Dólar abre em alta e juros futuros avançam com foco em dados econômicos e política fiscal
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Publicado em 27 de dezembro de 2024 às 14:09 | Atualizado há 4 meses
O dólar abriu a sexta-feira (27) em alta ante o real, avançando 0,50% e sendo cotado a R$ 6,208 às 9h06. Paralelamente, na Bolsa de Valores, o contrato da moeda norte-americana para janeiro registrava alta de 0,35%, a R$ 6,210. Essa movimentação ocorre em meio à repercussão de dados econômicos, como o IPCA-15 de dezembro e as taxas de desemprego no Brasil. No exterior, o dólar apresentava perdas em relação a divisas fortes, mas se mantinha instável perante moedas latino-americanas como os pesos chileno, mexicano e colombiano.
O Banco Central realizou uma nova intervenção no mercado cambial na manhã desta sexta, dando continuidade à estratégia que já somou US$ 30,77 bilhões em leilões à vista e operações de linha nas últimas semanas. Na quinta-feira (26), o BC vendeu US$ 3 bilhões, aceitando nove propostas em um leilão que influenciou a cotação do dólar, que encerrou o pregão com leve baixa de 0,11%, a R$ 6,177.
O mercado de juros também reagiu ao cenário fiscal e aos rendimentos dos Treasuries americanos, que subiram com a expectativa de um ciclo menos agressivo de cortes de juros pelo Federal Reserve. No Brasil, a curva de juros apresentou alta, com taxas de contratos DI para janeiro de 2026 subindo para 15,345% e vencimentos mais longos, como janeiro de 2033, marcando 14,76%, ante ajustes anteriores.
Ainda na esfera fiscal, investidores analisaram a decisão do ministro do STF, Flávio Dino, de suspender o pagamento de R$ 4,2 bilhões em emendas parlamentares, em meio ao recesso legislativo. A notícia levou o presidente da Câmara, Arthur Lira, a convocar uma reunião emergencial com líderes da Casa, gerando maior incerteza sobre o cenário político e econômico.
O Tesouro Nacional informou que a dívida pública federal subiu 1,85% em novembro, alcançando R$ 7,204 trilhões. Esse dado, aliado às projeções de inflação e política fiscal, contribuiu para as expectativas do mercado sobre a Selic. A curva de juros precifica uma alta de até 1,50 pontos percentuais na taxa básica em janeiro, atualmente em 12,25% ao ano.
No contexto global, a volatilidade nos mercados permanece elevada, com os investidores atentos aos movimentos do Fed e às intervenções locais do Banco Central brasileiro para estabilizar o câmbio e os juros futuros.
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