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Hábitos alimentares e mitos

Com a correria do dia a dia, alta carga de trabalho e rotina intensa que atinge uma grande parte das pessoas, aumenta a dificuldade em conseguir manter uma boa alimentação. Maus hábitos geralmente vêm acompanhado de pratos preenchidos por excesso de gorduras e carboidratos. Ao mesmo tempo vazio de vitaminas, que são essenciais para uma vida saudável.

A nutricionista, Laís Teixeira Bittencourt, especialista em mutrição estética e esportiva, e personal diet, explica que adotar uma alimentação balanceada e que inclua todos os grupos de alimentos, pode garantir mais saúde, promover o bem-estar e mais energia para encarar a rotina. Para ela, é fundamental acertar nas combinações entre os alimentos.

“O ideal seria tentar sempre levar de casa para o trabalho, frutas, iogurte com cereais, castanhas, dentre outros, para os pequenos lanches. Sendo assim, evita ao máximo a ingestão de produtos industrializados como biscoitos, salgadinhos e quitandas”, diz a nutricionista.

Para as pessoas que precisam almoçar fora de casa, Laís indica que sejam evitadas frituras e alimentos gordurosos que são servidos nos restaurantes. Pela grande quantidade de estabelecimentos que oferecem churrasco, ela alerta para o cuidado com a fumaça do carvão que produz uma substância tóxica nos alimentos, cuja exposição frequente, favorece o desenvolvimento de câncer.

Ela também chama atenção em relação aos shakes comercializados com a promessa de que substituem todos os nutrientes e na verdade não o fazem, além de serem danosos ao fígado quando consumidos a longo prazo.

Em relação ao jantar, a nutricionista diz que é comum o consumo de fast foods, considerando a rotina intensa e a falta de disposição de preparar comida após uma jornada de trabalho árdua. “Esses alimentos são riquíssimos em gordura e sódio” e completa: “É sempre bom à pessoa optar por lanches simples e de fácil preparo em casa, como: saladas, grelhados, sanduíches naturais, omelete, tapioca e panqueca”.

Laís dá dicas que podem agilizar o tempo de preparo de lanches saudáveis, como: higienizar as verduras para a semana e deixar preparada porções de frango desfiado ou carne moída congelada.

Rotina corrida não é desculpa para ingerir somente fast food, afirma nutricionista (Fotos: Divulgação)

Má alimentação: estilo de vida

De acordo com a nutricionista Laís Teixeira Bittencourt, a má alimentação pode significar mais do que um estilo de vida. Ao longo do prazo, pode acarretar desequilíbrios, sem que os efeitos sejam percebidos.

“Um dos desequilíbrios observados são as alterações dos níveis sanguíneos de colesterol e triglicérides, associados às doenças cardiovasculares; aumento dos níveis de glicose, associados à resistência insulínica e diabetes; alterações nos níveis de pressão arterial, em virtude do alto consumo de sódio e do próprio excesso de peso; acúmulo de gordura, resultando em sobrepeso e até obesidade, fatores de risco para doenças crônicas como câncer, diabetes e doenças cardiovasculares”, informa Laís.

Além disso, uma alimentação incorreta também pode causar mau humor, cansaço, falta de energia e distúrbios do sono .

O que evitar?

Quanto mais colorido o prato e com menos alimentos industrializados, melhor é a alimentação (Foto: Divulgação)

Para a nutricionista Laís, as pessoas devem evitar alimentos industrializados que em sua maioria são ricos em gorduras saturadas, açúcar e sódio; frituras (ricas em gorduras e podem elevar os níveis de colesterol, além de favorecer o desenvolvimento de doenças cardiovasculares); doces e alimentos ricos em açúcar.

“A oferta frequente de açúcar no organismo pode elevar a glicose sanguínea, sobrecarregando o pâncreas - que produz a insulina, cuja função é a de regular os níveis de açúcar no sangue, podendo contribuir para o desenvolvimento de resistência insulínica e até de diabetes”, conclui.

Diet e adoçantes

A nutricionista reforça que alimentos diet e adoçantes também devem entrar na lista dos alimentos que não devem ser consumidos a livre demanda. “O fato de o alimento ser diet não é sinônimo de saudável!”, diz. Ela explica que o produto diet é desenvolvido para os indivíduos que tem restrição a algum nutriente (o mais comum é o diet em açúcar, ou seja, alimento livre de açúcar), no entanto, não significa que haverá redução nos níveis de gordura e outros componentes como o sódio.

