Para que serve um decanter?
Diário da Manhã
Publicado em 25 de julho de 2018 às 23:21 | Atualizado há 4 meses
A decantação é um desses assuntos no serviço de vinho que tem um toque de mistério e de paixão por parte dos amantes do vinho. Afinal de contas, por que decantar um vinho? Quais os vinhos que precisam ser decantados? É realmente necessário decantar, ou é mais uma daquelas cenas que ajudam muito a construir o estereótipo do ‘enochato’? Tenho alguns argumentos bem válidos para contribuir na questão. Primeiro de tudo você precisa saber que há duas coisas importantes com um decanter na mão. Você pode decantar o vinho ou oxigená-lo, ou seja, deixá-lo respirar um pouco. Antes que me apelidem de enochata, já vou informando que não é mais uma idiossincrasia dos esnobes de plantão. Quando era jovem e não entendia nada sobre vinho, utilizava o decanter para preparar uma cena sensual, porque dava um charme a mais para impressionar alguém e mostrar que era chique. Mas hoje, com um pouco de conhecimento, vejo a necessidade do produto. Os vinhos mudaram tanto nos últimos 20 anos que o que poderia, eventualmente, ser frescura, hoje não é mais, tendo-se tornado quase que ato corriqueiro nos dias de hoje. O termo decantar significa, basicamente, livrar um líquido de impurezas. E essa está entre as funções primordiais de um decanter (ou decantador): separar os sedimentos do vinho.
Nos vinhos jovens que pouco passam por madeira, quando o fazem, para serem tomados nos primeiros dois ou máximo três anos de vida, não existe a necessidade de decantação, apesar de que até eles podem se beneficiar desse processo de aeração por um curto espaço de tempo. Por pressões de mercado que nos empurram as novas safras, cada vez tomamos vinhos mais jovens e aproveitamos cada vez menos todo o seu potencial o que, a meu ver e para o meu gosto, é um equívoco. Para os vinhos de média guarda a serem tomados com cinco a oito anos de garrafa, a aeração se torna essencial quando tomados mais cedo. No decanter, o vinho entra em contato com o oxigênio que provoca uma aceleração de sua maturação, intensifica os aromas da fruta, reduz a tanicidade do vinho, evapora um pouco do alto teor alcoólico (muito comum nos dias de hoje), perde um pouco dos eventuais exageros de madeira tanto nos aromas como sabor e ganha harmonia tornando-se mais macio e menos agressivo.
Essencialmente, decantação é o processo de deixar que os sedimentos se assentem no fundo do recipiente. E a aeração é deixar que o vinho receba oxigênio. A primeira, serve para “limpar” o vinho, enquanto a segunda serve para arejar o mesmo, na esperança de que os seus aromas fiquem mais vibrantes na taça. Os decanteres são usados desde a antiguidade. Como em épocas passadas as bebidas eram guardadas, geralmente, em grandes ânforas, para trasladar o líquido e facilitar no momento de servir. Em alguns livros, a história conta que os romanos teriam sido os primeiros a utilizar as decantadeiras de vidro, mas era comum o uso de recipientes de bronze, prata, ouro ou cerâmica. A forma clássica de um decanter é com o bojo largo e o gargalo que lembra um funil. Porém, atualmente os formatos são tão variados quanto a criatividade dos designers de vidro.
A maioria dos vinhos hoje, passa por processos de clareamento e filtragem e é raro encontrar sedimentos em vinhos jovens. Dessa forma, a função do decanter passa a ser a de aerar o vinho ou, como costuma-se dizer: deixá-lo respirar. Dentro da garrafa, o contato da bebida com o ar é quase nulo, acontecendo apenas através dos poros e espaços das rolhas de cortiça. Então, quando vertido no decantador, o vinho entra em contato com o ar e aí desvenda seus aromas e sabores, ganhando vida.
Decantar um vinho de longa guarda, como um grande Bordeaux ou um Porto Vintage com seus já 15, 20 ou mais anos de garrafa pode, no entanto, ser um enorme perigo. Devido ao tempo de garrafa o vinho já evoluiu e está mais fragilizado, podendo morrer se ficar no decanter por muito tempo. O ideal é decantar somente para eliminar os sedimentos existentes, se quiser porque tem gente que gosta da borra junto, e servir de imediato evitando que o vinho permaneça por muito tempo nesse processo de oxigenação. Nestes casos recomenda-se que se deixe a garrafa na vertical por 24 horas antes de servir para que os sedimentos existentes desçam para o fundo da garrafa. Usando-se um funil de inox com redinha, tem o de vidro que eu também uso, verta o vinho lentamente no decanter até que as primeiras borras caiam na redinha e pare.
Precisa comprar algum decanter caro? Não, na verdade não, se gosta de designer diferente, lindos e pagar mais caro é bacana, é bonito em uma mesa e traz mais glamour e charme ao vinho. Lógico que se tiver a possibilidade, de comprar um especifico para este uso melhor. Precisa ser de vidro ou cristal, límpido, transparente e muito bem limpo, o formato é o menos importante.
