Agora com três candidatos à presidência do diretório: Daniel Vilela, Paulo Cezar Martins e Nailton de Oliveira; convenção está marcada para 5 de fevereiro
Sem entendimento desde o ano passado, quando não conseguiu realizar convenção, em outubro, o PMDB de Goiás vai chegar à convenção, marcada para 5 de fevereiro, dividido, o que poderá comprometer o desempenho do partido nas eleições municipais deste ano e na estadual de 2018.
Com a recusa de Iris Rezende em assumir a presidência do diretório estadual do PMDB – “é preciso dar espaço às novas lideranças”, justificou o ex-governador -, o partido agora tem três candidatos ao comando partidário: deputado federal Daniel Vilela, deputado estadual Paulo Cezar Martins e o ex-prefeito de Bom Jardim de Goiás, Nailton de Oliveira.
Maguito Vilela e Iris Rezende, principais lideranças do PMDB de Goiás, afirmam que irão atuar para que o partido chegue à convenção com chapa de consenso para o diretório. Os ex-governadores, entretanto, ressaltam que, não sendo possível, uma eventual disputa na convenção não enfraquece o partido, porque faz parte do “processo democrático.”
Nem mesmo o fato de seu filho, Daniel Vilela, postular a presidência, não leva o prefeito Maguito Vilela a tomar partido na disputa interna do PMDB. “O partido está acima de todos nós. Precisamos atuar para que o PMDB continue grande, forte, em condições de vencer as eleições. Não contem comigo para dividir o partido.”
Iris Rezende tem dito a interlocutores que vai manter-se neutro da disputa pela direção estadual do PMDB. “Não contem comigo para qualquer ação que prejudique ou divida o partido. Sempre atuei para agregar, somar, fortalecer o nosso partido.”
Apoio a Daniel
O líder da bancada estadual do PMDB, deputado José Nelto, anunciou apoio à candidatura de Daniel Vilela para a presidência do partido. O deputado Bruno Peixoto, presidente do partido em Goiânia, também vai respaldar Vilela. Os deputados Adib Elias e Ernesto Roller ainda não se manifestaram.
Daniel Vilela voltou a colocar seu nome à disposição, depois que fracassou a convenção do partido, ano passado. Filho do ex-governador e prefeito de Aparecida de Goiânia, Daniel Vilela prega a “renovação partidária”, já que é, também, pré-candidato a governador, nas eleições de 2018.
Com o respaldo do deputado federal Pedro Chaves, presidente provisório do PMDB, de José Nelto e do ex-deputado federal Sandro Mabel, Daniel Vilela iniciou as articulações para a formação de chapa, a ser apresentada à convenção, para eleição do diretório estadual.
Segundo nome
Embora ligado a Daniel, o deputado estadual Paulo Cezar Martins mantém a sua disposição de apresentar chapa para a composição do diretório, sem descartar a possibilidade de, se tiver êxito, concorrer à presidência do partido.
Paulo Cezar Martins diz que a sua intenção é a de dar uma “sacudida” no PMDB, com apoio das lideranças municipais, em busca de melhor desempenho do partido nas eleições deste ano às prefeituras.
Vai insistir
Desde o ano passado, o ex-prefeito de Bom Jardim de Goiás, Nailton de Oliveira, percorre os 246 municípios goianos, na tentativa de convencer os peemedebistas a apoiar sua chapa ao diretório e, consequentemente, à presidência. Ele, que foi presidente da Associação Goiana de Municípios (AGM) e presidente do próprio PMDB estadual, conta com o respaldo da ex-deputada federal Iris Araújo, mulher do ex-governador Iris Rezende.
Nailton de Oliveira tem dito aos prefeitos, vereadores e membros dos diretórios municipais que o próximo presidente do PMDB deve ser um político que não seja detentor de mandato eletivo, descartando, assim, apoio a um deputado federal ou estadual. “Sou candidato a presidente porque tenho tempo disponível para visitar os 246 municípios, estimular candidaturas a prefeito e vereador. Não é nada pessoal contra ninguém, mas entendo que o deputado federal ou estadual está sobrecarregado com as suas atividades no parlamento e não se dedicaria o tempo suficiente ao partido em um ano eleitoral.”
Quem vota
Terão direito a voto na convenção do PMDB 160 delegados (representantes dos diretórios municipais), deputados federais (Pedro Chaves e Daniel Vilela) e os cinco deputados estaduais (José Nelto, Paulo Cezar Martins, Adib Elias, Bruno Peixoto e Ernesto Roller).
Os convencionais vão eleger 70 membros-titulares e 70 membros-suplentes para o diretório. Em seguida, os membros do diretório escolhem a executiva e o presidente. Chapas, com 70 membros, poderão ser inscritas 48 horas antes da convenção, marcada para 5 de fevereiro.