A Justiça Eleitoral interrompeu a veiculação de propaganda eleitoral do candidato Gustavo Mendanha (Patriota), em que ele diz existir uma aliança entre Ronaldo Caiado (União Brasil) e Marconi Perillo (PSDB) – considerada prosaica, já que os dois são considerados na atualidade os maiores adversários da política goiana.
A propaganda suspensa é considerada fake news tanto pela coordenação de campanha de Ronaldo Caiado quanto de Perillo, que disputa o Senado.
A decisão do juiz Adenir Peres Junior cobra de Mendanha provas da união e relata que ele não teria conseguido demonstrar nos autos processuais o fato.
“Não há coligação e aliança formal entre os candidatos Ronaldo Caiado e Marconi Perillo ou sua coligação federação”, disse o juiz ao retirar do ar a campanha de Mendanha, após pedido da coordenação jurídica de Marconi Perillo.
Em sua estratégia de marketing, Mendanha tenta se apresentar semioticamente como o “novinho” da campanha, em detrimento da união de políticos principais do Estado. Tais estratégias são colocadas em prática no horário eleitoral, nas redes sociais e entrevistas.
Para se colocar como 'o novinho', ele precisa tornar os demais 'velhos' coligados em um só projeto de poder. Mas a comunicação não está baseada em fatos comprovados ou documentos.
Áudio
Em um áudio que circula nas redes o próprio ex-governador Marconi Perillo nega a união com Ronaldo para os militantes do PSDB e pede votos, isto sim, para Mendanha.
Durante a fase de pré-campanha, Marconi Perillo tentou se aproximar de Mendanha. Os dois mantiveram reuniões e chegaram a cogitar a aliança, mas Mendanha seguiu a estratégia do ‘novinho’, tentando repetir o mesmo desempenho de Perillo, em 1998, quando foi candidato e representou o “Tempo Novo”.
De tempos em tempos, o clichê do ‘novo’ dá certo na disputa política, principalmente quando ocorre uma renovação do eleitorado.
Mas até agora a estratégia de Mendanha não tem surtido efeito nas pesquisas de opinião. O político tem unido estratégias de ‘novinho’ e neo-bolsonarista, com apoio de pautas conservadoras que criticam, inclusive, a Justiça Eleitoral.