Cultura

Sommelier explica motivo pelo qual vinho brasileiro se tornou de alta qualidade

Rariana Pinheiro

Publicado em 15 de julho de 2022 às 16:07 | Atualizado há 3 anos

Ele
acompanha a humanidade há muito tempo. Embala romances, inspira poetas, oferece
mais sabores aos pratos e tem ainda o seu lado sagrado – esteve até na Santa
Ceia. Também aquece os dias mais frios – como os de agora, em que o calor dá
lugar a um clima mais ameno. Nascido há cerca de 8 mil anos na Eurásia, o vinho
atravessou séculos e fronteiras. Mas o Brasil, há cerca de 30 anos, ficava para
trás na produção da iguaria. Porém, com investimento em estudos e tecnologia,
no País e até em Goiás, a produção de vinhos tem deslanchado em qualidade e
quantidade.

Pelo
menos é que afirma é o sommelier Nasser Najar, formado pela Internacional
Sommelier Guild (ISG). Após se frustrar na profissão de jornalista, começou a
trabalhar em um grande bar, com diversas opções do precioso líquido em sua
adega. Logo, viu que era viável viver do vinho e fez o curso de sommelier.
“Como garçom comecei a estudar e me especializar. Tinha um pensamento que era
uma bebida esnobe e, hoje, consegui fazer com que meus amigos e família
consumam mais a bebida”, diz Nasser, em entrevista ao Diário da Manhã.

Para
popularizar ainda mais o consumo do vinho, Nasser criou o perfil no Instagram
@somelierdopovo, cuja conta tem mais de 3 mil seguidores. Nas publicações,
Nasser dá dicas, fala sobre rótulos e desmistifica a visão de que beber vinho é
coisa para rico. Sua próxima investida, que hoje mora no Vale dos Vinhedos, em
Bento Gonçalves (RS) para uma imersão, para democratizar os vinhos, sobretudo,
brasileiros está por vir: quando voltar para Goiânia, em Outubro, pretende
abrir um bar de vinhos brasileiros de pequeno produtores, com valores que vão a
partir de R$ 50 até R$ 500 ou mais.

A ideia,
afirma, é aproveitar a boa fase da produção de vinho no Brasil. “Apesar de
países como França, Itália, Espanha, Portugal e Alemanha serem os principais
produtores de vinho, o Brasil, e outros locais como Nova Zelândia, Austrália,
África do Sul, Uruguai, Chile, Estados Unidos e China têm se destacado na
produção”, diz.



“O nível do vinho brasileiro atingiu o nível do vinho do Novo Mundo em pouquíssimo tempo” Nasser Najar, sommelier

O bom
momento que Nasser Najar aponta à reportagem começou a partir da década de 90.
Mas, vale lembrar, a produção de vinho no Brasil existe há quase 500 anos. Tudo
começou, segundo o sommelier, com a chegada dos imigrantes italianos ao Rio
Grande do Sul, que, logo, começaram a cultivar uvas, por aqui. “A primeira uva
que se tem registro é a cabernet franc”, detalha o especialista, matando a
curiosidade em torno da  

Ainda
segundo o sommelier, no começo, os agricultores vendiam suas uvas para
cooperativas e elas que produziam os vinhos. “Nos anos 90, as cooperativas
quebraram, com a crise econômica severa e o acordo Mercosul abriu nossas
fronteiras para vinhos chilenos, argentinos e uruguaios para chegarem aqui.
Assim, os vinhos brasileiros não tinham condições de competir com qualidade. A
indústria da viticultura entrou em crise e as cooperativas em falência”,
explica ao DM.

Depois
disso, veio a retomada. Nasser explica que nesta época as famílias produtoras
de uvas começaram a abrir suas próprias vinícolas e, assim, a qualidade e
quantidade começaram a melhorarem. Isso porque se as primeiras gerações sabiam
plantar, as gerações mais novas investiram em estudo, tornando-se especialistas
como enólogos.

