Família, vocação de amor na expectativa de um mundo melhor
Diário da Manhã
Publicado em 14 de agosto de 2016 às 03:34 | Atualizado há 9 anosComo dissemos domingo passado, neste mês de agosto a Igreja católica se dedica às comemorações das vocações. Falamos sobre a vocação sacerdotal, agora faremos uma reflexão sobre o segundo domingo, quando é celebrada a vocação matrimonial, adotado como “O dia dos Pais”. Este dia consagrado aos pais, vivos ou falecidos, é também destinado à família.
Falar em pai é lembrar automaticamente de Deus, o Pai por excelência e de São José, o homem escolhido pelo mesmo Senhor para ser, na terra, o pai adotivo de seu Filho, Jesus Cristo. Sempre faço referência à família, porque a importância de uma vida familiar sadia e equilibrada representa todas as expectativas de um mundo melhor. No seio familiar é que se constrói o alicerce social, a formação da criança para viver socialmente, com respeito, amor e responsabilidade. Afinal, existe sempre o perigo de construirmos uma sociedade com exclusões, especialmente das crianças, incluindo aquelas ainda por nascer, motivadas pelo aborto; exclusão dos jovens, negando-lhes a oportunidade do emprego, ou dos idosos, desejando abreviar-lhes a vida por meio dos destrates. O Papa Francisco, diz o seguinte “Hoje ponderaremos acerca de uma característica essencial da família, ou seja, a sua vocação natural para educar os filhos a fim de que cresçam na responsabilidade por eles mesmos e pelo próximo”. Com estas sábias palavras podemos entender que a reciprocidade de amor entre pai, mãe e filhos, sustenta a harmonia do lar. Trata-se de uma regra sábia: o filho que é educado a ouvir e a obedecer aos pais é porque o pai teve a consciência de encorajar o filho, conduzindo-o a crescer, passo a passo, sem desanimar. Por isso, a relação entre pais e filhos deve ser sábia, profundamente equilibrada. Não deve haver entre eles o exagero de autoritarismo nem de desobediência, mas um sadio equilíbrio cristão capaz de levar cada membro da família ao correto cumprimento de sua missão de acordo com a graça divina.
O Santo Padre alerta que muitas opiniões estranhas entraram na família ultimamente, por meio de pedagogias de todos os tipos, que silenciaram os pais na educação familiar. Neste sentido entendo que a família precisa cuidar para não formar uma geração vazia de valores, pois há normas naturais válidas a todos os seres humanos de todos os tempos e lugares. Cabe aos pais nunca deixarem de lado o seu papel que é, sem dúvida, insubstituível. A reciprocidade de amor, entre pais e filhos, deve ser permeada pela dignidade humana e cristã. Assim como os pais precisam cuidar dos filhos, os filhos têm o dever moral de cuidar dos pais idosos ou doentes e nunca abandoná-los.
Este tema que me inspira tem um sentido especial em minha vida, porque a presença de Deus Pai é o respaldo que sustenta minha família. Tenho a grande alegria de compartilhar a experiência de uma vida familiar permeada pelo amor do pai que tive e pelo amor de um pai que pude dar aos meus filhos, meu esposo, o companheiro que sustenta minha família com sua presença, com seu exemplo de pai, que está atento em todos os momentos, acompanhando com cuidado os passos dos filhos. A eles, ao meu pai, ao pai dos meus filhos, dedico este domingo. Dedico também a todos os pais: àqueles que estão juntos da família, àqueles que por algumas circunstâncias não estão mais junto de seus filhos, mas carregam no coração a grande graça de ser chamado de PAI.
Parabéns! Que Jesus os inspire sempre na educação dos filhos e na paz da família.
(Célia Valadão, cantora, bacharel em Direito, vereadora e vice-presidente do PMDB Metropolitano)