Dessa forma, o consumo frequente de produtos diet, por indivíduos que não possuem restrição ou uma patologia específica, pode ser prejudicial, uma vez que possuirá mais gordura e mais calorias que o alimento normal. Os adoçantes, também devem ser utilizados apenas por indivíduos com restrição ao açúcar.

Para ela, na prática clínica, é observado o uso exagerado de adoçante, pois existe uma tendência das pessoas utilizarem uma quantidade exagerada de adoçantes por não conterem calorias. “E essa prática é extremamente prejudicial, uma vez que o cérebro não diferencia açúcar de adoçante e sim o sabor doce. Dessa forma, a resposta desencadeada pelo adoçante no organismo será tão ou mais prejudicial que o consumo abusivo de açúcar”, afirma Laís.

Influência emocional

Conforme a nutricionista, dependendo da hora e do alimento, diferentes nutrientes chegam ao fígado e cérebro e assim distintos hormônios e neurotransmissores são liberados. Os neurotransmissores são as moléculas do nosso cérebro que produzem os estados emocionais de prazer, alegria, estresse e tristeza, por exemplo. “O equilíbrio na produção e liberação deles depende da alimentação adequada e pode ser ajustado em função das necessidades individuais”, afirma.

“Nossa nutrição emocional também está intimamente relacionada com a alimentação”, explica Laís. Desde as primeiras experiências alimentares na infância, a relação entre a presença materna, a memória dos “sabores” da alegria, da tristeza, da euforia, da ansiedade, da saudade, e todos os nossos pensamentos, sentimentos e crenças, tudo isso interfere na forma como nos alimentamos e nos nutrimos”, conclui Laís.

Combinações erradas

Laís Bittencourt, explica que não existem combinações que podem se tornar tóxicas ao organismo. O que pode ocorrer é a interação pela absorção de nutrientes de determinados alimentos, causando inibição da absorção de outro, o que acaba sendo prejudicial por impedir a absorção total dos nutrientes. Abaixo a nutricionista indica as combinações que podem não dar tanto certo assim:

Laís Bittencourt explica alguns mitos alimentares (Foto: Arquivo pessoal)

A nutricionista Laís Bittencourt especificou para o Diário da Manhã, os mitos alimentares mais comuns e o que verdadeiramente podem causar no nosso organismo:

Dicas para uma boa alimentação, segundo a nutricionista Laís Bittencourt:

1) Apostar em um prato colorido, garante a ingestão de uma variedade de nutrientes;

2) Fracionar as refeições ao longo do dia é essencial para manter o metabolismo ativo e evitar picos de compulsão alimentar, após longos períodos em jejum;

3) Incluir 3 porções de frutas e 3 porções de verduras ao longo do dia, garante uma ingestão adequada de vitaminas, minerais e fibras;

4)  Ingerir no mínimo 2 litros de água que é essencial para uma boa hidratação;

5) Preferir alimentos integrais, como pães, torradas e o próprio arroz. As fibras nos alimentos aumentam o tempo de saciedade, além de favorecer o melhor funcionamento do intestino e a manutenção das taxas de glicose e colesterol;

6) Evitar alimentos gordurosos e ricos em açúcar;

7) Evitar o consumo frequente de açúcar e doces! Preferência por frutas como sobremesa;

8) Evitar o consumo de refrigerante e sucos industrializados. Eles são ricos em açúcar, conservantes, dentre outros componentes prejudiciais à saúde;

9) Compreender que, quanto maior a vida de prateleira (prazo de validade de um produto), menor será a sua vida (porque esse alimento será rico em conservantes para garantir essa durabilidade). Procurar sempre optar por alimentos mais naturais e frescos;

10) Evitar o consumo de bebidas alcoólica.s

Dietas radicais não são indicadas para perder peso

Ideal é dieta equilibrada e acompanhamento nos exercícios físicos (Foto: Divulgação)

Marieta Cazarré

Agência Brasil

Com a chegada da primavera e a entrada no mês de outubro, muita gente começa a se preocupar com os quilinhos extras que deseja perder para o verão. No entanto, segundo especialistas, dietas radicais não são indicadas e o excesso de exercícios físicos podem causar lesões. Dentre as dicas para perder peso com saúde e ganhar tônus muscular, além de se preparar para a estação mais quente do ano estão: beber muita água, execícios físicos regulares e alimentação saudável.

Acivan Lopes, profissional de educação física e personal trainer em Brasília, conta que já viu muitas pessoas fazendo loucuras para perder peso rapidamente. “Lembro de uma garota que só comia biscoito de água e sal e bebia água. Ela vivia desmaiando na academia!”.

