A escritora Cléo Busatto, um dos grandes nomes da literatura nacional para crianças e jovens, aposta em assuntos que fazem parte do imaginário delas em seu novo livro: a valorização do herói e da complexidade da alma humana. Estes são os temas que norteiamos sete contos do Histórias que eu gosto de contar. A coletânea traz narrativas originárias da literatura oral de diversos povos e diferentes origens.
“O projeto Histórias que eu gosto de contar permite a consciência e aceitação do acervo mito-poético de diferentes povos, do olhar transcultural que perpassa suas criações e promovem uma cultura de paz. A escolha por contos populares reforça a ideia da literatura como um espaço de prazer e crescimento pessoal”, explica Cléo.
Como contadora de histórias, Cléo privilegiou contos desconhecidos das crianças para colaborar com a construção de conhecimento sobre a literatura universal. “Outro objetivo do projeto é agregar forças aos movimentos que promovem a produção e promoção do texto literário. Quem ama e se dedica para a literatura está ciente da importância dela na formação do sujeito. A escolha dos contos sensibiliza o sujeito para a leitura de si e do mundo e promove a ampliação da consciência pessoal pelos conceitos de multiplicidade cultural e alteridade”, avalia.
Para a autora, a literatura é um meio importante na abordagem dos valores mais positivos a serem perseguidos pelos seres humanos. Questões atuais, como o bullying, a adoção, as relações familiares e os relacionamentos sociais são apresentados nas narrativas literárias. “As narrativas colaboram para promover a reflexão e a compreensão de valores como a lealdade, a confiança e a solidariedade. Mostram, enfim, no exemplo do herói, que é possível construir uma sociedade com pessoas mais justas, proativas e verdadeiras. À medida que apresentamos à criança argumentos poéticos que desestabilizam a crença de um único olhar do homem para si, para o outro e para o mundo, contribuímos também para uma educação pela paz”, finaliza.
O projeto de produção do livroliterário, realizadocomrecursos da Lei do Mecenato da Fundação Cultural de Curitiba, está apoiado na edição dos contos da literatura universal, herdada da tradiçãodenarrativaspopulares: As oito fadas (Coréia do Norte), FlordaLua(Japão), Elal, ocriador dosTehuelches(Argentina), Kintu e Nambi (Uganda), O gigante que não podia morrer (Brasil), Paulino, o destemido (Itália) e Os setecorvos(Alemanha). Alémdo livro, duas oficinas de formação de contadores de histórias para 70 pessoas integraram o projeto. A capacitação foi realizada para mediadores de leitura da Secretaria Municipal da Educação e Fundação Cultural de Curitiba.