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OPINIÃO

Uma análise sistemática e psicológica da renovação interior através da psicoterapia à luz do evangelho de Jesus

Não podemos negar que estamos vivenciando um período de grandes tribulações interior que se exteriorizam em diversos conflitos nas relações interpessoais, separações conjugais, vícios diversos e no campo social provocando doenças físicas, emocionais (psíquica) e espirituais.

Jamais a sombra coletiva dos tempos modernos teve tanta repercussão dentro das religiões e junto aos profissionais que trabalham com a alma humana – Psicoterapeutas, Psiquiatras e Psicólogos.

“... Ninguém pode ver o reino de Deus, se não nascer de novo” (S. João, cap. III, v. 3), Nicodemos, que era rabino e doutor da Lei, fátuo, mas interessado em conhecer a verdade, desnudou-a com audácia, quanto à necessidade de nascer de novo, de volver ao proscênio terrestre, a fim de reeducar-se, de reconsiderar atitudes, de aprofundar conhecimentos, de libertar o Eu profundo dos fortes grilhões do ego (sombras de nossas vidas passadas), sempre hábil na maneira de esconder os próprios interesses, dissimulando adesão, quando apenas foge à transformação a que se deve submeter.

Um estudo acurado de lógica rompe a forma em que se expressou, não deixando margem à dúvida, antes revelando ser esse renascimento a chave de penetração no conhecimento da realidade, que decifra o enigma do destino humano e apresenta a causalidade dos fenômenos orgânicos, emocionais e psíquicos conforme se expressem.

No processo de crescimento moral através das sucessivas reencarnações, o ser aprimora os conteúdos íntimos, lapidando as arestas e libertando-se das várias camadas de inferioridade por onde transitou ao largo da jornada evolutiva, quando se foi despindo dos condicionamentos e impulsos para alcançar a consciência da razão e do discernimento, antegozando o período futuro da intuição ou integração na Consciência Cósmica.

Entretanto, compreendemos que a renovação interior não se dá apenas em nível da reencarnação; mas aos renascimentos em uma mesma existência. A cada momento o ser psicológico renova-se, quando trabalhado pelos valores éticos e libertando da sombra individual e coletiva que o confunde, constituindo esse esforço uma nova existência de conquistas e de transformações a que se submete. No entanto, nenhuma paráfrase pode substituir o sentido profundo do nascer na carne, nascer no Espírito, qual o vento que sopra onde quer e ninguém sabe de onde vem nem para onde vai...

A Psiquiatria e Psicoterapia espiritualistas, apoiada na experiência de laboratório, semelhante a outras doutrinas palingenésicas, toma o nascer de novo como paradigma para a sustentação da Divina Justiça e para o mecanismo experiencial da conquista do Eu profundo, cada vez mais sutil e triunfador sobre as dificuldades do processo de desenvolvimento pessoal, demonstrando que todo efeito provém de uma causa semelhante e a cada semeadura corresponde uma colheita equivalente. Ninguém colhe o que não plantou! Estamos hoje onde construímos para sermos e estarmos nesse “ponto” de nossa vida.

Muitos dos distúrbios psicóticos e neuróticos superficiais ou profundos estão sediados nas estruturas vibratórias das vivencias transatas, quando houve delitos ou tragédia, que se imprimam nos painéis do inconsciente profundo – as tecelagens “ultradelicadas” do perispírito – e ficaram adormecidas nos refolhos do ser ou programaram a organização psicofísica com os fatores correspondentes à necessidade de terapia moral.

Através da psicoterapia aprofunda-se a sonda na investigação da origem de algumas psicogêneses de diferentes enfermidades físicas, emocionais e psíquicas, defrontar-se-á com a existência da vida antes do berço e a continuação da mesma após o túmulo – Psicologia Transpessoal.

Todos os seres animais e humanos experimentam esse impositivo dos renascimentos sucessivos de forma a se aprimorarem e alcançarem o estado de consciência cósmica.

Jesus – o Homem, que nunca reencarnara antes na Terra, apresenta-se-nos como o Ser Integrado, que houvera adquirido conhecimento e amor e viera experimentar provações e ultrajes, a fim de conseguir êxito na tarefa, que Lhe fora confiada pelo Pai, como administrador e condutor do planeta em se hospedara (Terra).

Havendo logrado superar as paixões anteriormente, enfrentou a sombra coletiva, sem tormento da presença da sombra pessoal (Ego), pela faculdade encontrar-se em posição superior não obstante, sem fugir a todas as provocações e perseguições, asperezas e confrontos, sofrendo e compreendendo essa necessidade característica do comportamento humano, que Ele viera para modificar. E nenhum recurso é mais poderoso e didático do que aquele através do qual alguém oferece a própria vida, a fim de conquistar aqueles que recalcitram e estão empedernidos na mesquinhez do egoísmo e na cegueira do orgulho mórbido.

Esse Homem-Jesus, perfeitamente ao alcance do entendimento humano de todos os tempos, tornou-se o protótipo que deve ser seguido e vivido, ao tempo em que, atraente, arrasta para o Seu convívio todos aqueles quantos se encontram sob o magnetismo da palavra e da vida com que lhes brinda.

Não podemos negar que a reencarnação é também processo psicoterapêutico de amor Divino, de justiça magnânima, que a todos faculta os meios de evoluir a esforço pessoal, dignificando e identificando cada criatura com as suas conquistas pessoais intransferíveis, que se desenvolvem mediante a liberação da retaguarda das trevas de ignorância e de perversidade no rumo de um permanente presente de realizações e de paz. Desfazer do Homem velho e ir de encontro ao Homem novo requer esforço e luta contra as mazelas humanas impregnadas no períspirito há milênios.

Lembrando apenas que não realiza, muitas vezes, sozinho as espinhosas tarefas que lhes dizem respeito, não os liberta da inferioridade a passe de mágica, de arrependimento ou de valores terrestres; apesar disso, a psicoterapia com Jesus - benigno e amoroso, ensina como conseguirem a auto-estima, a auto-iluminação, a autoentrega, facultando-lhes encontrar a paz e vivê-la dentro de uma fé raciocinada e particularizada de cada ser.

O momento presente é o tempo do renascimento, do aprimoramento moral, da busca do ser por si mesmo, da individualidade do ser e libertador de consciências, propondo que cada um supere a própria sombra (o lado escuro da alma – inimigos do passado) porque “ninguém pode ver o reino de Deus, se não nascer de novo”, o que pode significar limpar-se das mazelas conflitivas mediante a psicoterapia do amor e da caridade, desfrutando desde logo de harmonia plena.

(José Geraldo Rabelo, psicólogo holístico, psicoterapeuta espiritualista, parapsicólogo, filósofo clínico, especialista em família, depressão, dependência química e alcoolismo, escritor e palestrante. E-mails.: [email protected]  e/ou [email protected])

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