Política

PSD racha com desistência de Vanderlan e indicação de vice

Redação

Publicado em 19 de janeiro de 2024 às 13:37 | Atualizado há 1 ano

Isolado, sem reunir partidos e lideranças de peso em torno de seu projeto de disputar, pela terceira vez, a prefeitura de Goiânia, o senador Vanderlan Cardoso, presidente estadual do PSD, admite desistir e provoca uma crise interna no partido ao admitir aliança com o PT com indicação de vice da deputada federal Adriana Accorsi,

Desde o ano passado, Vanderlan Cardoso não conseguiu estabelecer alianças com o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro, com o União do governador Ronaldo Caiado e com o MDB de Daniel Vilela, para citar apenas três grandes partidos na capital.

Ao longo dos anos, desde quando deixou a prefeitura de Senador Canedo, Vanderlan Cardoso acumula uma sucessão de desgastes políticos, incluindo o PSDB do ex-governador Marconi Perillo, o que dificulta a consolidação de seu projeto de chegar ao Paço Municipal.

O deputado federal Ismael Alexandrino, que se elegeu em 2022 após ocupar, por mais de três anos, a secretaria estadual de Saúde por decisão do governador Ronaldo Caiado, apoia qualquer que for a decisão de Vanderlan: manter a candidatura a prefeito ou costurar uma aliança PSD/PT em Goiás. Alexandrino apoio Lula da Silva no segundo turno da sucessão presidencial em 2022.

Apesar de bom desempenho nas pesquisas de intenção de votos – apareceu em primeiro ou em segundo lugar, dependendo das pesquisas realizadas ano passado – Vanderlan Cardoso não conseguiu atrair ao seu projeto partido políticos, o que poderá leva-lo à desistência de enfrentar as urnas este ano.

Os seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro se surpreenderam com a mudança de posicionamento de Vanderlan Cardoso no Senado, logo após a posse de Lula no Palácio do Planalto, com aprovação de projetos defendidos pelo PT e seus aliados. De imediato, durante visita a Goiânia, Bolsonaro negou a possibilidade de o PL apoiar a candidatura de Vanderlan à prefeitura da capital, E O PL lançou a pré-candidatura do deputado federal Gustavo Gayer ao Paço Municipal.

As conversações de Vanderlan Cardoso com o deputado federal Rubens Otoni, inclui acordos às eleições de 2024 e 2026: o PSD respalda a candidatura de Adriana Accorsi à prefeitura de Goiânia, com indicação de vice, e o PT fecha com o senador na disputa pelo governo de Goiás, em 2026, com a indicação do nome de vice.

Em entrevista a O Popular, Vanderlan Cardoso promete anunciar sua decisão final – se irá ou não disputar a prefeitura a capital até o final de março. Enquanto isso, segue conversando com dirigentes partidários, parlamentares e lideranças políticas sobre o processo sucessório em Goiânia e nos demais municípios do estado.

Quebra-de-braço

A ala do PSD ligada ao Palácio das Esmeraldas, integrada pelo ex-deputado federal e ex-presidente estadual do partido, Vilmar Rocha, ex-deputado federal e presidente da Codego, Francisco Jr, deputados estaduais Wilde Cambão e Cairo Salim, vice-prefeito Márcio Cândido (Anápolis) rejeitam a aliança com o PT não apenas em Goiânia, mas em todo o estado.

Os governistas alegam que Vanderlan Cardoso não acatou a decisão do PSD de apoio à reeleição de Ronaldo Caiado após ter contado com a presença do governador em seu palanque na disputa pela prefeitura de Goiânia em 2020. Se queixam também do senador ter trocado a candidatura de Vilmar Rocha ao Senado pela de Wilder Morais em 2022.

O vice-prefeito de Anápolis, Márcio Cândido, pré-candidato à sucessão do prefeito Roberto Naves (Republicanos), afirmou ao jornal O Popular que deixará o PSD caso o partido decida por aliança com o PT de Antônio Gomide na cidade.

Vilmar Rocha e seus aliados sustentam que, caso Vanderlan Cardoso desista de disputar a prefeitura de Goiânia, o PSD precisa encontrar um substituto e não abrir mão da cabeça de chapa, com a sugestão de Francisco Jr entrar na disputa. O ex-deputado federal foi candidato à prefeitura de Goiânia em 2016, sem sucesso nas urnas.

Inconformado com a formação de comissões provisórias em alguns municípios, Francisco Jr solicitou afastamento da executiva estadual do PSD, mas não foi atendido por Vanderlan. Quando da troca do comando do PSD em Goiás, em 2022, o senador convidou Vilmar Rocha para integrar a direção do partido, mas o ex-presidente não aceitou.

A tendência dos governistas do PSD é apoiar o candidato à prefeitura de Goiânia que for lançado pelo Palácio das Esmeraldas – Bruno Peixoto (União Brasil) ou Jânio Darrot (MDB).

Waldir: “Vanderlan criou ele mesmo essa situação de isolamento político”

O ex-deputado federal e 1º vice-presidente estadual do União Brasil, Delegado Waldir Soares, afirmou que essa situação de isolamento político, admitida pelo senador Vanderlan Cardoso (PSD), foi criada por ele mesmo. “É só olhar o histórico político de Vanderlan para se chegar a essa conclusão. Ele esteve no MDB de Iris Rezende e logo saiu fora. Recebeu apoio de Marconi Perillo em 2016 e depois não apoiou o PSDB em 2018”.

O presidente do Detran lembra também, que, em 2022, ao invés de apoiar a reeleição de Ronaldo Caiado (UB) como havia prometido em retribuição à presença do governador em seu palanque, em 2020, esteve na campanha de Major Vitor Hugo (PL) ao governo de Goiás. Prossegue o ex-deputado: “o PSD lançou Vilmar Rocha ao Senado em 2022 e Vanderlan foi para o palanque de Wilder Morais”.

Delegado Waldir, em entrevista a O Popular, disse ser injusto acusar o governador Ronaldo Caiado de “isolar” quem quer que seja do processo político m Goiás. “Caiado cumpre a palavra, é leal e valoriza quem esteve com ele na campanha eleitora. Por isso, os companheiros do PSD estão no governo. Nada contra quem quer que seja, pelo contrário, é valorização de quem esteve ao seu lado”.

Na visão do Delegado Waldir, Vanderlan Cardoso nõ pode terceirizar os erros e acertos de sua carreira política. “Ao longo dos anos, Vanderlan cometeu acertos e erros e penas ele é o responsável por tudo. Não pode atribuir a outrem o que lhe cabe”.

Mesmo não tendo recebido o apoio de Vanderlan Cardoso em 2022, o governador tem respeito pelo senador do PSD que, na medida do possível, tem atuado em favor dos interesses de Goiás no Congresso Nacional: “Eu acompanho o trabalho de Vanderlan a Comissão de Assuntos Econômicos e no plenário do Senado e vejo que o goiano atua em defesa das causas do estado”.

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