Polícia francesa mata homem que tentou invadir delegacia
Diário da Manhã
Publicado em 7 de janeiro de 2016 às 09:45 | Atualizado há 9 anosPARIS — No dia em que a França recorda o primeiro aniversário do ataque contra a revista Charlie Hebdo, um homem foi morto a tiros por policiais nesta quinta-feira depois de tentar atacar uma delegacia do bairro de Goutte d’Or, em Paris. Segundo as autoridades, ele estava armado com uma faca e estava vestido com um cinturão de explosivos falso. O caso está sendo investigado como um possível ato terrorista, disse uma fonte policial que não quis se identificar.
Um porta-voz do Ministério do Interior disse que o homem gritou “Allahu Akbar (Deus é grande) ao tentar agredir um policial que estava na entrada da delegacia, mas foi logo atingido e morto por disparos dos agentes. Segundo o jornal “Le Monde”, elo suspeito não estava com documentos de identificação.
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— De acordo com nossos colegas, ele queria se explodir — disse um policial. — Ele gritou “Allahu Akbare tinha fios saindo de sua roupa. Por isso, os policiais atiraram.
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Após a tentativa de ataque, a área foi bloqueada e a polícia pediu aos moradores para não abrirem suas janelas e permanecerem dentro de suas casas. Duas escolas da região foram fechadas por medidas de precaução. Um equipe de desativadores de minas está no local para garantir a segurança no bairro, no Norte da capital francesa.
MAIS PODERES À POLÍCIA
Minutos antes, o presidente François Hollande homenageou os agentes mortos em serviço, incluindo os três mortos nos ataques em janeiro do ano passado, e defendeu a ampliação dos poderes da polícia para enfrentar as ameaças terroristas.
— Para fazer frente a este desafio (o terrorismo), é necessário dispor dos meios necessário — disse Hollande. — O terrorismo não deixou de mostrar sobre nosso país sua terrível ameaça.
Entre as medidas previstas no projeto de lei enviado pelo Executivo ao Conselho de Estado, e que deve passar pelo Conselho de Ministros em fevereiro, está a necessidade de retirar a prisão domiciliar por tempo limitado aos cidadãos que voltaram da Síria e do Iraque . A sugestão é que a decisão possa ser tomada pelo Ministério do Interior contra pessoas que não possuem elementos suficientes para abrir uma investigação. Mas Hollande insistiu que todas as ações serão submetidas a controles judiciais.
Outro ponto é a possibilidade de realizar registro de veículos e controles de pessoas em lugares considerados “sensíveis” em caso de ameaça terrorista, além da ampliação das condições nas quais os policiais podem usar suas armas para frear atos suspeitos.
A instauração do estado de exceção no país, decretado depois dos atentados de 13 de novembro e em vigor até fim de fevereiro, permitiu a abertura de 25 investigações judiciais diretamente relacionadas com o terrorismo, segundo o presidente. Foram apreendidas cerca de 400 armas, das quais 40 são armamentos de guerra. No entanto, Hollande assegurou que o estado não “tem vocação de durar em uma democracia”.