Cotidiano

Berzoini diz que não houve legalidade na votação da Comissão do Impeachment

Diário da Manhã

Publicado em 9 de dezembro de 2015 às 03:55 | Atualizado há 9 anos

BRASÍLIA — de terça-feira para a chapa oposicionista da Comissão do Impeachment, o ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, disse acreditar que houve ilegalidade. O petista lembrou que foi deputado por 16 anos e que conhece o regimento interno da Câmara e a lei que rege as votações.

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— Eu não concordo com os procedimentos. E disse isso aos líderes. Não há razão para nós acreditarmos em chapa avulsa quando lemos o texto da lei e conhecemos o funcionamento do Congresso Nacional, especialmente da Câmara dos Deputados. Não acredito que haja legalidade naquele processo, mas quem vai dizer ao fim e ao cabo é o Supremo Tribunal Federal — disse Berzoini na saída do evento sobre a simplificação de impostos para pequenas empresas, no Palácio do Planalto.

Sobre a saída do deputado Leonardo Picciani da liderança do PMDB, o ministro disse se tratar de uma “turbulência” e que não acredita que representa um endurecimento maior na relação do partido com o governo. Ele pontuou que mantém diálogo com diversas lideranças do partido. E que as divisões são assunto interno da sigla. Para Berzoini, mesmo com a carta de Temer a Dilma, em que o vice lista exemplos de que a presidente nunca confiou e nunca vai confiar nele, não há motivos para falar em rompimento entre os dois ou entre PMDB e governo.

— Não existe governo monolítico. É legitimo que haja manifestações em uma democracia que se consolida, como a brasileira, e certamente tem diversos enfoques para cada assunto. Não existe razão para a gente apostar em rompimento. Vamos apostar em agregação, e não se preocupar com eventuais divergências que são da natureza humana — disse.

Segundo Berzoini, a estratégia do governo vai mudando à medida que os fatos vão acontecendo. Ele disse que ainda não foi decidido se Dilma irá convocar o Legislativo para trabalhar durante o recesso. E negou que seja um problema o rito do impeachment ficar paralisado por uma semana, até que o Supremo Tribunal Federal julgue sobre a legalidade da sessão de ontem. O desejo do governo de acelerar o processo, disse, é menor do que a importância de as regras serem obedecidas.

— Por que nós desejamos celeridade? Porque não é possível submeter o Brasil a uma série de incertezas. Deve ser tratado com celeridade, porém, respeitando todos os prazos e todas as regras do processo. Nós não vamos jamais acreditar que haja uma pressa tão grande a ponto de não se observar as regras fundamentais — afirmou.

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