CARACAS — Centenas de pessoas ocupam as ruas do centro de Caracas neste sábado, numa manifestação liderada pelas mulheres dos presos políticos Leopoldo López e Daniel Ceballos. Eles pedem a libertação dos presos políticos e que López suspenda a greve de fome que iniciou há 27 dias. Lilian Tintori e Patricia Ceballos empurram cadeiras de rodas de manifestantes em greve de fome solidários aos detidos e pedem a libertação dos presos. Eles gritam “Liberdade, Liberdade”, “Sim, é possível” e “Força, força, força”. Os manifestantes também cantaram o Hino Nacional da Venezuela.
As mulheres dos políticos presos convocaram um dia de jejum nacional em apoio aos opositores detidos. em todo o país, mais de 90 pessoas já estão em greve de fome em solidariedade, contabiliza a oposição. Lilian fez um apelo dramático ao presidente Nicolás Maduro. Ela disse temer pela vida do marido. Ontem, ela esteve no presídio de Ramos Verde, mas foi impedida de entrar com o médico da família.
— Por piedade, liberte Leopoldo e Daniel. Eu temo pela vida do meu marido — disse, durante a manifestação em Chacao, na capital venezuelana.
O carro de som que acompanha os manifestantes reproduz os discursos de Leopoldo López. E no palanque, políticos de partidos opositores discursam:
— O povo está cansado de filas, de humilhação e de violência. O povo exige mudanças já — afirmou o político José Guerra, diante de cerca de 300 pessoas, segundo números da polícia.
Muitos dos participantes eram pessoas em greve de fome: alguns com máscaras para evitar contrair infecções, enquanto os mais debilitados eram levados em cadeira de rodas.
— A solidariedade está se alastrando por toda a Venezuela — disse Christian Manrique. — Já somos 90 em greve de fome. Não vamos desistir até que se definam as datas das eleições e a participação de observadores internacionais.