A renovação da arte nacional na geração atual
Fernando Boeira Keller
Publicado em 11 de agosto de 2022 às 17:23 | Atualizado há 4 meses
A arte se expressa em suas diversas formas e, em cada uma delas, há uma singularidade que complementa uma à outra, e com isso o produto artístico que fazemos e/ou consumimos gera interpretações e novas perspectivas.
O dia que comemora a arte é uma oportunidade para expandir o horizonte e olhar para além do que se costuma consumir. Claramente, as pinturas de Tarsila do Amaral, Alfredo Volpi e de Iberê Camargo são irreverentes, e as músicas de Caetano Veloso, Renato Russo e Cássia Eller atemporais. Mas as artes anônimas, aquelas que não se vê com frequência, ou nem sequer são vistas, precisam e devem ser apreciadas por todos os públicos.
Ao andar pelas ruas dos grandes centros urbanos, vê-se pinturas nos edifícios, músicos cantando em praças públicas com um pequeno grupo de pessoas ao seu redor, escritores vendendo seus livros a um preço baixo para começar a carreira, estes artistas, boa parte influenciados pelos que foram anteriormente citados ou criando seu próprio estilo.
Em Goiânia, por exemplo, há o Beco da Codorna, espaço onde artistas dão cor ao que antigamente era cinza. O local foi revitalizado e hoje, por conta da ascensão da arte, é o reduto de jovens que frequentam o local para descontrair e até mesmo realizar ensaios fotográficos.
O art-déco disputa espaço agora com as pinturas de Wes Gama nas paredes dos grandes edifícios centrais. O que já era bonito ganhou um toque de modernidade. Já no meio musical, Mateus Carilho, que já fez parte da Banda Uó, entrega suas canções no ritmo Eletrobrega. Mel Gonçalves, também ex-integrante da Banda Uó, continuou a trilhar o ramo musical nos estilos pop, tecnobrega e axé.
A visão da arte através da nova geração
O estudante Engrid Vieira, de 23 anos, frequentou aulas de canto na igreja, afirma que nunca ouviu melodias tão hipnotizantes como a música brasileira.
“Eu sinto que cada batida, independente do estilo musical, passa uma única mensagem, que na minha concepção é fundamental para o nosso conhecimento”, diz.
Marisa Monte, segundo Engrid, é a artista brasileira que mais lhe causa epifanias sobre a compreensão de sentimentos.
“Sejam sentimentos quais forem, como dor, felicidade, uma infinidade de sentimentos”, afirma.
Engrid conta que canta quando está sozinho ou emotivo, o que lhe dá inspiração para colocar para fora os seus sentimentos por meio de letras de músicas, “de forma literal”.

“Todas as minhas composições são fruto dos meus verdadeiros sentimentos e pensamentos, e quando canto as letras dessas composições, sinto como se estivesse falando sobre mim”, alega.
O estudante ressalta a importância da ascensao de novos artistas no cenário artistico musical, e cista a cantora Agnes Nunes como exemplo.
“Agnes Nunes como exemplo de inspiração poética e ao mesmo tempo cultural, é uma das maiores artistas da região nordestina que venho admirando. O sotaque arrastado, o tom leve, traz uma das minhas maiores clarezas para o quanto tem se expandido essa liberdade artística e cultural para todo território brasileiro”, pontua.
Sobre a importância da ascensão de novos artistas, Engrid afirma que é importante que se consuma o produto destes artistas, no intuito de fomentar nossa cultura.
“Eu penso que chega a ser além de importante, é algo essencial para que a arte nunca deixe de existir. Às vezes inspirado em uma colagem eu consigo escrever uma música inteira, admirando a obra de um artista conhecido ou anônimo. E valorizo a arte dos amigos próximos e as promovo.”