Cultura

“Temos que levar a vida com bom humor”

Diário da Manhã

Publicado em 20 de novembro de 2015 às 21:00 | Atualizado há 4 meses

Junte fartas doses de ironia, raciocínio certeiro para tiradas e um talento nato de tornar engraçado nossas pequenas idiotices cotidianas. Adicione ainda pitadas generosas de polêmica. Esta é a receita de muitos amarem, outros odiarem o humorista, jornalista e ator gaúcho Rafinhas Bastos. Para alegria do primeiro time, o comediante chega amanhã a Goiânia com o stand up Rafinha Apresenta.

O espetáculo acontece às 20h, no Teatro PUC.

Em cena, o ex-CQC não entra sozinho, chega acompanhado dos humoristas, também conhecidos no mundo do stand up: Marcelo Marrom e Bruna Louise. Durante o show, cada um vai ter espaço para mostrar sua performance individualmente, mas ao final, o trio se encontra para um bate-papo, com direito a participação da plateia. “Esta, para mim, é a melhor parte do espetáculo”, destaca Rafinha em rápida entrevista por e-mail ao DMRevista.

Como é comum neste tipo de show de humor, os comediantes chegam sem recursos cênicos, ou seja, “de cara limpa”. Seus assuntos navegam entre o mais trivial, até ao claramente esdrúxulo. O texto é sempre adornado pela leitura individual, crítica e bem humorada dos comediantes, que possuem um objetivo claro: conquistar risadas do início ao fim do espetáculo, que também promete improviso e música.

Acompanhado deste formato, Rafinha tem rodado Brasil afora, assim como outras produções suas, que se tornaram disputados stand ups. Mas, desta vez, o humorista possui um objetivo especial, durante a turnê deste espetáculo. Os shows e as viagens dos comediantes irão fazer parte do novo programa de TV do comediante,Tá Rindo de Quê?, que deve estrear ano que vem, na emissora que tem sido o reduto dos comediantes, a Multishow.

CONECTADO

Tá Rindo de Quê, marca ainda a volta de Rafinha à TV. Mas, mesmo longe das telinhas desde o começo do ano,  quando o programa Agora É Tarde, na Band, – que herdou do também ex-CQC Danilo Gentili -, Rafinha Bastos foi estinto, ele nunca ficou muito longe das câmeras. Na internet, ele tem pelo menos dois programas. Um deles é a produção, que recebe convidados para uma entrevistas, chamada 8 Minutos. Outra empreitada na web é a série policial satírica Chamado Central.A internet Rafinha domina com tranquilidade. No You Tube, coleciona bons números em vídeos e trechos de espetáculos, cujo alcance ronda a casa 70 milhões de visualizações. Ele também já foi considerado pelo jornal norte americano New York Times, como uma das personalidades com o Twitter  mais influente do mundo.

E, foi a internet também, que lhe tomou de vez o anonimato. Tudo começou no final da década de 1990 quando, recém formado em jornalismo, mudou-se para Estados Unidos, no intuito de transformar-se em jogador de basquete (e altura ele tem). Nos EUA, criou uma despretensiosa página na internet para interagir com os amigos brasileiros. Nela, fazia vídeos satirizando, desde a banda Village People, até a cantora.  E, a empreitada, tornou-se popular com o nome de Página do Rafinha .Na época que morou nos Estados Unidos o ex-CQC também entrou em contato com outro tipo de humor que se tornou um dos precursores no Brasil: o stand up. “Me apaixonei pela comédia de cara limpa, porque vi nela uma possibilidade de aliar o meu conhecimento de ator e jornalista”, explica.

Vai e volta na TV

De volta ao Brasil em 2000, ele trocou Porto Alegre por São Paulo para tentar chances de emplacar na TV. E conseguiu. Após muitas tentativas e participações em diversos programas, ele foi descoberto pela equipe do CQC fazendo seu famoso stand up A Arte do Insulto, em 2008, e foi contratado pela Band.No CQC, ocupou logo a bancada, ao lado de Marcelo Tas e Marco Luque, comandava o quadro Proteste Já. Participava ainda do programaA Liga, exibido na mesma emissora. Tudo ia bem, até que uma de suas brincadeiras irritou Wanessa Camargo e seu marido _ e até o jogador Ronaldo “o fenômeno”, o que causou o afastamento da emissora. O fato promoveu ainda várias discussões sobre os “limites do humor”.

Mas ele logo retornou às telinhas , e antes de voltar à Band, ao assumir o programa Agora è Tarde, ele esteve na Rede TV, com o talk show  , que durou apenas cinco meses.

Entrevista Rafinha Bastos

DMRevista: No espetáculo Rafinha Apresenta você, Marcelo Marrom e Bruna Louise entram em cena separados? Como funciona?

Rafinha Bastos: Cada comediante tem o seu tempo no palco. No final, fazemos um encontro e batemos um papo com a galera. Pra mim é o melhor momento do espetáculo.

DMRevista: O que acha mais interessante na forma de fazer humor destes seus companheiros de espetáculo?

Rafinha Bastos: O Marrom é muito talentoso. É um cara que faz música, improviso e ainda tem um bom texto. A Bruna é uma menina muito criativa que é a voz das mulheres no stand-up. É um time muito bom.

DMRevista: Vi que o espetáculo de sábado será aproveitado em seu novo programa na Multishow Tá Rindo de Quê? Como será isto?

Rafinha Bastos: No programa, vivemos um dia na cidade em que faremos show. O que aprendemos durante esta experiência vira piada no palco. É uma competição entre os três comediantes. O pior da noite tem que pagar uma prenda ridícula. É muito divertido.

DMRevista: Em um de seus programas, você declarou que não se acha engraçado, mas possui um bom texto. Isso é verdade?

Rafinha Bastos:Eu menti. Hehehe!

DMRevista: Você foi um dos precursores do stand up no Brasil, com o espetáculo A Arte do Insulto. Quando percebeu que tinha “tino” para coisa

Rafinha Bastos: Sempre fui um aluno observador. Era aquele que esperava uma deixa para fazer piada. Desde a primeira risada da turma, eu saquei que isso seria minha vida.

DMRevista: Depois do Agora É Tarde, você continuou com as entrevistas no programa 8 Minutos. E, na entrevista que fez com Jack Black, por exemplo, parecia até que se tornaram amigos.

Rafinha Bastos: Todas entrevistas do 8 Minutos são muito legais. O Jack Black, eu já conhecia dos Estados Unidos. Mas, encontrar com ele foi muito bacana.

DMRevista: Você também está fazendo a série policial satírica Chamado Central. Pode falar um pouco sobre ela?

Rafinha Bastos: É uma brincadeira com a polícia. É uma mistura das séries 24 Horas The Office. Estou curtindo muito fazer isso.

DMRevista: Com tantas coisas difíceis acontecendo no mundo, e ao mesmo tempo, com tantas pessoas prontas para criticar tudo, acha que ficou mais difícil provocar risadas no público?

Rafinha Bastos:Risadas são difíceis de controlar. O ser humano  é independente do momento político e econômico que estamos vivendo. A melhor coisa para fazer nesse momento é levar a vida com bom humor.

Serviço

“Rafinha Apresenta, com  Marcelo Marrom e Bruna Louise

Quando: Amanhã às 20h

Onde: Teatro PUC – Câmpus V (Av. Fued José Sebba – Jardim Goiás)

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