No último mês de fevereiro, o projeto Irmãos Invisíveis, comemorou dois anos da sua criação em Anápolis. O projeto fornece banho, roupas, refeições e apoio a pessoas em situação de vulnerabilidade social. Muitas pessoas já foram abraçadas pelos voluntários da iniciativa.
O projeto foi idealizado e fundado pelo biomédico, Daniel de Oliveira Souza, de 36 anos. Atualmente, ele é o responsável pela execução das ações do Irmãos Invisíveis. “Começamos as ações com os moradores de rua em fevereiro de 2019”, conta.
De acordo com ele, no início eles levavam alimentação, cobertores e roupa. “A gente via que eles vestiam a roupa sem tomar banho, com o corpo sujo. Aquilo me incomodava muito”. Daniel afirma que desde então surgiu a ideia do banho solidário.
O biomédico explica que eles criaram o banheiro, que funciona em um trailer, com chuveiro aquecido que é levado até os moradores de rua para que eles possam tomar um banho e receber as roupas limpas. “Levamos também o corte de cabelo e para as mulheres escova”, comenta.
Segundo ele, uma equipe de oito voluntários composta por alguns integrantes da sua família e igreja auxilia nas ações. “Por noite atendemos em torno de 35 pessoas. Já foram muitas pessoas atendidas pelo banho solidário e pelo projeto desde o início”, afirma.
Conforme explica o fundador, além do trabalho com pessoas em situação de rua, vários pedidos de ajuda são enviados através da página do projeto no Instagram @irmaos.invisíveis. “Recebemos vários pedidos de ajuda diariamente: cestas, gás, ajuda no aluguel, pagar uma energia, comprar um remédio”, diz.
Corrente do bem
O projeto solidário Irmãos Invisíveis não tem fins lucrativos e não conta com apoio financeiro do Poder Público. Desta forma, toda ajuda vem dos voluntários e dos seguidores da página e tudo que é doado é revertido para o projeto, como explica Daniel.
“Postamos os pedidos de ajuda na página e as pessoas que nos seguem que se tornam nossos parceiros vão doando. Eles ajudam com uma cesta, remédio, no pagamento de uma conta. Conseguimos ajudar graças a eles”.
Apoiada pelo projeto
O DM conversou com uma das pessoas apoiadas pelo projeto. Ela se identificou como Bia e contou à reportagem um pouco da sua experiência com os Irmãos Invisíveis.
Bia perdeu o esposo há um ano e três meses e desde de então têm sido abraçada pelos voluntários. “Um dos rapazes que trabalha com eles conhecia um amigo do meu esposo e quando ele faleceu fiquei sozinha com dois filhos pequenos e grávida de oito meses”, disse.
Na época apenas o esposo trabalhava e com a morte dele as coisas para a dona de casa ficaram difíceis. “Eu não tinha para o enxoval. Eles foram lá em casa e me doaram tudo para o bebê e de lá para cá me ajudam”.
De acordo com ela, os voluntários sempre estão em contato para saber se ela e a família precisam de algo. “Eu posso contar com eles para o que precisar”, declara. “Levam coisas para os meus filhos, leite, roupa”, afirma.
Além dela, a vizinha que está desempregada cuida de um dos netos e também já foi ajudada pelo projeto. Ela relata que na semana passada as duas receberam cestas básicas. “Sempre ajudam ela também”, finaliza.