Opinião

Situação econômica do país e suas perspectivas

Redação

Publicado em 11 de novembro de 2015 às 00:52 | Atualizado há 9 anos

Consultores, analistas de mercado e acadêmicos especializados em crescimento econômico já davam como certo que em 2015 o Brasil terminaria o ano no vermelho. Será uma retração na casa de 2% – a maior desde que a economia encolheu 4,3% em 1990.

Alimentava-se a esperança de que o cenário seria de lenta recuperação, seguida em 2016 de crescimento – um crescimento pífio, mas crescimento. Na semana que passou, os especialistas começaram a rever – para baixo – as projeções do ano que vem. Porém, veio do próprio governo a sinalização de que tende a prevalecer o cenário traçado pelo pior dos pessimistas.

O índice de atividade do Banco Central, que funciona como uma prévia da expectativa do desempenho da economia, indicou que a recessão pode se prolongar e tomar conta do País também em 2016. Durante a reunião do Conselho Nacional de Política Fazendária, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, confirmou a tendência ao declarar que o Brasil passa por uma transição “um pouco difícil”.

A atual situação econômica do Brasil vem causando muita preocupação à toda parcela da população que depende do seu próprio trabalho para garantir seu sustento.

Sejam empregados ou empresários, estão todos preocupados com os rumos que nossa economia vem tomando nos últimos tempos.

Essa preocupação com a atual situação econômica do Brasil vem fazendo com que empresários adiem investimentos e novos empreendedores aguardem momentos menos incertos para iniciar seus projetos. Como em todo momento de incerteza, uma certa dose de pânico se confunde com a frieza dos números e por isso é importante termos uma visão real do que está acontecendo.

Os números não deixam dúvidas sobre a gravidade da situação econômica brasileira, muito embora o governo tente mascarar a crise com interpretações convenientes e a negação dos dados captados pelas diversas consultorias econômicas, instituições de classe e até mesmo das próprias agências e órgãos governamentais.

A atual situação econômica do Brasil é tecnicamente de estagnação. A crise econômica de 2015 poderá se prolongar em 2016  e consta como possibilidade em toda pauta de reunião de empresários do país e também fora dele. Acreditar em mais uma história sobre “marolas” é negar a realidade econômica do país e abrir a porta para o fracasso.

É claro que, como em toda situação de incerteza, principalmente em ano eleitoral, em 2016, uma certa dose de pânico acaba se instalando. Esse também não é o caminho para a solução do problema, pois em momentos de histeria, decisões precipitadas podem também acabar destruindo o seu negócio.

Que a economia brasileira  vai mal, todo mundo sabe, mas a pergunta é: de que forma podemos nos preparar para enfrentar e vencer o desafio de levar o país de volta aos rumos do crescimento? No que diz respeito ao empreendedorismo nacional, como se superar a crise deste ano  e estar pronto para uma eventual retomada do crescimento é o desafio.

Uma retomada da economia brasileira dependerá exclusivamente do governo, pois segundo todas as análises, foi ele quem não fez seu papel em termos de fomento do desenvolvimento do país. Em resumo, não fez nem o seu dever diário e muito menos o dever de casa.

Enquanto a agricultura, indústria e serviço davam seu sangue para atingir patamares de produtividade e competitividade, o governo falhava no planejamento estratégico, infraestrutura e política fiscal.

O ajuste fiscal é inevitável para provocarmos uma reversão da atual situação econômica do Brasil, pois o uso de artifícios cínicos como a chamada contabilidade criativa das contas públicas não dará condições para que o país volte a crescer, só jogará mais para frente uma crise maior.

José Vitti, empresário, líder do Governo na Assembleia Legislativa

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