‘Espero Tua (Re)volta’ aborda ocupações de escolas em São Paulo
Diário da Manhã
Publicado em 20 de agosto de 2019 às 23:30 | Atualizado há 6 anos
Ludimila Mendonça
“Movimento estudantil: quem não conhece acha que é assim. Uns jovens muito loucos, que querem invadir tudo, quebradeira, uns maconheiros, que têm preguiça de estudar. Os outros vão achar que os secundaristas são a esperança do mundo”.
Este é um trecho da narração do documentário “Espero Tua (Re)volta”, de Eliza Capai, que faz um giro sobre as ações estudantis que tiveram seu ápice em 2015, focando nos atos de São Paulo.
As ondas de ocupações e
manifestações se espalharam pelo Brasil neste período e, apesar de todas as
contradições ter mostrado a força da luta dos moleques, só em São Paulo foram
200 escolas sob a organização estudantil.
“O jovem que ocupa e sonha com educação pública de qualidade.
Com um mundo mais igualitário. Que assim que eles crescerem e chegarem no poder
vai estar tudo resolvido. Mas, mano, o bagulho é muito mais maluco do que
isso”, continua o narrador, na sequência descreve várias vertentes do movimento
estudantil, desde o socialismo partidário, correntes liberais até os
autonomistas.
O filme mostra imagens das
manifestações de rua e das ocupações de escola, guiado pela linguagem própria
dos protagonistas, jovens de escola pública.
Contexto
Quando a crise se aprofundou no Brasil, os estudantes saíram às
ruas e ocuparam escolas protestando por um ensino público de qualidade e uma
cidade mais inclusiva. “Espero Tua (Re)volta” acompanha as lutas estudantis
desde as marchas de 2013 até a vitória do presidente Jair Bolsonaro em 2018.
Inspirada pela linguagem do
próprio movimento, o filme é conduzido pela locução de três estudantes,
representantes de eixos centrais da luta, que disputam a narrativa,
explicitando conflitos do movimento e evidenciando sua complexidade.
Nas imagens estão as ocupações das escolas paulistas em 2015, em
resposta a reorganização escolar anunciada pelo governo paulista de Geraldo
Alckmin. A proposta previa o fechamento de mais de 90 escolas e o remanejamento
de cerca de 300 mil alunos para outras unidades. Sob o lema “Ocupar e
resistir”, os estudantes protagonizaram a ocupação de mais de 200 escolas, o
que serviu de inspiração para jovens de todo o País.