Talento, criatividade e versatilidade, são esses os sinônimos que definem a cantora e atriz Isabela Eva, que acaba de lançar seu novo single chamado ‘Eva’. Ela faz parte da banda de rock Bella Utopia, com a qual já gravou três álbuns, além de ter sido destaque no segundo, ‘O Dilema do Prisioneiro’.
A nova versão de Eva - faixa que ficou bastante conhecida com a banda Rádio Taxi nos anos 80 e na voz de Ivete Sangalo, nos anos 90 – vem no ritmo do rock’n roll prometendo uma reflexão mais profunda acerca da letra, que fica mais evidenciada quando combinada à potente voz da cantora junto ao som da guitarra.
A pluralidade de Isabela é evidenciada nos trabalhos como diretora e roteirista, já dirigiu séries como ‘Vícios do Amor’, ‘Flor de Hana’ e ‘Tráfico de Ilusões’, além do curta ‘Quarto 10’.
Isabela vem inovando o cenário artístico goiano através de seus trabalhos, evidenciando a forte presença do rock no estado, trazendo consigo grandes nomes de fora, como o produtor Ronaldo Lima, que participou de seu recente single. A forte personalidade da artista se funde com desmesurada sutileza, o que transforma seus inúmeros projetos em símbolos de uma cultura que se expande Brasil afora.
Qual foi a inspiração para gravar o novo single?
Eu escolhi essa música porque me remete muito a esse momento que para mim é um pouco apocalíptico. Estamos vivendo uma fase de recomeços do mundo com a pandemia. Aquela sensação que “é o fim da aventura humana na terra”. Por outro lado, algumas pessoas também sempre me falavam para gravar essa música pelo meu nome, Eva. No auge da pandemia entrei no meu quarto, peguei o violão e saiu uma versão. Mandei a música, voz e violão para o produtor Ronaldo Lima, um cara ganhador de grammys e com uma história de respeito. Ele gostou da ideia e mandou ver. Um produtor que entendeu o que eu queria. Regravar uma música conhecida é sempre muito bom para aproximar a gente do público. Eu venho de uma fase pesada de música autoral com a banda, mas eu achei que seria um momento legal de apresentar essa música “Eva”, que foi um grande sucesso com a banda Rádio Táxi e que merecia mais uma versão. Inclusive, fiquei muito feliz e emocionada com o elogio do Gel Fernandes, baterista da banda. Ele gostou muito! Foi incrível esse feedback dele!
Qual mensagem você quer trazer para o público com esse novo projeto?
A mensagem maior que pensei com essa música foi tudo o que sinto com essa letra. E a pandemia me remeteu ainda mais a isso. Por vários momentos tive essa sensação do que a letra fala. A pandemia nos obrigou a repensar várias coisas. E como disse, fiz a versão no auge dela, naquele momento literalmente pensei nessa ideia de “Será o fim do mundo?”. Além disso, a banda Rádio Táxi merecia essa homenagem. Precisamos conhecer nossa história do rock. Aqueles que lá atrás, abriram o caminho.
A melancolia da letra da música se esconde em meio ao ritmo frenético na versão dos anos 80 e 90. Você acredita que com a versão rock’n roll esse sentimento escondido nas letras tenha ficado mais evidente?
Acredito que o rock evidencia mais a reflexão. A versão mais frenética impõe muito mais o ritmo. E essa letra é bem profunda. O rock, para mim, é um estilo que equilibra bem a letra com a mensagem. E precisamos não ter medo de refletir sobre as coisas, sobre o que se passa a nossa volta. Nada contra a alegria e tal, mas a vida não é feita apenas disso.
O produtor Ronaldo Lima, ganhador de vários grammys, participou da produção desse projeto, o quanto isso representa para esse novo momento da sua carreira?
Fiquei muito feliz quando o Ronaldo Lima aceitou produzir a faixa. Gravei voz e violão de uma maneira simples, como sempre faço e mandei para ele. Mas ele captou muito a essência do que eu queria. Ele não tem tantos prêmios à toa. Respeita as ideias. E quando ele me mandou achei incrível quando ouvi. Ele construiu os arranjos com muita grandeza, mas sem querer mudar a minha estrutura. Muito bacana isso. O cara é demais.
Além de cantora, você é atriz, diretora e roteirista. Desde quando a arte se faz presente na sua vida?
A música surgiu na minha alma primeiro. Depois comecei no teatro, mas acabei mergulhada no cinema. Desde criança, sendo prima do famoso diretor Bruno Barreto, tive a oportunidade de ver de perto como fazer cinema. E aquilo me marcou muito. Sabia que faria parte da minha vida. E hoje tenho vários curtas como atriz. E agora diretora e roteirista. Amo trabalhar a parte de trilha sonora também, algo que marca muito a sétima arte. E é quando consigo aliar minhas duas paixões: música e cinema. Mesma coisa quando gravo um clipe. As essências se misturam.
Além de trabalhar com atores locais, você traz para suas produções atores já conhecidos pelo público, é uma maneira de levar a classe artística de Goiás para o âmbito nacional?
Estou com um projeto, meu workshop de cinema E.V.A. (Estímulo, Verdade, Ação!). Criei um método para aprofundar os atores na técnica de cinema, que muda bastante quando falamos em teatro. E aproveito para selecionar atores para meus projetos, como curtas e séries. E com a pandemia, levei o projeto para o zoom, no formato webséries. Além dos atores que fazem o worskhop, tenho convidado atores experientes, daqui de Goiânia e de fora, o que traz uma troca incrível e ao mesmo tempo amplia o raio de ação dos atores goianos. E tenho me inspirado cada dia mais com o talento deles. Já estou com mais de 10 webséries e acredito que a criação de um bom personagem acontece independentemente da plataforma, basta querer. Ainda criei uma premiação: o Prêmio Claquete E.V.A.
Já existe em mente algum projeto futuro?
Sempre tenho projetos futuros (risos). Muitas ideias. Tanto no meu projeto solo, como com a minha banda Bella Utopia. E filmes, muitos filmes. Aguardem novidades.
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