Por Eduardo Gayer e Cícero Cotrim
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu neste sábado uma "sintonia fina" entre as responsabilidades fiscal e social no País.
A discussão sobre um suposto conflito entre fiscal e social tomou corpo após o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), questionar o controle do gasto com o bem-estar da população para proteger as contas públicas. Líderes do governo de transição saíram em defesa do petista e afirmam que ele nunca, em oito anos no comando do País, fez uma oposição entre responsabilidade fiscal e social, mas aliou as duas coisas.
"Nós precisamos acabar com essa ideia de que responsabilidade fiscal é coisa de direita,. Responsabilidade fiscal é um pressuposto de economias saudáveis", afirmou o ministro em painel do grupo Esfera Brasil em Guarujá (SP). "A falta de responsabilidade fiscal gera inflação, juro alto, desemprego e recessão", acrescentou.
Barroso também criticou a corrupção institucionalizada no Brasil antes da Operação Lava Jato, criticada por colegas de painel como o advogado Cristiano Zanin, advogado de Lula ao longo da investigação. "Não se chega à OCDE ou ao mundo desenvolvimento com os padrões de ética pública que se praticava no Brasil", declarou o ministro. "Se não formos capazes de revisitar isso, vamos andar em círculos."