Opinião Pública

Ely Camargo: oito anos sem a voz do folclore

Marcos Gomes

Publicado em 4 de novembro de 2022 às 15:14 | Atualizado há 2 anos

 No próximo dia 3 de novembro completam-se 8 anos da morte da cantora e folclorista goiana, Ely Camargo, falecida em Goiânia, por problemas de saúde. Para homenagear a memória da artista, nascida na Cidade de Goiás, em 12 de fevereiro de 1930, estamos lançando, em parceria com o cantor Naire Siqueira, primo da cantora, o documentário: “A voz do folclore de Goiás para o mundo”.

O filme, que traz uma síntese da carreira de Ely Camargo, com depoimentos emocionantes de dois familiares, que tiveram convivência muito próxima com ela (Naire Siqueira, primo e Elvani Camargo, irmã) tem duração de 20 minutos e livre acesso pelo novo canal no youtube, onde disponibilizamos também todo o acervo fonográfico de Ely, em formato digital.

“A voz do folclore de Goiás para o mundo” narra a trajetória da artista, nascida numa família de músicos – o seu pai, Joaquim Edison Camargo era maestro -, iniciada ainda na infância, cantando em coros de igreja. Contém um vídeo inédito da família, feito na década de 1950 e depoimentos do próprio Naire Siqueira, que teve uma convivência estreita com a prima, nas décadas de 1960 e 70 em São Paulo, e da única irmã viva de Ely, Elvani Veiga de Camargo (88 anos), contando detalhes curiosos da vida da cantora e dos bastidores em suas gravações na  Chantecler em São Paulo.

O documentário traz também alguns vídeos da cantora, interpretando em 2001, “Canção do Araguaia”, de Joaquim Edison e Francisca Filemon Mascarenhas; “Meu Araguaia”, de Wilson Leite, gravado em Aruanã, em 2005 pelo programa Frutos da Terra e “O Menino e o Circo”, de sua autoria, apresentado na TV Cultura em 1980.

Maria Eugênia canta “Noites Goianas”, um hino de Goiás, de Joaquim Bonifácio e Joaquim Santana, eternizado na voz de Ely Camargo e o seu primo, cantor Naire Siqueira interpreta “Amo-te muito”, de João Chaves e Camargo Guarnieri, que a cantora gravou no LP, Canções da Minha Terra, volume 4, em 1964.

Com um repertório rico em cantigas e modinhas tradicionais do cancioneiro popular de Goiás e de todas as regiões do país, que Ely Camargo percorreu em suas andanças, como pesquisadora do folclore, ela gravou, entre 1962 e 1987, em vinil: 2 discos de 78 rotações, 17 LPs, 8 compactos e 2 CDs.

Todos os seus discos de vinil da cantora foram gravados pela antiga Chantecler, à exceção dos LPs: “Gralha Azul” pela Secretaria de Cultura do Paraná (1982), “Cantigas do Povo – Água da Fonte” pela gravadora Panorâmico (1983) e “Os Cantos da Minha Terra”, pela Phonodisc (1987).

 Já na era digital, Ely Camargo gravou três CDs: “Cantigas do Povo – Água da Fonte”, que conta com a participação da Banda de Pífanos de Caruaru, lançado em 1999 pelas “Edições Paulinas”; “Lembranças de Goyaz”, de 2000, com 10 composições, homenageando o centenário de nascimento do seu pai, Joaquim Edison Camargo e “Canções Brasileiras”, em parceria com o violeiro Roberto Corrêa, pela Zen Studio, de Brasília, gravado em 2009.

Dentre os compactos estão faixas da trilha sonora do filme “O Vale das Rosas” (1963); “Disparada”, de Geraldo Vandré e Théo de Barros; “A Banda”, de Chico Buarque, vencedora do Festival da Música Popular Brasileira, organizado pela TV Record, em 1966 e “Funeral do Lavrador”, de João Cabral de Mello Netto e Chico Buarque.

Outro compacto de destaque, gravado em Portugal (1967) contém as músicas: Máscara Negra, Zé Kétti e Pereira Mattos; Vem Chegando, de Zé Dias; Mamãe Iemanjá, de Guerra Peixe e Boneca de Pano, de autoria da própria Ely Camargo. A cantora lançou também discos em Portugal, África do Sul, Itália e na Alemanha, onde representou o Brasil num festival de folclore, realizado em Bonn.

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