José Carlos Vieira Especial para Opiniãopública
Vender uma imagem, uma ideia, um produto, se destacar na multidão de promessas e conquistas. Vivemos a era do Marketing, a exploração de uma marca, de um estilo, pessoa, e todos sabem o quanto é dramático ter um nome negativado no SPC. Uma imagem é veiculada na TV, jornal, WhatsApp, Facebook, e-mail, de todas as formas e vertentes possíveis. Há muitas pessoas mostrando mais do que valem e também valendo mais de que mostra, mas quem se omitir ficará fora do mercado. Divulgar, valorizar, fazer a propaganda boca a boa, veicular uma imagem que será multiplicada milhares de vezes em todos os meios de comunicação. De repente, o mundo ficou pequeno com tanta exposição e caminhos para a fama, além do BBB e outras possibilidades imediatas. Tudo é modo de divulgação, seja um anúncio no jornal, uma propaganda de três segundos na TV, uma faixa com um nome ou ideia, a vinheta na emissora de rádio, a promoção na porta da loja em letras enormes dizendo que aquela roupa ou sapato está sendo vendido abaixo do preço. Talvez, a Coca-Cola seja a marca mais famosa do mundo, pois outra pessoa pode até fabricar outro refrigerante mais gostoso que ela, mas que nome terá?
Propaganda e publicidade, forma e conteúdo, e o espetinho é vendido mais pelo cheiro de que pelo suposto gosto. Assim caminha o mundo transparente, aparente, com a explosão da venda de uma ideia ou produto potente. Não haveria corrida de Fórmula 1 ou times de futebol como Flamengo, Vasco, Goiás, Vila Nova, São Paulo se não houvesse os patrocinadores. Como imaginar um mundo sem marketing, divulgação, mídia, exploração de uma marca? O jogador Túlio Maravilha foi um dos maiores marqueteiros do futebol mundial, pois ele promovia sua imagem de artilheiro e também o próprio jogo. Chegou ao milésimo gol e foi um campeão do microfone, mascote da imprensa falada, escrita, televisada. A publicidade move o mundo, seja um político, atleta, artista, empresária, equipe. A meta é estar bem na boca do povo e no coração da mercadoria exposta. Como já foi dito, não haveria Fórmula 1 ou futebol sem a indústria da bebida e dos cigarros. Cada mercadoria tem seu preço, mobilidade, aceitação, exploração singular num mercado plural. Saber usar a boa imagem é a tarefa de marqueteiros, divulgadores, ampliadores do prestígio. E tem muito jogador DVD no Brasil...
É notória a analogia sobre o caso da galinha e da avestruz, sendo que a avestruz bota um ovo enorme e fica calada. Já a galinha bota o seu minúsculo ovo e sai espalhando para o galinheiro e o mundo inteiro. É a hora e vez da propaganda, perpetuando a frase do Paraíba e seu cartão. A fama e o destaque, o pavão e a visão dos mercados, a busca de novas oportunidades, porque mais uma vez quem não é visto não é lembrado. Vender, trocar, mostrar, ampliar seu espaço é corrente de qualquer homem de sucesso, seja no comércio, indústria, no degrau de bens e serviços e até na religião, sim, pois se o padre ou pastor não souber cativar seus fiéis e obreiros perderá campo para outras seitas e templos. Uma vez um político disse que se sofresse um acidente na viagem a imprensa deveria ser avisada primeiro que os médicos. Quem fica calado ou estacionado perde fatias importantes do mercado, já que vivemos a era da comunicação, da valorização da mercadoria em escalas mundiais e mesmo banais. Tudo está perto, unido pelas ondas do rádio, da fibra ótica, da internet que coloca o mundo aos seus pés em poucos segundos. Os anúncios dos classificados se movimentam como uma forma de recado do vendedor para o consumidor. Nada se perde, e é perigoso que até a vaca abra um processo porque o seu berro foi usado e gravado sem sua autorização bovina. O mundo se move diante das câmeras, palavras, cores e adesivos, deixando no inconsciente coletivo a frase clássica de que “tomou Doril a dor sumiu”, mesmo sem muitos saberem qual é a composição do remédio veiculado na telinha mágica. A turbina do marketing não pode parar, e lá na distante e discreta cidade de Carmelândia, no Ceará, um menino briga com o pai para que o criador compre uma camisa do Barcelona com o nome do Neymar nas costas do produto glorificado pela mídia. E você, sabe explorar sua boa imagem? Quanto vale o seu talento?
(José Carlos Vieira, escritor e jornalista do Jornal Folha da Cidade, Rio Verde. E-mail [email protected])