Por quanto tempo e quando decantar? Bem, aí varia muito de vinho para vinho e a minha opinião é, quando você não conhece o vinho, sempre servir um pouco direto da garrafa para provar e sentir se o vinho está muito duro e tânico. Muitas vezes, só na taça ele já abre um pouco e melhora. Agora se estiver bem fechado uns 40 minutos a uma hora devem dar, eventualmente uns 90 minutos para os mais duros, porém disso nasce um outro problema, a temperatura. O vinho que veio da adega a 16 ou 18 graus, após 40 minutos ou mais, estará à temperatura ambiente o que quer dizer, dependendo de onde você esteja e da época do ano, algo próximo a 25 ou 30 graus tornará o vinho intragável! Para evitar que isso ocorra, a dica é comprar um decanter que tenha em sua base um porta-gelo, ou como mais tradicionalmente, um decanter de fundo côncavo e um ninho de gelo sob a base. São peças mais caras, mas têm lá seu charme e são eficazes. Desta forma, o vinho recebe somente o contato do ar gelado por baixo ajudando a mantê-lo à temperatura mais próximo do desejado, e você pode ir dosando essa exposição.
Quais os vinhos não preciso decantar e se os brancos também se decantam? Bem, a recomendação é que somente os vinhos mais tânicos e duros devam passar pelo decanter já que vinhos mais delicados e de grande complexidade aromática, como um Pinot Noir da Borgonha ou um Cru de Beaujolais por exemplo, podem perder toda a sua exuberância no processo. Quanto aos brancos, pessoalmente nunca experimentei decantar mas, a rigor, nada ganham a não ser talvez alguns grandes vinhos de maior corpo e idade. Acredito eu.
Na minha casa mantenho um kit básico formado por; funil de inox com rede ou de vidro, decanter e um pedestal para secá-lo depois de lavar. Adoro vinhos e todo seu ritual. Ainda que prefiro as rolhas de cortiça, também curto abrir um vinho screwcap ou com rolhas de vidro– fazem parte da história do vinho e tudo acaba sendo incorporado ao momento agradável que, na verdade, trata-se de uma confraternização, comemoração ou simplesmente um momento para relaxar ao lado dos amigos e um amor.
CAÇAROLAS E VINHOS
VINHO PARA A SOBREMESA
A melhor forma de apreciar um vinho é servi-lo como acompanhamento e o Porto não é exceção. A sua ligação mais clássica é com o queijo. A mais tradicional, de vintage com queijos azuis, já está comprovada há muito tempo. Mas experimente o Porto ruby com queijos amanteigados e Porto tawny com queijos mais fortes e salgados e não se vai arrepender. E, é claro, há sempre a ligação muito próximo de Vinho do Porto ao chocolate… E aos charutos.
Os Moscatéis com alguma idade são bons parceiros, para além dos bolos de laranja, de Queijo de Azeitão ou da Serra. Também gosto de Vinho Madeira de Tinta Negra ao final de tarde, fresco, na companhia de nozes ou amêndoas torradas.
SHOWRRASCO 2018
Um dia dedicado aos apaixonados por carne, culinária e a música de forma descontraída e irreverente. Essa é a proposta da edição 2018 do “Showrrasco”, um dos maiores festivais de carnes na brasa do País, que será realizado no dia 25 de agosto (sábado), a partir das 15 horas, no estacionamento do Passeio das Águas Shopping, na região Norte de Goiânia, com uma estrutura confortável e um ambiente descontraído, uma hora a mais de festival, mais bandas e muito mais churrasco. O evento contará com cerca de 15 estações comandadas por chefs assadores de Mato Grosso, Goiás e São Paulo. Os convites custam a partir de R$ 60,00 e podem ser adquiridos na Tribo do Açaí, República da Saúde, Lojas Flávio´s, Cateretê T2 e Jardim Goiás, Rocket 07 e Bottega, Cuba Café Tabacaria T-63, Smoking Beer, Empório Marista, DL Conveniência e Stand Ariais – 2º Piso do Buriti Shopping. O estacionamento será gratuito.
Vinho produzido por detentos
Detentos de um presídio em uma ilha de Gorgona, na Itália, estão ajudando na produção de um tipo especial de vinho branco cuja garrafa custa cerca de 100 dólares.
Desde 2012, Lamberto Frescobaldi, dono da tradicional vinícola que leva seu sobrenome, mantém um acordo com o governo do país que visa ajudar presos em processo de reabilitação.
A produção do vinho Gorgona, batizado com o nome do arquipélago, começou timidamente seis anos atrás e hoje o rótulo já está na sua quinta safra.
As uvas são cultivadas na ilha do presídio e todo o processo de produção da bebida é feito com a ajuda dos detentos.
DICAS DE ESPUMANTES:
PRÊMIO ESPECIAL
Garibaldi Espumante Chardonnay Brut – Cooperativa Vinícola Garibaldi
MEDALHA DE OURO
Garibaldi Espumante Chardonnay – Cooperativa Vinícola Garibaldi
Casa Valduga Espumante Moscatel 2016 – Casa Valduga Vinhos Finos
MEDALHA DE PRATA
Casa Valduga Espumante Arte Brut 2015 – Casa Valduga Vinhos Finos
Garibaldi Espumante Moscatel Rosé – Cooperativa Vinícola Garibaldi