Goiás tem modelos de Magnavox Odyssey, primeiro console de videogame
Redação
Publicado em 1 de janeiro de 2023 às 16:58 | Atualizado há 2 anos
Lançado em setembro de 1972 nos Estados Unidos, o Magnavox Odyssey foi o primeiro console da história. Mesmo cinquenta anos depois, ele é praticamente desconhecido dos jovens jogadores.
Diga-se, seu maior legado foi permitir pela primeira vez jogar em casa, já que antes as jogatinas ocorriam em arcades ou nas grandes instituições – em 1962, um grupo de estudantes do Massachussetts (MIT), por exemplo, lançou o jogo “Spacewar”.
Criado por Ralph Baer, engenheiro alemão considerado o pai do videogame, o Magnavox é uma peça rara de colecionadores – volta e meia existem unidades à venda na plataforma ebay, mas os preços costumam assustar os interessados. Uma edição do protótipo está hoje no Museu Nacional da História Americana.
Console digital, o aparelho da Magnavox é confundido com os aparelhos analógicos e esquecido por grande parte dos colecionadores que acreditam erroneamente que o Atari 2600 ou Pong foram pioneiros na história dos games.
O jornalista, advogado e programador de jogos Welliton Carlos, que coleciona consoles, tem representantes de todas as gerações de games, inclusive da primeira. “O Magnavox é um dos mais raros. Tenho duas unidades desta primeira geração da década de 1970: uma edição americana, de 1972, e outro ainda mais raro, que foi lançado no Brasil. Do primeiro, existem documentados seis modelos no país. Deste segundo, distribuído no Brasil, foram poucas unidades lançadas. Não conheço quem tenha. Faço veemente defesa do Magnavox, para que assim se reestabeleça a verdade na história: foi o primeiro de todos!”, diz.
As duas unidades foram adquiridas em leilões e trazem ainda suas caixas, berços e acessórios, como os papeis celofanes que são grudados nas telas das tevês, já que os jogos são em preto e branco e sem som. “É um game que exige imaginação do usuário, já que a interatividade é básica: pontos de luz com física são controlados pelo usuário por meio de uma espécie joystick. Os sinais eletrônicos são binários, com matriz de diodos. É uma eletrônica sofisticada para a época. Ele é uma mistura de jogo de tabuleiro e digital, algo impensável para a maioria dos gamers”, explica,
Dentre os jogos possíveis, destacam-se o futebol e tênis – dois esportes que serão essenciais no desenvolvimento da história dos games atuais. Ele diz que não tem um acessório vendido na época e que foi essencial para a institucionalização dos games adultos – uma espingarda lançada pela Magnavox que interagia quando apontada para a tevê.
Pelo que oferecia em 1972, o Magnavox Odyssey foi o que mais trouxe elementos que nortearam o desenvolvimento dos jogos: espécies rudimentares de cartuchos, controles, interação.
Após o lançamento do game pioneiro, surgiram vários clones, como o Pong da Atari e, no Brasil, duas versões da Philco – Telejogo 1 e Telejogo 2. A quebra de patentes e plágios foram parar na Justiça. Os pongs trouxeram inovação: placar de jogo.
A Magnavox chegaria na segunda geração dos games com o Odyssey 2, rival mais caro e sofisticado do famoso Atari 2600. Ainda na década de 1980, ocorreu sua descontinuação deste modelo. A Magnavox não chegaria na terceira geração – agora dominada pela poderosa Nintendo.