A redação do Jornal Diário da Manhã convidou o renomado advogado criminalista Dr. Leonardo Silva Araújo para responder.
Atualmente a advocacia criminal vem ganhando notoriedade nas mais diversas mídias, inúmeros casos de violação de prerrogativas estão sendo difundidas na internet e muito se fala sobre uma das profissões mais antigas da história.
“a sociedade não censura o médico que cuida do criminoso enfermo, não julga o professor que ensina um criminoso a ler, o engenheiro que projeta a mansão de um criminoso. Mas o (a) advogado (a), ao prestar seus serviços de defesa técnica ao criminoso, passa a ser visto quase como seu cúmplice“.
Qual a pressão que sofre um advogado criminal?
– Claramente, bastante pressão. Desde o momento em que grande parte da sociedade julga erroneamente o advogado criminalista como defensor de bandidos ao invés de defensor de direitos.
Na sua opinião, a mídia ajuda ou atrapalha o trabalho do advogado?
– Importante ressaltar que quanto maior a gravidade do crime cometido, maior é a rebelião social para a condenação do criminoso e maior é o ódio contra todos que defendem seus direito perante a lei, que terá que “salvar a própria pele” para não ser acusado pela sociedade de cumplicidade com tal criminoso e crime cometido.
Qual conselho daria para os jovens advogados que decidiram atuar na seara criminal?
– Quem escolhe a área criminalista para a vida, deve saber que estará defendendo a pessoa e seus direitos e não o crime no qual o indivíduo foi acusado. Por mais que seja uma boa área com salários atrativos, nem todos conseguem sobreviver no ramo, pois a prática é diferente da teoria.
– O advogado tem de saber lidar com diversos casos e necessidades de seus clientes que muitas vezes requerem não somente auxilio na área criminalista, mas também de um acompanhamento voltado para o lado psicológico que nem todo profissional da área sabe fornecer devidamente.
Advogados contam com prerrogativas para assegurar um eficaz e fiel desempenho da profissão, são asseguradas na Lei nº 8.906/94 diversas prerrogativas profissionais que possibilitam, caso observadas, um exercício altivo e zeloso do advogado criminalista, o qual, frequentemente, luta contra o Estado e as suas instituições organizadas e munidas de poder.