Dando continuidade ao nosso tema parte II editado nesse conceituado jornal no dia 27/07, devemos estar sempre consciente que nossas enfermidades não são casuais ou pior, castigo de Deus ou falácias do gênero.
Não podemos evitar ou descartar a psicoterapia espiritualista como sendo uma das ciências que mais tem se preocupado em buscar as verdadeiras causas de nossos males.
“A Psicologia data de 1860, hoje completa mais ou menos 150 anos, o espiritismo da de 1857 com o lançamento no dia 18 de abril do Livro dos Espíritos.” A profissão de psicólogo está regulamentada há 55 anos. A denominação “psicologia” deriva-se do grego psyché, que significa alma, o alento, o sopro da vida. A alma é o conceito popular da entidade interna que guia e regula os destinos humanos; é imortal, livre e de origem divina. Para os espíritas é o próprio espírito encarnado. Pois é justamente a energia que a denomina, que dá destinação à psicologia.
Singulariza o homem, respeitando-lhe as particularidades e busca ajuda-lo que possui de genérico (estudos de seu comportamento). Reconhece no ser humano a sua complexidade, o potencial, a dinâmica evolutiva, expressada pelos seus impulsos de mudança e crescimento. Para tanto, preocupa-se com os movimentos contra impulsos, suas angustias, bloqueios, defesas, insatisfações, visando facilitar sua caminhada em busca de si mesmo ou de sua libertação de seu ‘maior’ vilão: o Ego.
A medicina psicológica atual busca tal como a ciência espírita respostas às perguntas que a tempo gera conflitos no homem rodeado as tecnologias, invenções e automações, sem, contudo, compreender a origem das doenças.
Claro está que não pode ajudar na cura se não compreendemos a origem das enfermidades, principalmente, as enfermidades ‘invisíveis’: psiquiátricas e psicológicas.
A compreensão das enfermidades através da reencarnação, não como religião; mas como algo já comprovado pela Ciência e experiências através dos fatos, pode ser a maneira mais correta de trabalhar e compreender a cura.
“As chagas da alma se manifestam através do envoltório humano e o corpo doente reflete o panorama interior do espírito enfermo.” Emmanuel
A doença não é uma causa, é uma consequência proveniente das energias negativas que circulam por nossos organismos espiritual e material.
No vasto quadro das enfermidades, a ausência do auto-amor no indivíduo supostamente doente responde pela desarmonia que o aflige. Muitas vezes inconscientes estão instaladas no desrepeito, desconfiança e mágoa por si mesmo, resultante de ações infelizes pretéritas. Trazemos de vidas transatas os débitos de nossos erros e sentimentos nefastos de ódio, mágoa, ressentimento, inveja, ciúme, dentre outros sentimentos que mais cedo ou mais tarde irá refletir no corpo físico e/ou psíquico.
A indisciplina mental é desencadeadora do desequilíbrio emocional e do desequilíbrio moral, fixa no psicossoma (corpo) do homem as matrizes dos distúrbios criando campo vibratório para a liberação de energias funestas.
Quanto mais avança a ciência médica, mais compreende que o ódio em forma de vingança, condenação, ressentimento, inveja ou hostilidade, está na raiz de numerosas doenças e que o único remédio eficaz contra semelhantes calamidades da alma é o perdão como veículo do Amor.
“Se te encontras enfermo, não acredites que a ação medicamentosa, através da boca e dos poros, te possa restaurar integralmente. O comprimido ajuda, a injeção melhora, entretanto, nunca te esqueças de que os verdadeiros males procedem do coração.”
Assim devemos compreender que é a união da medicina ‘física’, medicina ‘psíquica’ e medicina da alma que terá mais eficácia no tratamento das doenças; pois como já mencionamos: curar a doença é fácil; o difícil é curar o doente.
O Espiritismo científico tem uma grande contribuição a oferecer à Medicina e às escolas que lidam com a saúde humana.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda define saúde como um estado de completo bem-estar físico, mental e social. O Espiritismo, porém, amplia essa visão e ensina que saúde é o estado de completo bem-estar biopsicossocioespiritual, pois leva em consideração os fatores biológicos, psicológicos, sociais e espirituais que influenciam o ser humano em sua passagem pela existência terrena.
Diferentemente da Medicina do Corpo, que ainda é exercida em larga escala nos dias de hoje, o Espiritismo descortina um novo modelo, o da Medicina da Alma.
No paradigma médico-espírita, o ser humano é um conjunto complexo, constituído de corpo físico, corpos sutis e alma; a prioridade, no entanto, na direção desse conjunto é a da alma. Compete, pois, ao espírito imortal, a construção do seu destino terreno e, consequentemente, a da manutenção da sua própria saúde.
Segundo esses conceitos, o fato de uma pessoa não exteriorizar doença durante determinada fase da existência, pode não significar que ela esteja saudável. Assim, a criatura pode apresentar-se aparentemente saudável durante um período, mas já trazer no perispírito as marcas indeléveis da doença que eclodirá um pouco mais adiante, segundo a lei de ação e reação, que tem no tempo o principal fator desencadeante.
Segundo os princípios espíritas, a questão saúde-doença está profundamente vinculada à lei de causa e efeito, ao carma. André Luiz explica, no livro Ação e Reação, que carma designa “causa e efeito”, porque a toda ação corresponde uma reação. Quer dizer que está ligado a ações de vidas passadas. Assim, o carma seria uma espécie de “conta do destino criada por nós mesmos”, faz parte do sistema de contabilidade da Justiça Divina.
Segundo esse princípio, a criatura humana tem de dar conta de tudo que recebe da vida, de todos os empréstimos de Deus, patrimônios materiais, inteligência, tempo, afeições, títulos, e também do corpo físico, que lhe é concedido para o aperfeiçoamento espiritual. E será sempre assim, na roda viva da evolução espiritual em que deve se empenhar, tendo em vista a conquista de amor e sabedoria.
Aprendemos, com os Mentores Espirituais, que a percentagem quase total das enfermidades humanas tem origem no psiquismo. Assim, orgulho, vaidade, egoísmo, preguiça e crueldade são vícios da alma, que geram perturbações e doenças nos seus envoltórios, quer dizer, no corpo espiritual ou perispírito e no corpo físico.
Assim, no estudo de toda doença, é preciso levar o perispírito em consideração, mesmo porque a cura do corpo físico está diretamente subordinada à cura desse envoltório espiritual. Há exemplos importantes nos livros da coleção André Luiz que elucidam o nosso estudo. Vou citar apenas dois deles.
As doenças, em geral, surgem relacionadas à idade em que as faltas foram cometidas.
Finalizando nosso artigo sobre o assunto lembrando que nada acontece por acaso, uma simples gripe ou um câncer fulminante, advém de débitos de vidas passadas e desequilíbrios psicoemocionais e morais na atual existência. Somos guiados e dirigidos pelos nossos pensamentos, ou seja, somos produtos de nossos pensamos ou somo aquilo que pensamos ser.
(José Geraldo Rabelo, psicólogo holístico, psicoterapeuta espiritualista, parapsicólogo, filósofo clínico, artista plástico, prof. Educação Física, especialista em família, depressão, dependência química e alcoolismo, escritor e palestrante)