Kasssab se equilibra na disputa Lula-Bolsonaro para ampliar PSD
Diário da Manhã
Publicado em 6 de julho de 2022 às 12:54 | Atualizado há 3 anos
Após ensaiar uma aliança com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda no primeiro turno e tentar marcar posição com uma candidatura própria no centro político – com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco PSD-MG), e depois com o ex-governador Eduardo Leite (PSDB-RS) – Gilberto Kassab, presidente do PSD, se rendeu à polarização nacional. O ex-ministro de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB) é reconhecido pelo pragmatismo oportuno.
Mesmo sem conseguir o espaço que queria como aliado preferencial de Lula, intensificou recentemente conversas com o petista e já sinalizou apoio no segundo turno. Porém, antes pretende liberar a legenda – que tem a quinta maior bancada da Câmara, com 47 deputados federais – na disputa nacional. Na prática, a posição representa aval a Jair Bolsonaro (PL) na maioria dos diretórios estaduais, onde correligionários vão abrir palanque para o presidente.
Sem amarras no plano nacional, Kassab preferiu manter distância de todos os movimentos que tentaram criar uma frente de centro para ocupar o espaço da chamada terceira via, enquanto percorria o Brasil montando candidaturas regionais ecumênicas. O ex-prefeito de São Paulo, que mantém relação próxima com Lula, gravou até um vídeo para o ato de 42 anos do PT, ao mesmo tempo que não desestimulou ou mesmo ainda trabalha por alianças estaduais com políticos bolsonaristas.
Questionado sobre as contradições regionais, Kassab disse que o PSD caminha para a neutralidade. “É natural em um partido de centro que alguns fiquem mais à esquerda e outros à direita”, afirmou o ex-ministro ao Estadão. Já em relação às conversas com Lula, Kassab despista: “Falo sempre com Lula, há 30 anos”.
Levantamento ilustra o atual quadro do PSD. Hoje, a legenda está abertamente no campo bolsonarista em oito estados e no Distrito Federal, ante sete na raia lulista.