CARACAS — Um dia depois da missão frustrada dos senadores brasileiros à Venezuela, manifestantes e integrantes do partido da Vontade Popular, do líder opositor preso Leopoldo López, estão reunidos nesta sexta-feira na porta da representação no Brasil em Caracas. O grupo quer entregar um documento e pressiona para que seja recebido pelo embaixador Ruy Pereira.
No texto, que seria entregue na quinta-feira aos oito senadores brasileiros, os manifestantes agradecem a comitiva pela visita humanitária, que tinha como objetivo pressionar pela definição da data das eleições e pela libertação dos presos políticos. Após ter sua van atacada por simpatizantes do governo de Nicolás Maduro, a delegação acabou voltando para o Brasil no mesmo dia.
Entre os manifestantes, há militantes em greve de fome em apoio a Leopoldo López, que completa hoje 25 dias sem comer na prisão Ramo Verde.
Um dos líderes do movimento que está na porta embaixada, Juan Guaido, que também está em greve de fome há oito dias, disse que espera que o embaixador Ruy Pereira os receba e que proteste junto ao Mercosul e à Organização dos Estados Americanos (OEA), pelas graves agressões sofridas pelos senadores. A carta foi encaminhada, mas ainda não há sinais de que o embaixador vá receber os manifestantes, que permanecem sentados na porta da embaixada.
— A presidente Dilma recebeu há poucos dias o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Diosdado Cabello e nós estamos chocados com a falta de reciprocidade do governo venezuelano no tratamento aos senadores brasileiros — disse Juan Guaido.