Home / Opinião

OPINIÃO

Uma análise sistemática sobre o uso abusivo de álcool: doença psíquica, influência espiritual ou ambos? - Parte II

Nos dias atuais o consumo de álcool é adornado e enfeitado com promessas de momentos de felicidade e o famoso: “curtir a vida”. De prazer ao máximo, do auge da excitação quando a adrenalina invade o organismo dando uma sensação de potência, de superioridade e poder.

Vícios expressam situações e conflitos psicológicos. Desajustes de ordem emocional que levam o indivíduo a buscar algum tipo de fuga que possa amenizar a sua dor de viver, a sua perplexidade ou negação ante a vida, os seus medos, inseguranças e frustações de toda ordem.

Tenho recebido em meus consultórios (Goiânia, Inhumas e Catalão) pacientes de idades diversas com grandes problemas em consequência da ingestão de bebida alcóolica. Muitos não poderiam ser considerados alcoolistas pela quantidade mínima que faz de bebida alcóolica, entretanto, a questão que abordamos aqui não é a quantidade apenas; mas principalmente a mudança exagerada de comportamento.

Muitos são diagnosticados, precipitadamente de Esquizofrênicos, Bipolar, Depressivo e outros transtornos. Quando na verdade o problema que desencadeia os sintomas de tais diagnósticos é simplesmente o álcool. Não estamos aqui defendendo ou dizendo que essas enfermidades não existem; mas é fator sine qua non, fazermos um diagnóstico mais detalhado e buscar mais informações a respeito do paciente e sua história de vida.

Acreditamos que qualquer doença mental ou psíquica deve ser analisada sobre três ângulos ou estudada por três caminhos diferentes que se completam: Psiquiatria, Psicologia e Espiritual. Somente podemos ajudar o paciente quando unimos forças desses três caminhos juntamente com ajuda e tratamento dos familiares. O alcoolismo não é uma doença Psiquiatra, nem Psicológica e nem Espiritual. O alcoolismo é um conjunto de fatores psiquiátricos, psicológicos, espirituais, econômicos, políticos e sociais.

Muitos projetos de vida não passam de projetos de morte. Dormem o sono multimilenar da alma, sem se conscientizarem do sentido da vida, do que realmente são e do quanto é possível realizar. Motivos pelo qual ao passarmos para o outro lado da vida levamos conosco nossas enfermidades viciantes e então necessitamos dos “canecos vivos” para satisfazerem nossos vícios: álcool, droga, comida, sexo irresponsável, dinheiro, trabalho, pessoas, etc. Dentro dessa inconsciência acreditamos ou fingimos que estamos felizes. Mas a taça do prazer apresenta-se inesgotável e é preciso saciar todos os instintos, seja como for. Iludimos supondo que a felicidade é viajar no embalo do vício, seja ele qual for.

Pacientes chegam ao meu consultório rodeado por sombras “animalescas” que os atormentam dia e noite a fim de saciar os seus vícios. Alguns os chamam de “demônios”, outros de obsessores e os organicistas de delírios e ilusões criados pela mente humana.

Não pretendemos criar ou fazermos um separatismo de opiniões; mas nosso intento precípuo é unir forças para ajudar aos que sofrem as dores da alma.  Ninguém é dono da verdade ou possui a verdade absoluta. Mas é fato que a Ciência vem comprovando a reencarnação, a mediunidade e a influência de forças ocultas que ainda fogem o nosso real entendimento.

Em consequência desses desenfreio os guetos da miséria se alargam, não tem fronteiras, alastra-se a miséria moral e campeiam os vícios, muitos deles repetimos, maquiados, perfumados, embalados para presente a fim de atrair os incautos, os jovens, as crianças. Bebidas contendo grande quantidade de álcool são misturadas com substâncias adocicadas para atrair e enganar crianças e adolescentes, muitas os futuros dependentes e viciados sem nenhum controle. Pois, a mesma sociedade que nos convida a beber é a mesma sociedade que amanhã vai nos repelir e nos recriminar.

Nesse processo temos a ligação dos vícios aos obsessores. Lembrando que, obsessores não são apenas espíritos desencarnados, mas existe também a obsessão de encarnado para encarnado. Suely Caldas Schubert – Obsessão e Desobsessão - escreve brilhantemente os cinco tipos de obsessão: 1. De encarnado para encarnado; 2. De encarnado para desencarnado; 3. De desencarnado para desencarnado; 4. De desencarnado para encarnado e 5. Auto obsessão.

Obsessores ou perseguidores são espíritos que atormentam os seres humanos, sejam aqueles que vêm para cobrar débitos de vidas passadas ou apenas por “afinizarem” com nossa sintonia mental. Lembrem-se da lei da afinidade: os afins se atraem. Mas é importante dizer que não são seres diferentes, não são demônios no sentido que se empresta a esta palavra e sim pessoas que viveram na Terra e que retornaram ao mundo espiritual. Levando da vida terrena suas paixões, vícios, virtudes, ou seja, tudo que cada um é e construiu durante sua estada na terra.

Não existem sobre a terra seres perfeitos ou uns melhores que outros; somos apenas diferentes e neste amplo espectro do vício são os seres humanos que não se veem retratados em uma de suas facetas. Quem dentro nos podemos afirmar ou dizer: “Eu não tenho nenhum vício!”. Ao dizer essas palavras confessa a si mesmo o vício da mentira e do orgulho.  De uma forma ou outra forma ainda cultivamos algum tipo de vício.

Levamos após a nossa morte física os desejos e vícios gravados em nosso inconsciente (períspirito) e ao acordarmos no plano espiritual podemos querer continuar vivendo com se ainda pertencêssemos a terra. Espíritos viciados, dependentes químicos, dependentes morais, assassinos e condutas viciosas ao se desvestirem da roupagem carnal prosseguem com os mesmos desejos e paixões. Mesmo na sua condição de desencarnado, a irrefreável dependência os leva a procurar entre os encarnados aqueles com os quais se afinizam, que apresentem a mesma situação, a fim de se locupletarem através deles daquilo por que tanto anseiam.

Assim na “construção” da nossa personalidade e conduta moral quando nos desviamos do caminho do bem e despertamos em nós os fantasmas do passado através de nosso emocional e psicológico desequilibrado, nos unimos aos espíritos viciados que vai intensificar o desejo de ingerirmos bebidas alcóolicas de maneira compulsiva. Não bebemos mais apenas com os amigos encarnados; mas atraímos e abrimos as portas para nossos irmãos desencarnados em desequilíbrios e atormentados pelos erros aqui cometidos.

Não deixem de ler o final deste artigo na parte III.

(José Geraldo Rabelo, psicólogo holístico, psicoterapeuta espiritualista, parapsicólogo, filósofo clínico, especialista em família, depressão, dependência química e alcoolismo, escritor e palestrante. Emails: [email protected]  e/ou [email protected])

Leia também:

edição
do dia

Capa do dia

últimas
notícias

+ notícias