“De uma coisa sabemos: a Terra não pertence ao homem. É o homem que pertence à Terra. Todas as coisas estão ligadas entre si. O que fere a Terra, fere também os filhos e filhas da Mãe Terra. Não foi o homem que teceu a teia da vida, ele é meramente um fio da mesma, tudo que fizer à teia, a si mesmo fará.”
(Trecho do discurso do cacique Seathe proferido e 1956 na presença do governador do Território de Washington).
A dificuldade do homem filho da civilização industrial enxergar a sua condição de filho da Mãe Terra encontra suas raízes no condicionamento cultural calcado numa visão mecanicista da vida, na falsa concepção de que ele, o “homem civilizado” é senhor da natureza e pode reinar soberano sobre a biosfera, geosfera, atmosfera e hidrosfera.
Felizmente, alguns dos filhos dessa civilização, dedicados e determinados a encontrar o equilíbrio entre noosfera e biosfera, fizeram grandes descobertas que se bem conscientizadas e meditadas, poderão mudar drasticamente o relacionamento do homem com a Mãe Terra, condição imprescindível para conter a brutal marcha de destruição dos ecossistemas planetários. Mas que descobertas foram essas? A descoberta de que os elementos químicos que formam todas as coisas existentes no planeta, inclusive, os nossos corpos, são também os constituintes das estrelas dos planetas, dos cometas, enfim, são um denominador comum em todo o cosmo. Outra grande descoberta se relaciona ao fato de o código genético presente em todos os seres vivos da biosfera – da simples bactéria ao homem – ser universal, ou seja, esse código opera através de “palavras” sempre constituídas por três bases nitrogenadas – os códons – cada códon possui sempre o mesmo significado, independente de qual seja o organismo que ele esteja presente. Isso está a dizer que a vida planetária apresenta uma gigantesca biodiversidade regida por uma magnífica unidade; o organismo humano, não é uma exceção, pois seu código genético possui a mesma operacionalidade verificada nos demais seres da biosfera. A terceira grande descoberta que muitos ainda não se deram conta, ou talvez, não tenham ainda compreendido o seu profundo e radical significado, é que a Terra é um gigantesco organismo vivo.
Os dados de James Lovelock, meteorologista da Nasa, demonstram que ela se autorregula, se transforma, se modifica e se ajusta para se manter viva. São três descobertas que precisam ressoar nos quatro quadrantes da Terra, para o bem dela e também para que exista um futuro para a humanidade.