Cultura

“Nut, A Grande Protetora, Horizonte Infinito, a Mãe dos Deuses”

Redação

Publicado em 24 de fevereiro de 2016 às 22:24 | Atualizado há 4 meses

No princípio, o deus Khepera procriou os deuses Shu e Tefnut, havia aí a primeira Trindade do Antigo Egito. Shu e Tefnut tiveram como filhos os deuses Geb, o deus da terra e Nut. Nut, a deusa dos Céus deu à luz de uma só vez seus quatro filhos: Isis, Osíris, Seth e Néftis. O casal mais famoso da mitologia egipcia em todo o mundo, Isis e Osíris, segundo a lenda, já se amavam deste o ventre de sua mãe, e a maldade de Seth também já era notada, quando de seu nascimento, rasgou o útero de Nut. As origens de Nut remetem ao Heliópolis, onde, segundo os egípcios, começou o mundo. Sendo ela uma das deusas mais antigas do Panteão Egípcio.

Representada muitas vezes como uma vaca, figura que assumiu por metamorfose espontânea, outras vezes como uma mulher de beleza indiscutível, que trazia como adorno na fronte o disco solar. Em muitas, e mais comuns representações, seu corpo coberto de estrelas aparece como que abraçando à Geb, o deus da Terra, e seu amado companheiro e irmão. Inicialmente, sua figura representava o céu diurno, mas com o passar dos tempos, sua força passou a compreender tudo que se passava no firmamento, desde o nascer ao pôr do Sol.

As palavras de origem inglesa nigth (noite), nocturnal (noturno), equinox (equinócio) e a palavra francesa nuit (noite) derivam do nome da deusa egípcia. Acolhedora dor mortos de seu império, no sarcófago de Tutancâmon fora encontrado uma gravura em clamor à deusa Nut: “Nut, minha divina mãe, abre tuas asas sobre mim, enquanto brilharem no céu as imorredouras estrelas”. Um símbolo sagrado de Nut era a escada, grafado muitas vezes sobre os túmulos de seus súditos, garantia proteção ao falecido, e invocava a ajuda dos deuses dos mortos. Talvez servisse também para simbolizar o alcance entre terra e céu.

Outro símbolo de Nut era um jarro de água, que vinha escrito junto aos hieróglifos que grafavam seu nome. Representava o útero da deusa, a origem da vida e a criação. A deusa era festejada no Festival das Luzes; seus inúmeros templos eram servidos apenas por mulheres, que sonhavam brilhar como estrelas no corpo da deusa, após sua morte. Seus membros eram tidos como pilares, que sustentavam o céu sobre a terra. Por vezes eram também representados como os quatro pontos cardiais. Sua imagem quase sempre é encontrada no interior dos sarcófagos, desenhada em cima e em baixo do local, como quem acolhe em seus braços maternais os sofridos defuntos.

O casal de irmãos que se tornaram marido e mulher, filhos de Nut e Geb, figuram entre os deuses mais carismáticos e conhecidos da mitologia egípcia mundo a fora. Segundo a lenda, o invejoso irmão do casal, o deus Seth tentou matar Osíris, mandando seu corpo para terras distantes. A dedicada esposa de Osíris, a deusa Isis, foi atrás de seu corpo. Quando Seth descobriu que Osíris estava de volta, mandou que seu corpo fosse esquartejado e espalhado por toda a terra. Isis partiu em nova peregrinação a fim de reunir as partes do corpo de seu amado e reanima-lo. Missão cumprida, o casal de apaixonados procriaram, dando origem ao deus Hórus. Hórus por sua vez, travou longa batalha contra o cruel tio Seth, vencendo-o em honra a seu pai, e reivindicando o trono que lhe era reservado por direito.


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