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O agronegócio tem papel de protagonismo na economia, tanto que é chamado por muitos de motor da expansão do País. Mas se engana quem pensa que as atividades agrárias ficam restritas somente ao campo. Há anos, a tecnologia, que foi responsável por evoluir maquinário e também automatizou processos de plantio e mais eficiência da terra – além de práticas de conservação –, agora abre caminho para cruzar as fronteiras dos financiamentos tradicionais no sentido de abraçar a inovação e enorme rentabilidade das criptomoedas.
A convergência entre esses dois setores teoricamente distintos começa a ganhar força, trazendo novas oportunidades e desafios para agricultores, investidores e empreendedores. A seguir, vamos explorar como essa integração está se desenvolvendo no Brasil; o que já existe, o que pode ser melhorado e como aproveitar ao máximo essa troca promissora. Em vez de imaginar operações bancárias, já se acostume com as exchanges, corretoras online, como Binance, eToro, Coinbase e Kraken – lembrando que ainda não há, por exemplo, uma Kraken Portugal nem no resto da Europa por questões de regulação; mas ela está presente nos EUA, Brasil e outras grandes economias mundiais.
A caminho do “Criptoagro”
A busca por fomento sempre foi um desafio para muitos produtores agrícolas, especialmente para os pequenos e médios ruralistas. Tradicionalmente, os agricultores dependem de bancos e outras instituições financeiras para obter empréstimos, enfrentando burocracias e taxas elevadas. No entanto, com a introdução das criptomoedas, surgem novas formas de financiamento mais ágeis e acessíveis – mas com mecanismos bastante diferenciados.
Com relação à inovação da tecnologia blockchain, um exemplo é a emissão de tokens de segurança (STOs), que permitem que produtores captem recursos diretamente do mercado e sem intermediários. Esses STOs representam uma participação no empreendimento agrícola e podem ser adquiridos por investidores em qualquer parte do mundo. Isso não só reduz os custos de transação, mas também democratiza o acesso ao capital. Para quem se interessou, fica a dica de mais aprofundamento sobre o tema, seja por meio de sites especializados, vídeos de influenciadores de grande audiência ou mesmo cursos na área.
Transparência: diferencial do blockchain
A tecnologia blockchain está transformando a forma como os produtos agrícolas são localizados e verificados. Uma de suas grandes vantagens é a capacidade de registrar todas as transações de forma imutável e transparente. Isso se mostra de grande importância no agronegócio, onde a rastreabilidade dos produtos é crucial para garantir a qualidade e a segurança alimentar.
No Brasil, iniciativas como o uso de blockchain para acompanhar a produção de café, carne e soja estão ganhando destaque. Essas soluções permitem que os consumidores verifiquem a origem dos produtos, as práticas agrícolas adotadas e a conformidade com normas ambientais e sociais. Além disso, ajudam a combater fraudes e a garantir preços justos para os produtores.
Contratos inteligentes na automatização de processos
Contratos inteligentes (smart contracts) são programas autoexecutáveis que rodam em blockchain e são capazes de automatizar diversos processos no agronegócio. Eles podem ser utilizados em pagamentos, entregas e até seguros agrícolas. Por exemplo, um contrato inteligente pode liberar imediatamente a remuneração de um produtor assim que um lote de grãos é entregue e verificado. Isso elimina a necessidade de intermediários, reduzindo custos e aumentando a eficiência do negócio.
Seguros agrícolas de criptomoedas
A tecnologia blockchain também gera a expectativa por revolucionar os seguros agrícolas, já que os contratos inteligentes podem tornar mais eficientes o processo de reclamação e recebimentos, reduzindo tempo e gastos. Além disso, a utilização de dados coletados por esse mecanismo permite uma avaliação mais precisa dos riscos, resultando em prêmios de seguro mais vantajosos.
Plataformas de Mercado Descentralizadas
E não para por aí. A criação de mercados descentralizados mostra-se outra aplicação promissora da blockchain no agronegócio. Essas plataformas permitem a compra e venda de produtos agrícolas diretamente entre produtores e consumidores. Vale ressaltar que, em um ano fiscal, a economia com os custos de intermediação pode se revelar um incremento milionário (ou até mais) para quem investe no campo e faz uso dos ativos digitais para isso.
Um exemplo é a plataforma OriginTrail, que utiliza a tecnologia das criptomoedas para criar um ecossistema descentralizado para a cadeia de suprimentos. Agricultores de todo porte podem registrar seus produtos na aplicação, permitindo que os consumidores rastreiem toda a cadeia produtiva no sentido de garantir a consciência sobre a qualidade e a origem.
Agro na cripto: casos de sucesso no Brasil
No Brasil, várias iniciativas estão utilizando blockchain e criptomoedas para transformar o agronegócio. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem explorado o uso dessa tecnologia para aumentar a transparência e a rastreabilidade dos fundos destinados a projetos de agronegócio. Além disso, startups brasileiras como Agrosmart e Bart.Digital estão desenvolvendo soluções inovadoras para o setor.
A Agrosmart, por exemplo, utiliza sensores e blockchain para monitorar em tempo real as condições das plantações, melhorando a eficiência e a capacidade agrícola. Já a Bart.Digital conta com uma plataforma de contratos inteligentes para financiar a produção, permitindo que produtores acessem capital de forma mais rápida e econômica.
Desafios e oportunidades com as criptomoedas no agro
Apesar das inúmeras vantagens, a adoção de criptomoedas e blockchain no agronegócio brasileiro enfrenta alguns desafios. Um dos principais é a falta de infraestrutura tecnológica em muitas áreas rurais, o que dificulta a implementação desses projetos. Além disso, a educação e o treinamento dos produtores para o uso dessas novas ferramentas são essenciais para garantir sua adoção bem-sucedida.
Outra questão é a regulamentação das criptomoedas no Brasil. Embora o País tenha avançado na criação de um marco regulatório para o setor, ainda existem incertezas que podem afetar a confiança dos investidores. No entanto, à medida que as bases legais se tornam mais claras e estabelecidas, espera-se que a adoção dessas tecnologias no agronegócio se acelere.
Para investidores e empreendedores interessados em explorar as oportunidades na interseção entre criptomoedas e agronegócio, aqui estão algumas dicas práticas:
1. Eduque-se sobre blockchain e criptomoedas: compreenda os fundamentos dessas tecnologias é crucial para identificar oportunidades e mitigar riscos. Existem diversos cursos online, livros e artigos que podem ajudar nesse processo;
2. Conecte-se com startups e iniciativas locais: muitas startups brasileiras estão desenvolvendo soluções inovadoras para o agronegócio. Participar de eventos, conferências e redes de inovação pode ajudar a estabelecer conexões valiosas;
3. Considere a emissão de tokens para financiamento: isso garante a captação de recursos diretamente do mercado; forma mais ágil e com menor valor de financiar seus projetos;
4. Invista em infraestrutura tecnológica: garanta que sua operação agrícola tenha acesso a internet de alta qualidade e outras infraestruturas tecnológicas é fundamental para aproveitar ao máximo as novas tecnologias;
5. Adote práticas de transparência e sustentabilidade: utilize blockchain para rastrear e verificar suas práticas agrícolas pode aumentar a confiança dos consumidores e melhorar a reputação de sua marca;
6. Mantenha-se atualizado sobre regulamentações: acompanhe as mudanças na regulamentação das criptomoedas no Brasil para garantir que suas operações estejam em conformidade e para aproveitar novas oportunidades legais.
