O retorno dos museus em meio aos ecombros da pandemia
Fernando Boeira Keller
Publicado em 21 de fevereiro de 2022 às 18:50 | Atualizado há 3 anos
Há dois anos, uma doença que assolava o mundo fez com que tudo desacelerasse e o ritmo frenético de produção e a vida de uma forma geral tomasse um novo rumo. Todas as áreas sofreram com o impacto da pandemia de Covid-19.
O setor cultural, já impactado devido aos míopes olhos do governo para esta questão, se viu ainda mais fragilizado diante das incertezas de um vírus tão danoso quanto à falta de atenção governamental.
Todos os processos de salvaguarda, exposições, conservação e documentação ficaram também comprometidos, limitando-se a poucos profissionais a exercer as atividades dentro do museu para que as coleções não se degradassem até a retomada das atividades.
Neste contexto, cresceram as visitações aos sites dos museus, que por sua vez investiram em visitas virtuais no intuito de manter a relação com o público, incentivando a cultura através das mídias digitais.
Passadas as diversas ondas de Covid-19, as atividades foram sendo retomadas pouco a pouco, e neste momento em que acreditamos ser o final da pandemia, a cultura vem demonstrando resistência, assim como sempre fez. Os profissionais responsáveis pela salvaguarda e conservação de nossos patrimônios locais e nacionais puderam unir forças para proporcionar exposições que encantem o público nesse tímido retorno.
E foi nesse ritmo de resistência que os museus foram lidando com os períodos mais difíceis da pandemia, inclusive tratando sobre o assunto, levantando questões e reflexões, além de contribuir com seu conxtexto educacional, as demais pandemias que o mundo já enfrentou.
A cultura contou muito com o incentivo dos próprios trabalhadores da área que se empenharam em não deixar que as instituições museológicas se resumissem a um rascunho, e colocaram a teoria em prática, levar o museu até o público, e deu certo, assim como outras instituições têm feito com os meios digitais.
Hoje, os museus virtuais já são uma realidade, e assim como qualquer outra empresa que aderiu aos projetos híbridos, os museus fizeram o mesmo, tornando a arte de apreciar e interagir com o patrimônio mais fácil e acessível.
A gerente de museus, Luiza Almeida Borges, afirma que os projetos nas unidades museológicas estão voltando, porém com os devidos cuidados.
“Com a volta do atendimento ao público pelos museus, foi elaborado, pela Gerência de Museus, Bibliotecas, Instituto Goiano do Livro e Arquivo Histórico, um protocolo de segurança visando garantir o retorno seguro dos projetos presenciais nas unidades museológicas mantidas pelo Governo do Estado de Goiás, tais como exposições temporárias, cursos, palestras, visitas monitoradas aos espaços, dentre outros”, disse.
O retorno dos projetos junto às escolas também está sendo reestabelecido.
“A expectativa da Secretaria de Estado da Cultura de Goiás (Secult) é o reestabelecimento integral das atividades realizadas pelas unidades culturais, como o retorno dos projetos junto às escolas que, no momento ainda estão limitados a um número menor de visitantes”, frisa. “Almejamos, em acordo com a retomada cultural realizada pela SECULT – GO, a volta dos índices de atendimento ao público anteriores à pandemia, a comunicação do patrimônio goiano ao maior numero possível de pessoas”, reesalta, com otimismo.
O papel do museu, tanto no contexto pandêmico quanto no normal, permite reflexões acerca da vida, das artes, das culturas e demais temas que nos rondam e fazem parte direta e indiretamente de nossas vidas. Luiza destaca a importância dos museus através de atividades que estimulam o sabor pela cultura.
“Os museus desempenham um importante papel nesse contexto de pandemia, pois os acervos musealizados, através de exposições, publicações, pesquisa, seminários proporcionam interação e integração com a comunidade, além de momentos de reflexão, entretenimento, pesquisa e construção do conhecimento”, afirma.
Em meio a tantas incertezas causadas pela Covid-19, Luiza afirma calmamente que as atividades online continuam disponíveis àqueles que preferem continuar em casa, e que os museus estão tomando todos os cuidados para evitar a proliferação da doença em seus ambientes.
“Os museus vinculados ao Estado não cobram entrada, e todas as atividades realizadas são gratuitas assim como a utilização do espaço, seja para estudo ou consulta aos acervos. Além disso, promovemos eventos online, minimizando os riscos de contágio de covid-19 e garantindo o acesso à cultura goiana pelo maior número possível de pessoas”, conclui.
Os museus pertencem ao público, e continuou sendo fiel a este mesmo público durante os tempos mais difíceis da história, e agora, com este retorno gradual de atividades, é o momento de a sociedade abraçar a cultura que tanto tem a somar para uma sociedade mais agarrada aos princípios éticos e morais que as atividades museais promovem.
Confira abaixo uma lista de museus a serem visitados na capital:
Museu Pedro Ludovico Teixeira.
Endereço: R. Dona Gercina Borges Teixeira – St. Sul, Goiânia – GO, 74083-012
Museu Antropológico
Endereço: Av. Universitária, 1166 – Setor Leste Universitário, Goiânia – GO, 74605-010
Museu Zoroastro Artiaga:
Endereço: Praça Dr. Pedro Ludovico Teixeira, 13 – St. Central, Goiânia – GO, 74083-010
Museu da Imagem e Som
Endereço: Praça Cívica, 2 – St. Central, Goiânia – GO, 74003-010
Museu de Arte Contemporânea
Endereço: Av. Deputado Jamel Cecílio, Qd. Gleba, n°4.490 – Setor Fazenda Gameleira, Goiânia – GO, 74884-801
Museu de Arte de Goiânia
Endereço: R. 1, 605 – St. Oeste, Goiânia – GO, 74115-040