresentações.

CINEMA PIRENEUS

Sua fachada originalmente em estilo neoclássico foi alterada em 1936 para o estilo art déco pois foi tudo o que restou do edifício quando seu telhado ruiu com o abandono do local durante a década de 80.

Construído pelo padre Santiago Uchôa, em 1929, hoje funciona como espaço teatral, cinema , galeria e apresentações musicais. Está localizado na Rua Direita, uma das mais bem conservadas de Pirenópolis com seu casario.

CASA DE

cÂMARA E CADEIA

Este monumento foi construído em 1919, como réplica idêntica à Casa de Câmara e Cadeia de 1733, a mais antiga do estado de Goiás, que ficava na Rua do Rosário, perto da Igreja Matriz.

Está localizado em frente ao Rio das Almas próximo à Ponte de Madeira e tem dois pavimentos. Restaurado pelo Iphan já foi adaptado com acesso para deficientes e abriga o Museu do Divino.

O destino

Pirenópolis, com cerca de 25 mil habitantes, conserva seu aspecto antigo e bucólico. A cidade, tombada como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, é cercada de morros e cachoeiras. Um retrato vivo da história goiana, onde um povo hospitaleiro, alegre e festivo, convive com um ambiente de extrema beleza natural. As ruas históricas, casarões, museus e igrejas retratam a vida do século XVIII. A cidade está aos pés da Serra dos Pireneus, de onde nascem inúmeros córregos que formam belíssimas cachoeiras. Pirenópolis é detentora do maior número de Unidades de Conservação do Estado de Goiás, nove ao todo.

PREFEITO

Natural de Pirenópolis, Nivaldo Antônio de Melo estudou nos colégios estaduais Comendador Joaquim Alves e Comendador Christóvam de Oliveira e aos 14 anos foi emancipado por seu pai, pastor Lourival Melo, para ficar à frente do negócio da família, a mercearia Melo. Neste período, foi se qualificando administrativamente em cursos técnicos oferecidos pelas grandes empresas fornecedoras.

Nivaldo despertou para a participação política através do contato com a população. Percebeu as mudanças e transformações dos anos 80 quando foi asfaltada a BR-070, ligação com Brasília, e houve o aumento do fluxo de visitantes na cidade.

Em 1994, dá um salto empresarial prevendo o grande crescimento do turismo como atividade econômica do futuro e estabelece o primeiro supermercado do município.

Durante todos esses anos, foi estreitando laços com a comunidade e conhecendo suas carências e aspirações.

Eleito vice-prefeito para o mandato de 2001/2004, compreende a necessidade de implementar modelos inovadores na administração pública para planejar o crescimento imposto pelo desenvolvimento.

Em 2008, Nivaldo Melo vence as eleições para prefeito municipal com 66% dos votos da população de Pirenópolis.

Em 2012, Nivaldo Melo se torna o primeiro prefeito reeleito de Pirenópolis.

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