Comportamento: como deve ser a postura dos candidatos na busca por emprego
Diário da Manhã
Publicado em 10 de março de 2017 às 02:27 | Atualizado há 8 anos
Não é em vão que veículos de comunicação vêm noticiando a luta diária de cidadãos na busca por novas oportunidades de emprego. Segundo dados do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (CAGED), mais de 12 milhões de brasileiros estão desempregados. Além destes, outros públicos estão em busca de recolocação profissional no país.
Considerando que cerca de 10 milhões de pessoas estão subutilizadas nas empresas, e outras tantas estão se mantendo com empregos informais, podemos considerar que cerca de 50% da população ativa está a procura de oportunidades melhores. Nesse contexto, o mercado se torna cada vez mais competitivo e, além de exigir mais qualificação dos candidatos, busca diferenciais nos processos seletivos.
Pensando nisso, os candidatos devem se atentar a detalhes importantes ao procurar emprego e participar de entrevistas. O primeiro contato do candidato com a empresa é através de seu currículo. Por isso, é importante elaborá-lo de forma atraente e objetiva, voltado ao segmento da organização na qual o candidato almeja ingressar.
Na elaboração do documento, o compromisso com a verdade deve prevalecer: ao informar competências, habilidades e experiências profissionais, o candidato não deve incluir algo que não fez ou não sabe executar. Além de relacionar seus contatos pessoais, outro detalhe importante é o endereço de e-mail. O ideal é criar uma conta que tenha nome e sobrenome, e não adjetivos ou características, comuns em e-mails feitos durante a adolescência.
Para as entrevistas, o primeiro passo é se preparar previamente para o encontro com o recrutador.Entender melhor a empresa é fundamental para qualquer candidato. Para isso, deve-se pesquisar sobre seu segmento de mercado, concorrência, produtos e serviços, cultura, missão, visão, valores e história da organização.
Durante a conversa, não se deve falar mal das empresas que já trabalhou, mesmo que o recrutador insista. Assuntos polêmicos como política e religião também devem ser evitados. O ideal é responder apenas o que for perguntado, além de demonstrar que está atento, acompanhando sempre o olhar do entrevistador.
Outra dica é ressaltar hobbies e atividades que pratica nos momentos de lazer. Destacar os pontos fortes e fracos também já estão no roteiro da maioria dos recrutadores e devem ser pensados com antecedência pelos candidatos. Para se diferenciar dos concorrentes, é relevante destacar algo diferente de clichês como perfeccionismo, gostar de trabalhar e honestidade, por exemplo. Uma boa alternativa é pedir a opinião de pessoas próximas para descobrir as verdadeiras qualidades e pontos a melhorar.
Em relação às vestimentas, o primeiro passo para escolher a roupa ideal é considerar o estilo da empresa, fazendo uma análise do ambiente. A composição ideal vai depender da natureza do negócio, do estilo de gestão e do perfil de seus dirigentes. Para não errar, uma dica é apostar em modelagens clássicas, como terno, blazer, tailleur, camisa e calça social, optando por cores suaves e tons neutros, como branco, bege, cinza, azul marinho e preto.
Para um estilo formal, são boas opções terno com gravata, tailleur, camisa e calça social, blusa com saia de comprimento médio e vestidos sem estampas. Se o objetivo é um estilo mais descolado, são boas apostas: calça jeans tradicional e camisa social, vestidos de comprimento médio e blusas com cores e estampas discretas. O candidato deve escolher um visual que se adapte ao seu tipo de corpo, mas que não chame mais atenção do que seu currículo.
Maquiagens e acessórios exagerados também devem ser evitados. Os cabelos devem estar limpos, alinhados e com o corte renovado. Coques baixos, rabos de cavalo e penteados meio presos são boas opções para as mulheres. Para os homens, a dica é se atentar para a aparência da barba, que deve estar feita e bem cuidada.
O corpo fala e a sua imagem conta muito sobre a essência de uma pessoa. As roupas são ferramentas de comunicação e de empoderamento. Para revelar seu produto, o candidato deve ser seu próprio marqueteiro: pensar no conteúdo sem esquecer do anúncio, da embalagem.
(Sandro Rodrigues, professor e coordenador do curso de Gestão de Recursos Humanos da Faculdade Estácio)
(Suely Calafiori, professora do curso de Design de Moda da Faculdade Estácio)