A visão mais comum sobre o acidente de trabalho é aquela ligada às pessoas, mas não devemos nos esquecer que os acidentes causam inúmeros prejuízos materiais. Quando ocorre um acidente, máquinas e equipamentos podem ser quebrados ou danificados paralisando linhas de produção, atrasando entregas e causando perdas financeiras que às vezes levam tempo para voltar à normalidade. Além disso, muitos acidentes terminam em mortes ou aposentadorias precoces, fazendo com que todo o investimento em treinamento seja perdido. Claro que tudo isso é muito pouco diante de uma vida humana, mas o fator material não pode ser ignorado.
Quando algo é destruído ou algum tempo foi perdido, isso é para sempre, não há como recuperá-los. A empresa pode ter um seguro ou uma reserva de capital para recompor os danos, mas os valores perdidos são para sempre, pois alguém lá na ponta vai pagar esse prejuízo, quer seja através de uma seguradora ou pelos próprios recursos da empresa.
O profissional de Segurança do Trabalho tem como objetivo atuar na prevenção dos acidentes buscando implementar medidas de Segurança que visam minimizar prejuízos de qualquer ordem. A empresa através de seus representantes tem a obrigação de facilitar o trabalho deste profissional, fornecendo-lhe todo o suporte necessário para que o seu trabalho surta efeito. Só assim os riscos de perdas serão minimizados e a empresa pode obter resultados positivos na sua política de Segurança do Trabalho e consequentemente poupar seus equipamentos, maquinários e claro – evitar os temidos acidentes.
Nos dias atuais, o grande desafio do profissional de segurança é aliar a segurança do trabalho às constantes reduções de orçamentos da empresa. Entretanto, cabem algumas perguntas: Isso é possível? Como uma empresa pode diminuir seus custos sem atingir o setor de segurança do trabalho? A resposta para essas perguntas está no ganho da produtividade - menos acidentes significam menos afastamentos e menos afastamentos se traduzem em mais dias trabalhados.
A Segurança do Trabalho e o cumprimento das Normas de Segurança é responsabilidade das empresas - quem cumprir, não faz mais que a obrigação e para aquelas que desobedecem, cabe ao Ministério do Trabalho e aos Sindicatos identificarem o que está errado e aplicar as medidas necessárias para corrigir os problemas. Uma empresa não é criada para obter prejuízos e sim lucros, mas o lucro não deve prevalecer sobre a vida humana. Para que haja equilíbrio entre capital e trabalho a empresa deve proteger o seu maior patrimônio que é, indiscutivelmente o trabalhador.
Os acidentes e os enormes prejuízos por eles causados, já deveriam estar em pauta nas empresas há muito tempo, não há como cortar custos atingindo a segurança do trabalho. Uma política de segurança do trabalho bem implementada e uma consciência empresarial moderna focada na prevenção, são fatores decisivos para uma empresa continuar sempre saudável e economicamente viável. Nunca é “caro” investir em prevenção!
(Cristiano Garcez Gualberto, consultor em Saúde e Segurança do Trabalho, Sargento pelo Corpo de Bombeiros Militar de Goiás, graduado em Ciências Contábeis pela UNIRV, pós-graduado em Segurança do Trabalho (FIJ/RJ), instrutor e especialista em Trânsito e Transportes; técnico em Segurança do Trabalho, professor de Segurança do Trabalho do Senac Goiás - E-maill: [email protected])