“Nesta
época houve ainda bastante investimento em tecnologia, insumos de qualidade e
vieram safras de altíssima qualidade. O nível do vinho brasileiro atingiu o
nível do vinho do Novo Mundo em pouquíssimo tempo”, ressalta Nasser, que também
possui graduação em jornalismo pela Universidade Federal de Goiás (UFG).

Uma
técnica mais atual também tem espalhado a produção de uvas para todo o Brasil.
O sommelier explica que é a chamada colheita de inverno ou poda dupla, que
tirou o cultivo apenas dos trópicos. Assim, é possível cultivar a fruta em todo
globo, inclusive a linha do Equador. 

A grosso
modo, ela se resume a mais uma poda a mais na plantação, para atrasar o clico e
depois utiliza-se hormônios para adiantar o crescimento. “Hoje temos vinhos
ótimos em São Paulo, Minas Gerais, Goiás, em estados do Nordeste no Rio de
Janeiro, no país inteiro. Então a produção e consumo estão aumentando demais,
logo mais o Brasil vai se tornar um País, não apenas na qualidade como no
volume”, prevê Nasser, que chegou a assinar durante a coluna Língua de Vinho
neste DMRevista, em 2021.

Veja
bons locais tomar vinho em Goiânia

Reserva
35 – Rua 1137. N 35. Setor Marista

Bartolomeu
Restaurante – Rua 22, 69. St. Oeste

Grupo
Piquiras – Flamboyant e no Bougainville

Empório
Prime –Avenida Jamel Cecílio nº 3061

Árabe 83
– Avenida 83 nº 205 Setor Sul

Kabanas
– Av. Dep, Jamel Cecílio, 3300 Loja AE-P8 – Jardim Goiás

Pobre
Juan –  Av. Dep. Jamel Cecílio, 3300 –
Jardim Goiás

Coco
Bambu –  Avenida Deputado Jamel Cecílio,
3300 Flamboyant Shopping Center – Jardim Goiás

Saleh Comida Árabe –  Av. Pará, 29 – St. Campinas

Conheça bons rótulos para saborear nesta sexta

Espumante

Aurora
Pinto Bandeira Extra-Brut 

Um dos melhores
custo benefício que já encontrei até hoje. Entrega grande sabor, roda aromática
grande e produzido em um terroir brasileiro reconhecido internacionalmente.
80$/90$.  

Fausto
Brut Branco ou Fausto Brut Rosé 

Muita
leveza e bebabilidade. O branco traz notas de frutas cítricas e coco branco, o
rosé é um Tutti-Frutti. 70$. 

Casa
Valduga RSV  

Esta
linha variada apresenta mutas possibilidades de para vários gostos. É um
clássico de uma das casas brasileiras mais premiadas mundo afora 90$. 

Branco: 

O
paladar do brasileiro gosta de tropicalidade e frescor. Vinhos da casta
Chardonnay e Sauvignon Blanc são sucesso. Destaque para o Chardonnay da
Pizzato, cremoso e frutado. 90$.  

Tintos: 

Tintos
são os favoritos do goiano, então teremos mais opções 

Pizzato
Merlot de Merlots 

Uum dos
melhores custo/benefício do país. Não existe nada igual nesse preço. 11meses de
carvalho francês. Para chocar até quem diz não gostar de melhor. Vinho
referência no Brasil. 90$ 

Pizzato
Egiodola 

Quem
gosta de vinho diferente, este entrega notas de tostado, carne crua, infusão de
ervas. Vai impressionar qualquer Enófilo.100$ 

Pizzato
Alicante Bouschet 

Notas de
Couro, cânfora, azeitonas pretas, tostado e frutas negras como framboesas,
amoras e ameixa. Potente. Só para paladares exigentes. 100$ 

Pequenas
Partilhas Aurora Cabernet Franc 

Um
espetáculo completo de fruta e carvalho. Uma homenagem a escola antiga
brasileira de viticultura. Bate muito vinho que custa o triplo. 60$ 

Don Guerino Sinais

Frutado
e macio, para todos os paladares. 60$ 

Valmarino
Merlot ou Cabernet Sauvignon 

Uma das
melhores vinícolas brasileiras, vinhos que às cegas vence grandes ícones.
70$ 

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