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Na equipe de transição do governo Lula, a deputada estadual Adriana Accorsi, eleita com expressiva votação à Câmara Federal pelo Partido dos Trabalhadores (PT), concedeu nesta última segunda-feira (12), entrevista ao DMTV. Na conversa, comandada pelo jornalista Alex Pereira, argumentou sobre assuntos que circundam sua carreira de ontem e hoje, a exemplo da segurança pública, o desafio de unir o país, a volta do Bolsa Família e a possibilidade de assumir a pasta em um novo possível Ministério da Segurança Pública.
“Houve essa cogitação de ser ministra, não houve convite, nós achamos que pode acontecer, mas acho que tenho um papel muito importante na Câmara (Federal). Estou imbuída nesse propósito”, disse a deputada, que contou que a criação de tal ministério é uma reivindicação que fez, juntamente com colegas da ala progressistas da Segurança Pública, ao presidente diplomado nesta segunda-feira (12).
Conforme a deputada, a pasta deverá ser criada, mas não agora. “O maior órgão de pesquisa sobre Segurança pública, o Fórum Nacional de Segurança Pública, que é apartidário, também fez a reivindicação desse ministério. O presidente Lula acolheu esse pedido. Não deve ser criado agora, devido à delicadeza do momento, mas até o final do ano teremos esse ministério”, afirmou.
Na entrevista, Adriana Accorsi demonstrou ainda grande preocupação com o aumento da violência no Estado, sobretudo, contra as crianças e as mulheres. Para ela, há, por exemplo, uma “epidemia” de casos de feminicídio e afirmou que falar sobre o caso de Luana com a equipe de transição a deixou muito comovida.
"O desrespeito com a democracia traz retrocessos em atos violentos que refletem no racismo, na violência política contra as mulheres. Não temos que ter medo e vamos varrer esse tipo de pensamento do país”
“O Brasil não está sendo eficiente para evitar casos como o de Luana. Nós precisamos ter uma atuação mais firme e incluir no Plano Nacional de Segurança Pública, a política de pessoas e crianças desaparecidas. Precisamos melhorar tanto no aspecto de valorização de trabalhadores de segurança, como nas políticas públicas”.
Divisão política
Outra preocupação de Adriana Accorsi é a de unir o país dividido pela política. Ela revelou, que no decorrer da vida pública já sofreu diversas ameaças, mas foi a primeira vez que chegaram a ameaçar suas filhas. Conforme a política, o desrespeito com a democracia traz retrocessos em atos violentos que refletem no racismo, na violência política contra as mulheres, que ela contou nunca ter sido tão grande.
‘As pessoas que tem esse pensamento de que quem pensa diferente não tem direito à vida, não gostam de mulheres no espaço público e nos atacam de forma violenta, para que fiquemos com medo. Mas, não temos que ter medo e vamos varrer esse tipo de pensamento do país”, ressaltou, citando como exemplo o seu saudoso pai, o político Darci Accorsi. “Meu pai conseguia conviver com pensamentos diferentes e construir algo em comum. Assim fez como Maguito Vilela que era governador e na época PMDB e PT não eram próximos”, comparou.
Adriana Accorsi mostrou querer mais é virar a página das eleições presidenciais, para começar um novo capítulo, em que desafios importantes devem ser superados, como a fome, desemprego, violência. “Você viu, que em dois anos, houve um retrocesso de 11 anos em matemática? Isso porque as famílias, com a pandemia e o ensino à distância, não tinham acesso à internet ou não a tinham com qualidade”, disse, citando ainda os cortes de recursos para educação privada.
Bolsa Família
Mas a deputada ressaltou que o diálogo começou a acontecer. Na diplomação do presidente Lula, por exemplo, sentou ao lado da delegada e vice-prefeita de Aracaju Katarina Feitosa (PSB) e o tratamento entre as duas foi de respeito. “Ela é de um partido que apoiou Bolsonaro, mas está apoiando a PEC do Bolsa Família, sentou ao meu lado e foi recebida entre meus companheiros de partido, com todo carinho”.
A respeito da PEC Bolsa Família, Adriana Accorsi informou que é assim chamada por ter sido retomada, não como auxílio mas como uma política pública que vai englobar outros programas. “Bolsa Família tem a questão da vacinação, verifica se os filhos estão na escola teremos R$150 para as crianças do Cadastro Único, aumento do salário mínimo e vai englobar duas políticas importantes que é o Minha Casa Minha Vida e a Farmácia Popular. Quero ser a deputada para retomar, trazer aqui em Goiás e todo Brasil”.