Entre as loucuras cometidas em busca do corpo perfeito, algumas pessoas ingerem medicamentos para emagrecer – sem qualquer orientação ou prescrição médica – e fazem uso de anabolizantes para ganhar músculos em tempo recorde. “Essas práticas podem até levar ao óbito. E há também aquelas (pessoas) que a vida toda foram sedentárias e que em dois meses querem transformar o corpo e o 'estilo de vida', querem malhar como verdadeiros atletas, sem a orientação de um profissional especializado”, conta Mário Villas Boas, presidente da Associação Brasileira de Academias - ACAD Brasil.

Mário afirma que não há milagre quando o assunto é emagrecer. “A expressão em pouco tempo pode ser muito perigosa, pois historicamente um número expressivo de pessoas lança mão de práticas nada saudáveis para emagrecer ou ganhar músculos rapidamente”, disse.

Acivan afirma que o ganho de massa muscular ou a redução de gordura corporal só é possível quando existe uma combinação entre o treinamento, o descanso e a alimentação. “Quando um destes fatores não está adequado, sem dúvida o processo de hipertrofia (aumento da massa muscular) ou emagrecimento será prejudicado”, explica.

Ou seja, para estar bem fisicamente durante o verão, não é recomendado que as pessoas comecem dietas radicais, passem dias sem comer, se alimentem apenas de sucos ou exagerem nos exercícios. Quem não conhece alguém que já fez um regime maluco? E as dietas que surgem e viram moda?

Tem a dieta da sopa, da proteína, do vinagre, das 600 calorias, dos alimentos crus... Tem até a dieta do alfabeto, aquela que no primeiro dia você só come alimentos que começam com a letra 'a'; no segundo dia, com a letra 'b'; e assim por diante. O lado bom é que ela dura apenas 23 dias!

O que os profissionais da saúde recomendam é que, sempre antes de começar qualquer processo de emagrecimento ou de tonificação muscular, as pessoas devem procurar orientação profissional. “Essa orientação deve ser com endocrinologista, nutricionista - dependendo das necessidades de cada um - e profissional de Educação Física. Alimentação saudável e prática de atividade física regular e sob a orientação profissional são as dicas mais eficazes, ainda que possam demorar um pouco mais do que um só verão para se chegar ao resultado desejado”, afirmou Mário.

Além destes profissionais, também é indicado que se faça uma avaliação geral junto a um cardiologista, que costuma solicitar um teste ergométrico. “Esse teste é altamente recomendável e ajuda o praticante de atividade a acompanhar seu estado físico, sua condição para malhar, mostrando a frequência cardíaca ideal para os exercícios e contribuindo para que as metas sejam traçadas”, disse Mário.

Acivan alerta para o risco de se fazer atividades intensas e não adequadas ao condicionamento físico, à estrutura muscular e às articulações de cada um. “Muitas pessoas buscam treinos de famosos na internet, de gente que têm uma outra estrutura física; ou treinam com séries antigas que em algum momento da sua vida tinha dado resultado, não levando em conta que a vida delas não é a mesma. Há vários fatores como idade, estresse e comportamento que mudam ao longo dos anos, podendo ocasionar lesões e até mesmo uma fadiga extrema do corpo”, explica.

Para emagrecer e ganhar tônus muscular até o verão, o personal recomenda um projeto de 3 meses, associando musculação e atividades aeróbicas para que seja estimulante para o aluno. “Aumentando a intensidade ou os métodos entre quatro a cinco semanas, eu garanto que o aluno terá um resultado parcial e visual da melhora do seu corpo, começando com condicionamento físico, oxigenação muscular, melhora postural e diminuição do percentual de gordura”, afirma.

Mário conta que a ACAD fez, há dois anos, um levantamento com mais de 2 mil academias no Brasil sobre o aumento do movimento nos meses que antecedem o verão. O resultado apontou um crescimento (de novos clientes ou daqueles que retornaram) de até 30%, sendo maior em cidades como Rio de Janeiro e Florianópolis, e outras regiões de praia.

As mudanças no corpo não aparecem do dia para a noite. É com o passar dos meses que os resultados se tornam permanentes e o aluno ganha em estrutura muscular e qualidade de vida. Além da prática de exercícios físicos, é fundamental beber bastante água e ingerir comidas leves, frutas e fibras, pelo menos a cada três horas.

Segundo a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), a obesidade já é uma epidemia mundial. No Brasil, quase metade da população (48%) está acima do peso e 15% são considerados obesos. A mudança de hábitos é muito importante para a forma física mas também para a saúde mental.

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