Trump denunciou membros do FDA de retardar testes das vacinas contra covid-19
Salma Ataíde
Publicado em 22 de agosto de 2020 às 18:36 | Atualizado há 5 anos
Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, acusou neste sábado (23), membros do “estado profundo” do órgão de vigilância sanitária Food and Drug Administration (FDA), sem demonstrar evidências, de trabalhar para atrasar o teste das vacinas para covid-19 para depois da eleição presidencial de novembro.
Em postagem no Twitter, o presidente afirmou que o estado profundo “ou quem quer que seja” na FDA, estava dificultando para as empresas farmacêuticas inscreverem pessoas em ensaios clínicos para testar vacinas e terapias para o novo coronavírus.
O comentário ocorreu após a Reuters divulgar uma matéria exclusiva com um alto funcionário da FDA, argumentando que renunciaria se a administração Trump aprovasse uma vacina antes que ela fosse comprovadamente segura e eficaz.
“Obviamente eles esperam adiar a resposta para depois de 3 de novembro. Devem se concentrar na velocidade e em salvar vidas! escreveu Trump, marcando o comissário da FDA, Stephen Hahn, no tuíte.
E comum o presidente usar o Twitter para criticar agências federais, às vezes acusando- as de serem controladas pelo “estado profundo”, em uma aparente referência a funcionários de longa data que, aos olhos de Trump, querem arruinar sua agenda.
Seu comentário amplia a pressão sobre a FDA, depois que Peter Marks, diretor de seu Centro de Avaliação e Pesquisa Biológica, declarar na semana passada em uma teleconferência com funcionários do governo, executivos, farmacêuticos e acadêmicos, que renunciaria se a agência legalizasse uma vacina não comprovada.
Para o site UOL, cientistas, autoridades de saúde pública e parlamentares estão preocupados que a administração Trump force a FDA a aprovar uma vacina antes da eleição, mesmo que os dados de testes clínicos não apóiem seu uso generalizado.
Marks, cuja divisão regula tratamentos biotecnológicos de ponta, vacinas e terapias genéticas, disse a Reuters que não enfrentou nenhuma pressão política e que a FDA seria guiada apenas pela ciência.