A Superintendência de Patrimônio da União de Goiás, órgão vinculado ao Ministério da Fazenda, afirmou que deu início às tratativas com o braço estadual do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) para incluir a antiga Fazenda São Lukas, em Hidrolândia (a 35 quilômetros da capital) nos programas de reforma agrária. A propriedade, que pertence à União, foi invadida pelo Movimento dos Sem Terra (MST) na madrugada do sábado, 25. A fazenda foi desocupada.
Em nota, a Polícia Militar do Goiás afirma que seus agentes “dialogaram com os líderes do movimento e seus advogados” e que a saída dos sem-terra foi voluntária, “após conversas e negociações”. Os sem-terra contabilizam que 600 famílias invadiram a propriedade.
A antiga Fazenda São Lukas se tornou propriedade federal em 2019. De acordo com a SPU (Superintendência de Patrimônio da União), o imóvel tem 678.588 metros quadrados. A fazenda antes pertencia ao suíço Pietro Chiesa, condenado por organizar, junto de outras nove pessoas, um esquema de tráfico internacional de mulheres e meninas para prostituição. O esquema, que foi descoberto pelas autoridades em 2002, usava a fazenda como rota. O imóvel foi arrestado para a União, junto com demais bens do patrimônio de Chiesa e de outros condenados. O caso foi julgado pela Justiça Federal do Goiás.
Ao Estadão, a SPU de Goiás também afirmou que possui um Acordo de Cooperação Técnica com o município de Hidrolândia para regularizar a propriedade da fazenda e planejar um novo destino para a propriedade.
“Abril vermelho”
A invasão da Fazenda São Lukas em Goiás acende um alerta para proprietários rurais pela proximidade com o “Abril Vermelho”, período no qual o MST costuma praticar invasões mais significativas. No sul da Bahia, o movimento protagonizou a primeira invasão de grandes proporções sob o terceiro mandato de Lula (PT), ao tomar três fazendas que pertencem à empresa Suzano Papel e Celulose.
Os sem-terra afirmam que a invasão da fazenda de Hidrolândia teve como propósito fazer uma “denúncia contra à exploração sexual das mulheres e adolescentes” e fez parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra. A reportagem questionou sobre a possibilidade de novas invasões, mas MST e Polícia Militar silenciaram sobre o assunto. O caso deste final de semana foi acompanhado pela Polícia Civil goiana.
Bruno Peixoto: “Não vamos aceitar invasões de terras”
Mantendo sua relação de parceria junto ao governo estadual e reforçando o seu compromisso com o progresso de todo o estado, o presidente da Assembleia Legislativa, Bruno Peixoto (UB), participou nesta segunda-feira, 27, ao lado do governador Ronaldo Caiado (UB), do vice, Daniel Vilela (MDB) e demais autoridades, da abertura oficial da 20ª edição da Tecnoshow Comigo, realizada em Rio Verde, no Sudoeste goiano. Reconhecido internacionalmente, o evento é uma das maiores feiras voltadas para o agronegócio de todo o País.
Representando o Poder Legislativo e reconhecendo a importante contribuição da Tecnoshow para o fortalecimento econômico do Sudoeste goiano, o presidente da Alego destacou, em seu discurso, o trabalho que vem sendo desenvolvido junto ao Executivo em prol do setor agro, sobretudo, no que tange à segurança pública da zona rural, bem como o combate à criminalidade e às invasões de terra que têm sido registradas nos últimos dias em algumas regiões do estado.
“A Assembleia Legislativa vem caminhando de mãos dadas com o governo estadual e trabalhando diuturnamente para servir a nossa população. E hoje aqui, neste evento que é referência para o setor agro brasileiro, nós podemos dizer que não vamos aceitar e nem teremos invasões nas propriedades porque o Poder Legislativo e o governador Ronaldo Caiado irão atuar juntos. Hoje o nosso estado é o número um no combate à criminalidade e assim seguiremos”, ressaltou Bruno Peixoto.