Mesmo com a boa campanha do Vila Nova no Campeonato Brasileiro da Série C, o presidente colorado Gutemberg Veronez abriu o jogo e revelou as imensas dificuldades que o colorado vem passando neste segundo semestre. Segundo Guto, as dificuldades financeiras se devem às expectativas frustradas com relação à arrecadação em jogos do clube e também ao fim dos recursos de parceiros que forneciam verba para o clube, que assim deixaram a situação financeira crítica.
“Não é falta de dinheiro, até porque nós nunca tivemos dinheiro aqui e isso não é novidade para ninguém. É óbvio que nós esperávamos uma receita maior dentro dos nossos jogos e isso não aconteceu e a situação agora ficou crítica. Então, em situações críticas nós temos que ter atitudes drásticas. Não adianta a gente trabalhar para daqui a 30 dias, porque daqui a 30 dias nós estaremos jogando com o sub-20”, disse Guto.
Uma das soluções que está sendo cotada para busca de recursos é retornar o mando dos jogos do clube para o Serra Dourada. Guto Veronez explicou que o Estádio Onésio Brasileiro Alvarenga não dava arrecadação ao clube por nunca chegar a sua capacidade total, salientando que uma possível volta ao Serra Dourada precisaria da ajuda dos torcedores colorados em questões de público.
“Não está sendo devido a nós não estarmos conseguindo lotar a capacidade máxima dentro do OBA, sempre está tendo uma lacuna de 1.000, 1.200 torcedores faltando. É lógico que o sócio aumentou bastante, isto é um ponto positivo. A volta para o Serra Dourada se dá com o objetivo de ter uma força-tarefa da nossa torcida que a gente sabe que ela é capaz disso, de no próximo jogo contra o ASA, a gente precisa de 25 mil torcedores a um ingresso com preço de R$ 20. Não vamos mentir e omitir mais e isso é uma tônica da nossa gestão, transparência”, falou.
Guto explicou que outro fator predominante para este caos financeiro foi a pausa da Copa América na Série C.
“Esta parada da Série C quebrou os times brasileiros e isto a gente sabe, que todos os presidentes da Série C estão com dificuldades. Tem times como o Icasa, que iria abandonar a competição. O Confiança está com dois meses de salários atrasados, o próprio Fortaleza está indo pro segundo mês de salário atrasado. Nós ficamos 25 dias sem nenhuma receita e isso aí, as despesas não pararam, então, acabou dando esse colapso também em função disso”, afirmou.
Em meio a tudo isso, o presidente colorado enfatizou que um dos meios para ajudar a equilibrar as finanças do clube será a convocação de antigos conselheiros para ajudar a pagar os acordos deixados de antigas gestões: “Existe também, que a gente quer deixar bem claro, um passivo muito grande, que a gente vem pagando, são os acordos que nosso jurídico tem feito com muita maestria, só que essas contas chegam e infelizmente é aquele ditado: ‘a gente casou com a viúva e tem que tomar conta dos filhos’. Mas a gente vai chamar essas pessoas na responsabilidade, para ver se pelo menos arcam com esses acordos que eram das suas gestões.”
Outra solução cogitada pelo presidente é disponibilizar o passe de jogadores das categorias de base para conselheiros, fazendo uma parceria com estes ou quem desejar comprar passe dos atletas, tudo para ajudar a obter pelo menos R$ 450 mil, valor este que, conforme Guto Veronez, ajudaria a administrar o clube até o final da temporada.
O presidente colorado prometeu para hoje a tarde anúncios sobre o rumo vilanovense neste segundo semestre. Não estão descartadas dispensas, sejam elas entre jogadores, comissão técnica ou até mesmo no administrativo do clube.