Conflitos maternais no cinema
Diário da Manhã
Publicado em 14 de maio de 2017 às 02:23 | Atualizado há 4 meses
O segundo domingo do mês de maio tem um poder especial quando consideramos datas comemorativas. A relação (ou a falta dela) entre mães e filhos possui grande impacto na evolução pessoal de qualquer indivíduo. O DmRevista apresenta ao leitor alguns longa-metragens que souberam retratar os dramas, conflitos, conquistas, alegrias e ressentimentos que formam a atmosfera psicológica que circula as relações entre mães e filhos. As produções exaltam, o sentimento de continuidade que giram em torno da convívio, nem sempre pacífico e fraterno, que existe na unicidade de tais relações. As produções mostram pesos carregado pelas mães, convivem com a preocupação e responsabilidade de garantir a felicidade dos filhos.
Tudo Sobre Minha Mãe
Considerado uma das obras primas do diretor espanhol Pedro Almodóvar, Tudo Sobre Minha Mãe retrata a desolação de Manuela, interpretada por Cecília Roth, diante de uma grande fatalidade. Além de debruçar-se sobre a diversidade sexual, tema recorrente nas obras do diretor, o filme provoca o público ao abordar vários tabus. Letícia Lelva deixou sua opinião sobre o filme no site Filmow. “Dentre os assuntos abordados pelo filme estão principalmente a travestilidade e a AIDS. Ambos são tratados com naturalidade pelos personagens, assim como deve ser. Vê-se bastante cuidado e atenção da direção e equipe de produção no desenvolver do trabalho”, afirma. Tudo Sobre Mi Madre recebeu aclamação crítica e ganhou o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro.
Que Horas Ela Volta?
Filme brasileiro que mostra não só a relação entre mãe e filha, mas também as entranhas das desigualdades sociais e a discrepância de percepção de realidade que existe entre patrões e empregados de classes sociais distintas. Conta com direção de Anna Muylaert e tem no papel principal Regina Casé, uma pernambucana que se muda para São Paulo a fim de das melhores condições de vida para a filha, mas vive vários dilemas criados a partir da distância física que se abriu entre elas. Lançado em 2015, é um dos filmes brasileiros mais comentados da última década. Venceu sete categorias no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro e foi o longa-metragem escolhido pelo Ministério da Cultura para concorrer a uma vaga no Óscar de melhor filme estrangeiro.
Casa de Areia
Andrucha Waddington reuniu mãe e filha no elenco do longa-metragem Casa de Areia, de 2005. Fernanda Montenegro e Fernanda Torres interpretam mãe e filha que sonham com melhores condições de vida. Tem como locação a cidade de Santo Amaro, no interior do Maranhão, na região do Parque dos Lençóis Maranhenses. O ano é 1910. Vasco decide partir para o desconhecido na esperança de um lugar próspero para um novo começo ao lado de sua esposa, grávida, e de sua sogra. “O tempo passa tal areia por uma ampulheta. Irremediável. Irreparável. Impossível de ser parado. Mas passa de formas diferentes, é percebido de formas diferentes, dependendo de onde se vive. Tanto que parece que quem está dentro dessa tempestade de areia do tempo envelhece mais depressa em relação a quem está no espaço lá de fora…”, comentou Andressa Cortes no Filmow.
Sonata de Outono
Dirigido pelo diretor sueco Ingmar Bergman, considerado um dos mestres do ‘drama psicológico’, conta a história de uma célebre pianista confrontada por sua filha negligenciada. Tem como estrela principal a atriz Ingrid Bergman, que interpreta Charlotte. Ela viaja para o interior da Noruega para visitar sua filha Eva. O encontro entre as duas é embebedado em uma grande tensão, e ilustra muito bem as consequências de uma relação mal estabelecida entre mãe e filha. No Filmow, a internauta Thayná Pompeu deixou sua visão geral a respeito do longa, lançado em 1978. “Nos faz refletir sobre nós mesmos. E como é difícil. A valsa visceral que é dançada pelos personagens de Ingrid e Liv é um espetáculo à parte! O ódio contido chega a ser visível, mesmo nas primeiras cenas”.