Paris viveu um momento histórico neste domingo quando a Catedral de Notre-Dame, símbolo da capital francesa, celebrou sua primeira missa desde o devastador incêndio de abril de 2019. A cerimônia, marcada por uma "intensa emoção", reuniu 150 bispos e os sacerdotes das 106 paróquias parisienses, além do chefe de Estado, em um evento que mesclou tradição e renovação.
O Arcebispo de Paris, Monsenhor Ulrich, conduziu a cerimônia com gestos carregados de simbolismo. Em um rito de purificação, ele aspergiu água benta sobre a assembleia, o altar e o ambão, reafirmando o caráter sagrado desses elementos após anos de restauração. Suas palavras ecoaram não apenas dentro da catedral, mas também para aqueles que acompanhavam por telas, reconhecendo a amplitude do momento e a expectativa que cercava este retorno.
Missa inaugural, restrita a convidados, atraiu fiéis que chegaram com grande antecedência, ansiosos para testemunhar este marco na história da catedral. Mesmo aqueles que assistiam por telões participavam ativamente, fazendo o sinal da cruz em momentos apropriados, demonstrando a profunda conexão espiritual com o evento.
Cerimônia foi rica em detalhes significativos. Cada participante recebeu um livro litúrgico especial, adornado com uma imagem da Virgem Maria, simbolizando a continuidade da devoção. O início da missa foi marcado por uma procissão solene das bandeiras das paróquias parisienses, acompanhada pelos coros da Maîtrise Notre-Dame e pelo majestoso som do grande órgão da catedral, restaurado para esta ocasião.
Este evento não marca apenas o retorno das celebrações religiosas a Notre-Dame, mas também simboliza a resiliência e a capacidade de renovação de um monumento que é parte integral da identidade francesa. A reabertura gradual da catedral ao público geral, com uma missa aberta programada para mais tarde no mesmo dia, sinaliza o início de um novo capítulo na história deste ícone arquitetônico e espiritual.
Ressurreição de Notre-Dame, após anos de meticuloso trabalho de restauração, não é apenas um triunfo arquitetônico, mas um momento de união e esperança para muitos. Enquanto Paris e o mundo observam, a catedral mais uma vez se ergue como um farol de fé e cultura, pronta para receber fiéis e visitantes em suas naves históricas, agora renovadas.