Negociação entre Venezuela e Colômbia avança e presidentes devem marcar reunião
Diário da Manhã
Publicado em 13 de setembro de 2015 às 10:56 | Atualizado há 4 mesesLuana Lourenço – Repórter da Agência Brasil
Em meio à crise de fronteira entre Venezuela e Colômbia, as chanceleres dos dois países se reuniram ontem (11) no Equador. Após quatro horas de conversas, os dois países emitiram uma declaração conjunta em que destacam avanços nas negociações. O próximo passo será uma reunião entre os presidentes Nicolás Maduro e Juan Manuel Santos.
O encontro entre Delcy Rodrígues, da Venezuela, e María Ángela Holguín, da Colômbia, ocorreu na sede do Ministério de Relações Exteriores do Equador, em Quito. A reunião foi acompanhada pelos chanceleres do Equador, Ricardo Patiño, e do Uruguai, Rodolfo Nin Novoa, cujos países ocupam as presidências pro tempore da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), respectivamente.
“As ministras de Relações Exteriores da Venezuela, Delcy Rodríguez, e da Colômbia, Maria Ángela Holguín, tiveram uma reunião importante em Quito para tratar dos temas sensíveis de sua relação bilateral e, tendo avançado satisfatoriamente no tratamento dos mesmos, vão levar os assuntos à consulta dos presidentes para planejar uma reunião entre eles”, diz o texto da declaração, lida pelo chanceler equatoriano e divulgada pelos dois governos.
Ainda não há data para a reunião entre Maduro e Santos, mas, segundo Patiño, as negociações para resolver a crise diplomática entre os vizinhos vão continuar intensas nos próximos dias.
“Estamos pondo todas as nossas esperanças de que os resultados desses diálogos que começaram agora possam ser frutíferos para chegar ao melhor resultado na relação dos dois países irmãos e seus povos”, disse o equatoriano em entrevista coletiva. “Vamos seguir trabalhando nos próximos dias. Estamos muito contentes de essa reunião ter acontecido e os resultados dão esperança para o futuro dos dois países”, acrescentou.
A Venezuela acusa a Colômbia de não controlar a entrada ilegal de produtos venezuelanos subsidiados, entre eles derivados de petróleo, no mercado colombiano. O governo de Maduro estima que cerca de 100 mil barris entram diariamente na Colômbia por contrabando, o que gera perdas na ordem de US$ 3,5 milhões.
A situação na fronteira foi agravada depois que três militares venezuelanos ficaram feridos em um incidente em San Antonio del Táchira, no Sudeste do país, e Maduro decidiu fechar a fronteira com a Colômbia em dois postos. O governo venezuelano atribui o ataque a grupos paramilitares.
Editor Valéria Aguiar